Sangue por sangue

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De madrugada

Allan decide esperar a madrugada para esconder o corpo de Leo, seu amigo.
Ele desce as escadas do prédio o carregando nos ombros e com sangue escorrendo pelos cantos da boca.
Abre a lata de lixo e deita Leo sobre os sacos chorando.
-Eu sinto muito. -Ele diz e fecha a lata.

De volta ao seu apartamento, Allan tranca a porta e desliza por ela até o chão.
-O que eu fiz? -Ele pergunta a si mesmo. -O que aquela vadia fez comigo?
Allan enxuga as lágrimas, limpa o sangue de sua boca e caminha até o espelho. Ele encara seu novo eu, um vampiro.

-Se o que ela fez foi vingança eu farei muito pior. -Ele diz pondo um casaco preto com capuz e saindo de casa.

Na casa de Selena, no dia seguinte

Estou sentada no canto do quarto, minhas lágrimas secaram com o passar da noite e meus olhos estão vermelhos por não ter dormido.
-Oi, Luna. -Diz Selena entrando no quarto com Jennifer e Luke. -Nossa, você está horrível.
-Obrigada. -Digo.
-Eu e Luke vamos ficar lá embaixo, Jennifer quer falar com você. -Ela diz. -Vê se não fica nessa bad, tá? -Selena desce com Luke.
Jennifer senta na cama próxima a mim.
-O que você quer? -Pergunto.
-Eu quero o seu bem. -Ela diz se abaixando do meu lado. -Em que você está pensando?
-Tenho que tomar uma atitude, não posso mais ver meus amigos morrerem por mim. -Digo tomando a decisão mais difícil que já tomei. -Vou me entregar.
-Que?! Não, não vai. Eu não vou deixar.
-Você não tem escolha, já me decidi. Se eu não o fizer amanhã pode ser meu pai ou você, não suportarei perder mais alguém.
-Então vou com você. -Ela sorri.
-Aquela mulher vai te matar.
-Não se ela não me ver. -Diz Jennifer.

Na cozinha

Luke se apoia no balcão da cozinha.
-Então... temos que deter esses... -Selena o interrompe com um abraço. -Certo, não esperava por isso.
-Na verdade, nem eu. -Selena sorri.
Eu e Jennifer descemos e passamos por eles.
-Vamos à biblioteca. -Digo saindo.
-É, vamos deixar vocês à sós. -Diz Jennifer me seguindo.
-Então... bem, obrigada por voltar por mim. -Ela diz.
-Eu te fiz essa promessa, né? -Ele diz.
-Olha, eu não quero terminar como a Luna, sabe? O Louis ter morrido me fez refletir sobre nossa relação, sobre o que eu quero, eu quero você, Luke, e não quero perder mais tempo pensando. -Diz Selena.
Luke se aproxima dela segurando sua nuca e a puxando para perto de sí.

Alguém, então entra na casa interrompendo os dois.
-Luna, eu pensei que... -Selena diz constrangida por estar com Luke, mas... -Allan?!
De repente, ele, usando sua velocidade vampiresca, empurra Luke por cima da bancada o derrubando do outro lado.
-O que você...? -Selena tenta dizer, mas Allan a segura pelo pescoço e a coloca contra a parede.
-Você criou seu próprio demônio. -Ele diz mostrando os dentes.
Allan a bate novamente quebrando a parede, Selena desmaia.
Allan olha para Luke também desmaiado.
-Seria um desperdício não aproveitar. -Ele diz levando os dois.

Na biblioteca

Eu e Jennifer chegamos a biblioteca, agora, fechada por causa da batalha que a destruiu.
-O que estamos fazendo aqui, Jenni? -Pergunto. -Deveríamos ir até a caverna.
-Não, você não vai desistir tão fácil assim.
-Não é sua escolha. -Digo.
-Ei, por que a Morte quer tanto você? Por que ela está nos matando por você? Tem que haver um motivo, e é aqui que vamos descobrir. -Diz Jennifer subindo as escadas. -Você vem?
Então a sigo.

Em algum lugar

Selena desperta lentamente.
-Ai, onde estou? -Pergunta a sí mesma.
-Que bom que acordou. -Allan aparece das sombras. Seus olhos estão vermelhos, seus dentes aparecem saindo da boca, está vestido com um casaco preto e calça da mesma cor. Ele se cobre com o capuz para se proteger da luz do sol que entra pelas brechas dos dutos de ar.
-O que é isso, Allan? Que palhaçada é essa?! -Selena grita tentando se soltar das correntes que prendem seus braços.
-Isso é o que você me fez! -Allan a enforca. -Você me transformou nesse monstro. Eu matei meu amigo!
-Eu sinto muito. Espera, não sinto, não! -Selena grita.
-Vai sentir. -Allan sorri indo a um portão e o abrindo.
Luke está ali, pendurado também por correntes todo machucado.
-Luke!!! -Selena grita. Seus olhos se enchem de lágrimas.
Allan sorri puxando o cabelo de Luke e se aproximando de seu pescoço.
-Allan, não! Por favor, isso é só entre eu e você, deixa ele em paz! -Selena grita.
-Eu o matarei lentamente enquanto você o vê sofrer. -Allan corre rapidamente até Selena e soca sua barriga.
Selena geme de dor.
Allan puxa seu cabelo levantando sua cabeça.
-Sabe o que é isso? -Ele pega pétalas de verbena no bolso e põe em Selena. Ele parece enfraquecer também.
-Deixe... ele em paz. -Selena fraqueja e sua cabeça cai.
-Espera, o que seria isso? -Ele arranca o colar de Selena que a protege da luz solar.
-Voltarei. -Allan desaparece em um piscar de olhos.

Luke acorda.
-Selena... -Ele tenta dizer.
-Luke, eu sinto muito.
-Não sinta, temos que sair daqui. -Luke olha para cima e vê que a corrente que o prende é a mesma que prende Selena e que passam por roldanas.
-Não estou forte o bastante. -Selena chora.
-Para com isso. -Luke faz força para arrebentar a roldana, mas fracassa.
-Luke, isso tudo é culpa minha, me...
-Selena, para! Nós sairemos daqui! -Ele diz e ela se acalma. -A roldana não vai soltar e não tem como abrir o cadeado, só tem um jeito de sairmos daqui. -Luke levanta as pernas e pega uma adaga de sua bota.
-O que você vai fazer? -Selena pergunta.
-Só um braço meu está preso...
-Luke, não. Não! -Selena grita desesperada.
Luke põe o cinto na boca e arranca sua mão.
-Não!!! -Selena grita correndo até ele agora que a corrente soltou. -Não, Luke, não.
Ele cai enrolando o braço em seu casaco. Ele transpira muito e chora.
-Pega ele. -Luke diz desmaiando.
Allan chega com uma estaca de madeira e se assusta os vendo libertos.
No olhar de Selena se vê sangue fervendo de raiva.
Os dois pensam o mesmo e correm um para cima do outro.
Selena usa as correntes ainda presas ao seu braço, enrola nas pernas de Allan e sobe enrolando em seu pescoço. A estaca cai próximo de Luke.
-Solte-me! -Allan grita indo para trás e batendo Selena contra a parede. Ele se solta e bate com o joelho no rosto de Selena. Ela vê Luke tentando se levantar para ajudá-la.
-Sua vez de morrer! -Ele aperta o pescoço dela.
Selena usa sua força para quebrar a mão de Allan e o chuta para trás.
-Eu não queria que terminasse assim, mas você não me dá escolha, Allan. -Ela gira o corpo e o chuta no rosto, mas Allan revida segurando sua perna e a jogando sobre uma mesa de ferramentas.
-Nada disso seria necessário se você não tivesse feito o que fez! -Ela grita se levantando com uma ferramenta na mão e a usa para arrebentar as correntes.
-O Leo morreu, Selena. -Ele diz com os olhos cheios de lágrimas. -E a culpa é sua! -Allan corre até Selena e ambos se enfrentam enquanto Luke, se arrastando, consegue chegar até a estaca.
Selena sobe em Allan tentando derrubá-lo, mas ele a bate na mesa a partindo ao meio. Selena tenta se levantar, mas fracassa.
-Quer saber? Não me arrependo de nada que fiz. -Ele tira o casaco ficando apenas com a calça.
-Selena... -Luke lança a estaca para Selena enquanto Allan se joga sobre ela.
A estaca o atravessa.
-Eu sinto muito. -Selena chora.
Luke consegue se levantar e abrir as abas dos dutos de ar liberando a passagem para a luz do sol que entra o queimando por inteiro.
Allan tenta fugir, mas Selena o segura, seu braço também é queimado, mas sua raiva é maior que qualquer dor.
Ele grita antes de virar pedra se desfazer em pó.
Luke fecha as abas e corre até Selena.
-Luke... -Os dois se abraçam.
-Tá tudo bem. -Ele diz ainda tremendo de dor. -Tudo bem.
Os dois se beijam.
-Vamos sair daqui. -Ela diz.

Na biblioteca

Eu e Jennifer tiramos praticamente todos os livros das estantes que se manteram em pé e reviramos os livros caídos.
Olho para onde havia visto minha mãe.
-Luna. -Jennifer se aproxima com um livro em mãos. -Encontrou alguma coisa?
-Não, já estamos aqui a três horas e nada. -Digo frustrada.
Jennifer apoia o livro na mesa e o abre.
-Quer saber, até agora não sei o que procuramos e o tempo que a Morte me deu está acabando. Tenho que ir, Jenni, sinto...
-Luna! -Ela diz espantada.
-O que? -Pergunto indo até ela.
-Eu acho que... não, eu não conseguiria.
-O que, Jenni?!
-Eu acho que... que posso...
-Pode o que? Diz logo! -Grito.
-Eu acho que posso trazer o Louis de volta assim como minha mãe trouxe o Matt.

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