Take Care

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POV's Gabi

Jackie já tinha terminado de tomar banho e agora seria a minha vez. Tinha sido uma tarde longa e estressante, e tudo que queria no momento era apenas um bom banho.
Chego a colocar as minhas musicas em uma caixa de som para tentar sair um pouco dos meus pensamentos

Confesso que enquanto tomava banho, lembrava dos tempos em que Calum aparecia ali do nada me dando um susto. Eu gostava daqueles pequenos momentos bobos entre nós dois.

Percebi que estava quase a ponto de deixar uma lágrima escorregar dos meus olho, mas logo olho para cima e tento me concentrar na música que tocava, a qual não ajudava em nada, pois tocava Dancing On My Own de C. Scott.

Troco a música rapidamente, e continuo o meu banho, ignorando as memórias que ficavam aparecendo como intrusas em minha cabeça.

Não demora muito e já estou pronta. Me seco, ponho meu pijama, escovo os dentes e vou em direção ao meu quarto para já me preparar a dormir.

Estava com saudades do meu quarto. As coisas estavam todos em um lugar mais alto por causa do  problema de encanamento, assim não se  encharcariam.
Minha cama continuava a mesma bagunça que estava do dia que saímos daqui para ficarmos lá no apartamento dos meninos.

Tiro meu tempo para ir organizando as minhas coisas antes de dormir. Só assim conseguiria ficar em paz.

[...]

Os minutos passam e eu continuava a arrumar o meu quarto do jeitinho que gostava, mas logo ouço um som de choro vindo do outro lado da parede. Ao lado do meu quarto era o da Jackie, então logo já liguei os pontos e fui até ela.

Dou duas batidas no quarto e percebo que na mesma hora ela para o choro. Não demora muito e ela abre a porta. Ela usava seu pijama de shorts rosa e camiseta branca com um urso que segurava um coração e pantufas azuis. Seu cabelo estava preso em um coque frouxo. Ela tentava disfarçar um sorriso fraco, mas a cara inchada de tanto chorar a desmascarava.

Abro os braços para ela com um sorriso fraco e ela me dá um abraço forte de volta. Fecho a porta e caminho com ela até sua cama. Lá haviam várias fotos jogadas dela com o Michael. Eram fotos dos dois nas baladas, nas praias, algumas que tinha a Jackie pega desprevenida, outras se beijando, do Michael dormindo, ou até em casa sozinhos.

Olho para ela, estava com a cabeça baixa tentando enxugar os olhos. Ela não merecia aquele tipo de dor, eu sabia o quão terrível era, e nunca desejaria isso a Jackie.

-Você quer conversar sobre?- pergunto a ela baixinho.
Ela apenas mexe a cabeça em forma de não, e então me abraça de novo.

Abraço ela de volta então a deito na cama, e me acomodo junto ao seu lado. Tento a acalmar de todas as formas, e eu percebia o esforço dela para tentar não parecer uma bebê chorona.

-Você não precisa ficar aqui por causa de mim Gabi, eu sei que você passou por um dia bastante difícil também.- Jackie diz no meio dos soluços.

-Sim, mas é bom eu ficar aqui com você, assim nós duas podemos tentar esquecer de tudo isso. Eu acho que também preciso de uma companhia.

Ficamos ali quietas, apenas nos abraçando, esperando com que as memórias desse dia saísse das nossas cabeças, até que Julia entra com três potes de sorvete nas mãos.

-Achei que vocês poderiam gostar de mais uma companhia, talvez poderíamos comer sorvete, falar mal de garotos, assistir um filme... O que acham?- Ela diz com um sorriso esperançoso e genuíno.

-Parece ser uma ótima ideia amiga.- digo retribuindo o sorriso e a chamando para sentar conosco na cama.

E lá ficamos. Chegamos até a virar a noite, rindo, contando piadas, lembrando dos nossos momentos no colégio, de como vestíamos na época. Conseguimos até tirar um sorriso de Jackie, o que fez totalmente o dia de todas.

Era uma família linda que eu tinha ali. E eu tinha orgulho de ser parte dela.

POV's Julia

A noite tinha sido maravilhosa com as meninas, rimos de tudo que poderíamos e comemos a beça. Faziam se tempos que sentia falta daquilo.

O dia ja começava e eu mal tinha dormido, mas acordei de toda forma pois não conseguia dormir com a luz do dia direito.

As meninas continuavam dormindo, então decido, nesse meio tempo, ir ao mercado, fazer umas pequenas compras, pois estávamos sem comida nenhuma.

Pego minha bolsa e a pé mesmo, vou em direção ao mercadinho mais perto. Pelo caminho, vou acenando bom dia para as pessoas, de alguma forma, tinha um pressentimento bom de algo aconteceria hoje.

Chegando lá, pego um carrinho e começo a andar pelos corredores, escolhendo o que compraria.
Enquanto ando, sinto como se estivesse sendo vigiada. No começo penso que era só uma impressão nova minha, mas depois de um tempo me irrito e viro-me para trás.

-Calum, o que você está fazendo aqui?!- pergunto a um Calum desesperado.

-A Gabi, eu preciso saber como ela está!

-Calum, já chega okay! Se você for querer resolver algo com ela, que seja diretamente com ela, não vou ficar aqui dando uma de pombo correio para você.- digo já de saco cheio com tudo isso.

-E você acha que eu não venho tentando fazer isso. Eu estou ligando para ela a horas, desde que ela saiu, mas ela não atende! Eu preciso ver ela!- vejo que ele já estava prestes a começar um drama.

-Olha Calum, eu não sei se a Gabi está muito afim de te ver no momento, mas eu deixo um recado a ela Okay? Agora vai para casa tentar descansar um pouco, você precisa.

-Tah, Okay, eu faço isso. Mas promete que vai dizer a ela?

-Sim Calum. Agora vai. Até.- digo a ele, e o mesmo sai do supermercado, com as mãos no bolso da calça de moletom cinza.

Termino as minhas compras e volto para casa.

Chegando lá, vejo que na frente da porta havia um buquê de orquídeas, as flores favoritas de Jackie, com um bilhete no meio delas.

"Por favor me perdoe"
Era o que dizia na capa do envelope. A letra parecia ser a de Michael. Respiro fundo e abro a porta com as compras e o buquê nas mãos.

-Hey! Quer uma ajuda?- Jackie diz levantando-se do sofá e me ajudando a levar as compras até a cozinha.

-Hm, alguém deixou um buquê de flores aqui no porta para você.- digo cautelosamente a ela.

-Eu sei. O Michael ficou por meia hora batendo na porta implorando para que eu abrisse....- ela diz com um tom baixo e triste de voz.

-O que você quer que eu faça com o buquê então?

-Faz o que você quiser... Vou ver se a Gabi já acordou Okay?- ela diz e apenas aceno com a cabeça.

Ponho as flores em um vaso que tínhamos guardado, e o coloco em cima da mesa. Sobre a carta, decido guarda-la comigo em meu quarto, para que então quando fosse o momento certo, daria a Jackie ler.

[...]

Guardo as coisas tudo nos armários e então, finalmente me sento no sofá para me relaxar.

Pego meu telefone, e decido mandar uma mensagem ao Ash.

"Hey meu cabeludo, está acordado?"

"Hey Flor, estou sim. Está tudo bem aí com as meninas?"

"Elas estão segurando a barra, eu acho. Será que poderíamos nos encontrar?"

"Claro, se quiser poderíamos ir até a um parque perto da praia."

"Seria ótimo! Te vejo lá. Te amo."

"Também te amo Flor, muito."

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Stay - Love isn't always perfectOnde histórias criam vida. Descubra agora