Sede de sangue

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Ao ler àquelas palavras, Selena sente raiva e desprezo, mas não de Allan, de sí mesma. Suas mãos se tornam trêmulas e deixa o celular cair.
Allan escuta o barulho.
-Selena? Selena? -Ele a chama, mas ela não responde e vai embora.
Allan sai do banheiro e encontra seu celular ligado caído no chão, ele o pega e percebe que Selena leu as mensagens.

Na casa de Selena

Acordo, desço as escadas e encontro Sally com o Telefone no ouvido.
-Ai, onde você foi parar?! -Ela diz a sí mesma.
-O que foi? -Pergunto a ela.
-Selena ainda não voltou e não deu notícias. -Sinto preocupação em suas palavras.
-Calma, ela deve estar bem, se esqueceu que ela é uma vampira? -Digo.
-Mas ela também é minha filha. -Quando Sally diz isso meu mundo desaba, lembro-me de minha mãe, lembro-me de quando discutia com ela sem motivos. Talvez eu não tenha sido a filha que ela sempre quis, mas mesmo assim ela me amava.
-Não se preocupe, Sally, vou ligar pra ela. -Digo lembrando que ela foi à casa de Allan, mas prefiro não dizer a Sally que a filha dela dormiu na casa de um garoto.

Na casa de Matt

Jennifer desce as escadas e encontra Nina na cozinha preparando seu café da manhã, se vestindo e assistindo ao noticiário, tudo ao mesmo tempo.
-Nina, o que está fazendo? -Jennifer pergunta de camisola vermelha na altura das coxas.
-Estou indo ver o Matt. -Ela diz arrancando um pedaço do pão com os dentes. -Você viu? Essas sobrenaturais que nos atacaram também mataram uma senhora no asilo. -Ela diz sobre o noticiário.
O coração de Jennifer embrulha, mas deve dizer a verdade.
-Nina, me escuta. -Ela diz se aproximando, mas Nina continua fazendo suas coisas. -Nina, para! -Jennifer grita segurando os braços de Nina. -Eu sinto muito em te dizer, mas... -Jennifer hesita. -O médico disse que...
-O que, Jennifer? -Nina pergunta.
-O Matt saiu do risco de morte, mas ainda sim, se acordar, perderá uma perna e a probabilidade dele ficar surdo é enorme. -Jennifer baixa a cabeça.
Nina está em choque e começa a chorar.
-Nina, eu sei que é difícil, mas... eu tenho um jeito. -Diz Jennifer.
-Como? Coitado do Matt.
-Eu estou trabalhando em um feitiço de cura, só precisamos ir ao hospital ao anoitecer. -Diz Jennifer.
-Como vamos entrar?!
-Você é a fênix e eu uma feiticeira, vamos dar um jeito.

Na escola

Louis conversa com seus amigos abraçado com Laurel.
-Louis! -Chamo subindo as escadas da escola.
-Oi, Luna. -Ele diz.
O olhar de Laurel quase me transforma em pedra. Ela não é feia, tem o cabelo liso e loiro por toda as costas, os olhos negros me assustam quando ela me encara, é magra e alta. Percebo que seu colar foi Louis quem deu: um lobo uivando.
-Louis, preciso de você. -Digo.
Todos os amigos dele incluindo Laurel me encaram. -Ah, algo importante. É sobre aquele trabalho, lembra?
-Ah, sim, já vou. -Louis se despede de Laurel.
-Você disse que ficaria comigo hoje. -Diz Laurel.
-É, amor, mas surgiu esse problema. Te ligo depois. -Louis entra liga o carro e sento no carona. -Aonde vamos. -Ele me pergunta.
-Para o apartamento do Allan. -Digo.
-Você quer acabar com o meu namoro, né? -Ele diz.
-Quem? Eu? Não, por que eu iria querer isso, eu...
-Luna, eu estava brincando. -Ele diz.
Acho que deixei claro que ainda gosto dele.
-Certo, por que estamos indo atrás do Allan? -Louis pergunta.
-Porque acho que Selena dormiu com ele.
-E o que temos a ver com isso?
-Selena está perdendo o controle, Louis, você sabe disso. O que me preocupa é pensar em Allan com dois furos no pescoço.

Na rua

Selena caminha sem rumo.
Chega ao parque de cabeça baixa ainda chorando. Cada lágrima, a lembrança de um beijo.
-Burra! -Ele grita caindo sobre a grama e apoiando sua cabeça em uma árvore.
Seus olhos se tornam vermelhos. Não existe mais a garota popular da escola, apenas a vampira.
Selena se levanta e caminha a um telefone público.
-Alô. -Allan atende.
-Diga-me...
-Selena, é você? Por que foi embora desse jeito? -Ele diz.
-Só me responda! -Ela grita. - Tudo o que fez desde o início, me ajudar com o Matt, nos salvar no viaduto, se aproximar de mim foi pra transar comigo?!
-Selena...
-Você fez com que me apaixonasse por você só pra transar comigo?
-Eu... eu sinto muito. Eu tinha que cumprir essa aposta. -Ele diz.
-Lembra-se de quando me perguntou se eu era vampira? -Ela diz.
-Perdoe-me. -Ele implora.
-Eu é que sinto muito. -São suas últimas palavras antes de desligar o telefone.

Chegamos ao apartamento de Allan. Ele joga algumas roupas dentro da mochila.
-O que está fazendo? -Pergunto.
-Não é da sua conta. -Ele diz.
Louis o pega pela gola e o bate contra a parede.
-Qual é a sua, branquelo? -Diz Louis.
-Eu não direi nada a você. -Ele diz.
Louis mostra suas presas e seus olhos se tornam amarelos ao rugir.
-Selena. Ela está vindo atrás de mim. -Allan grita. -Então você também é um sobrenatural, sabia que você trapaceava nos torneios.
-O que você fez pra ela querer te machucar? -Pergunto.
-Eu... bem, eu apostei que dormiria com ela. -Ele diz se levantando.
Sinto nojo dele, pois Selena já passou por isso antes.
-Seu cretino! -Bato com força em seu rosto. -Talvez seja melhor deixá-lo pra ela.
-Não, por favor. -Allan treme nervoso.
-O que faremos? -Louis me pergunta.
-Só tem uma pessoa que pode acalmar a Selena, vou ligar pra ele. -Digo.

De noite

Tentei falar com Selena a tarde toda, mas fracassei.
-Vamos, ele vai nos encontrar na biblioteca pública. -Digo colocando o celular no bolso.
-Eu não vou sair daqui. -Diz Allan suando.
-Selena está vindo pra cá, a não ser que queira morrer aqui virá conosco. -Digo.
Descemos pelas escadas até o estacionamento, pegamos o carro e partimos.

Na biblioteca

Louis para o carro próximo às escadas de pedra que levam a biblioteca. Eu e Allan saímos do carro e subimos correndo.
-Acha que ela vai me achar? -Ele pergunta.
-Devia estar mais preocupado em ela te matar. -Digo. -É ele. -Chegamos a biblioteca e a ajuda está em frente a porta.
Caminho até ele quando Selena aparece de repente vindo atrás de nós. A ajuda atira uma flecha com seu arco que cega a vampira por alguns instantes.
Allan corre desesperadamente para dentro da biblioteca.
Eu e o arqueiro nos posicionamos esperando Selena.
Ela está toda de preto com uma bota até acima dos joelhos, uma calça de couro, cropped e um jaleco também de couro que a deixa, junto com seus olhos vermelhos, ainda mais assustadora, seus cabelos ruivos, agora cacheados, caem por suas costas.
Louis a agarra pelos braços e a lança para trás. Ele também está transformado.
-Saia da minha frente. -Diz a vampira.
-Isso não será possível. -Louis diz, mas Selena já o derrubou.
Louis ruge, mas Selena não hesita. Ela bate a cabeça dele no chão o fazendo apagar.
-Louis! -Grito.
-Fique aqui. -Diz o arqueiro caminhando para ela.
Selena se levanta e corre na nossa direção, mas ao vê-lo hesita.
-Luke?
-Essa não é você. -Ele diz se aproximando. -Sei que a Selena ainda está aí dentro. -Ele acaricia a bochecha dela.
Por um breve momento seus olhos voltaram ao normal.
-Selena está morta. -Ela diz erguendo Luke pelo pescoço. -Você some todo esse tempo e volta pra me controlar?! -Selena o joga para o lado. Luke desliza até bater contra a parede.

Agora sou eu à sua frente.
-Não vou impedi-la de fazer isso, você mesma tem que parar. -Digo. -Não se torne o monstro que ele teme. -Uma lágrima escorre do meu olho.
-Eu sinto muito. -Ela diz.
-Não, eu sinto muito. -Digo abrindo passagem.
Selena entra na biblioteca.
As estantes de livros escondem Allan, mas não por muito tempo.
Selena o encontra e o lança em cima de uma mesa, a mesma quebra ao meio.
-Por favor, Selena, não! -Ele implora.
Ela o pega pela gola e o arrasta até uma parede batendo seu corpo contra ela. Allan fica tonto.
-Acredite: isso não chega aos pés do que você me causou. -Ela diz fincando seus dentes no pescoço dele.

Os gritos me fazem lamentar enquanto ajudo Louis a se levantar.

-Selena, para! -Luke grita. -Você não é assim. Você pediu que eu a treinasse para esse momento, então controle-se!
Selena volta e a vampira vai embora. "Não sou assim", ela diz a sí mesma e solta Allan.
Ele desliza pela parede até o chão caindo sentado e fraco, pois perdeu muito sangue.
-Luna tem razão, eu não me tornarei um monstro como você. -Selena diz saindo da biblioteca.

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