Sequestro

Milla

Hoje é sábado dia de ir ver meus avós e sair com os amigos.
Acordo animada, como nunca antes. O que uma noite de mensagens com o Michael não faz. Ele é tão carinhoso, tão sensível e eu nao me canso de falar, falar e falar com ele! Queria viver um amor igual o dos meus pais... A diferença é que Michael é rico então seria menos complicado.

Chego na casa dos meus velhinhos a procura do James uma siamês linda, tao carinhosa. Sim. Ela é fêmea, uma gata com nome de gato. Quando ela chegou achei que fosse macho chamei de James e super combinou, quando descobrimos que era uma menininha eu não quis mudar, ficou decidido que ela seria lésbica.

Depois de encontrar com a gata desço para o jardim, aquele mesmo que meus país se conheceram, e fico sonhando em um dia estar aqui com o Michael e bem na hora meu celular toca.

- Alô! Michael é você? Teu número está restrito! Michael? -só ele que me liga, só pode ser ele.

- Dia 27 não ouse aparecer na escola, se não eu te mato! Estou te vigiando nesse exato momento, você fica linda de vestido branco e trança. Não brinque, nao apareça! - diz uma voz abafada, indistinguível.

Olho no portão, não vejo ninguém e entro correndo, decido contar aos meus pais apenas quando chegarmos em casa. Meus avós vivem com problemas de saúde, tenho medo de assustá-los.

Chego em casa me antecipo a dizer tudo que ouvi naquela misteriosa ligação. Meu pai se preocupa no primeiro momento, mas depois sugeri ser um trote de algum amigo meu. Mas quem faria um  trote infeliz desse?

De qualquer forma dia 27 não vou aparecer na aula, capaz de eu mudar de escola, de cidade talvez. Eu sinto medo!

Durante o jantar o assunto ligação perigosa entra em pauta novamente. Meu pai aceita minha decisão de não ir para escola nesse dia e insiste que seria melhor eu mudar de número. Por mais que eu saiba que dará um trabalho danado passar meu novo número para os meus contatos, eu aceito que é uma boa ideia.

E diferente do planejado, acabou sendo um dia de terror e sem direito a ver os amigos!

No outro dia, troco o número e me sinto razoavelmente mais segura. E cada vez que se aproxima o famigerado dia eu sinto uma sensação estranha, desconfortavelmente estranha.

Ando tendo pesadelos, pesadelos super terríveis e o medo não me deixa em paz.

- Michael tudo bem? Desculpa te ligar essa hora, a Karine deve estar  dormindo e eu não estou bem, preciso de alguém para conversar agora! Pode falar? - desabo em lágrimas que quase escorrem pelo celular.

- Oi anjinha, to aqui. O que sente? - sua voz é mansa e me acalma.

- Eu sinto medo! Me sinto vigiada, desprotegida. Não sei. É ruim! - falo tentando me controlar.

- Respira! Calma! Está tudo bem! Você é a menina mais protegida que conheço, ninguém ultrapassa esses portões do seu palácio - diz rindo e me fazendo rir também.

- Michael! - falo tímida - Fui ameaçada ontem, pediram para eu não ir para escola dia vinte e sete, nao sei se devo levar na brincadeira ou a sério. Me dá uma ideia? Me diz o que acha!

- Como assim? Você nao denunciou? Vocês tem que fazer alguma coisa! Isso não pode sair barato! Você imagina quem pode ter sido? - fala alterado.

- Não faço ideia e o número era restrito. Não consigo pensar em nada! - saio da cama e vou para janela respirar.

- Michel? - respiro fundo.

- Sim querida? - responde suave.

- Obrigada por existir! - digo sorrindo.

- Obrigada por me deixar existir em sua vida! - ele fala quase sussurrando.

Eu e Michael sempre estudamos na mesma sala, as pessoas acham que temos um romance, mas nunca rolou nada entre nós! Eu alimento um sentimento por ele, mas não consigo revelar, ele demostra gostar de mim é sempre tão atencioso. E eu espero ansiosa pelo dia em que ele irá se declarar.
Quero que ele seja a primeira pessoa a me fazer sentir a sensação de um beijo.