Daniel

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Estou atrasado para reunião na casa do meu tio, me distraí com umas vagabundas que mandei trazer para mim. São qualquer uma, apenas distração. Como sempre.

Pego a moto, e saio sem controle, sem lei até a casa do tio Jarbas e já estão todos aqui me olhando feio.

- E aí? Qual problema? Quem morreu? - Ironizei.

- É o seguinte Killer, vai levar a sério ou nao vai? Cansei das suas folgas rapaz, na próxima nem deixo voce entrar, te dou um tiro da porta mesmo!!! - Meu pai fala bravo.

- Tá certo! Suave! Tamo junto!!! - acalmo.

Meu tio começa a falar, um bafo desgraçado me desconcentra.
O cara fica tanto tempo de boca fechada que quando abre, fede carniça.

Começou a dizer sua ideia.

- Andei pesquisando e em Campinas tem um cara podrão de rico, um cara não, uma familia podrona de rica. São donos de hospitais, hotéis, agências de viagens... Companhia aérea meus chapas!!! Tem noção da grana que a gente pode arrancar desses caras??? -fala super impolgado, como nunca havia visto.

- E como planeja isso? - questiono curioso.

- Já ouviu falar de sequestro? A familia tem uma mina novinha, estuda ainda, dezessete aninhos, alvo fácil. Pegamos a novinha, levamos para uma noite de gostosuras e ainda tiramos o pé da lama. Podemos tirar milhões de reais facinho! - fala mais empolgado ainda.

- EPA! Minha mão até coçou! Perfeito!!! - meu pai se empolga junto.

- Não topo! Nao achei legal! Quer tirar grana pega um dos caras! Agora, pegar a mina, traumatizar a mina que nem tem nada a ver com as paradas, nao acho legal. - falo firme

- Desde quando tu sente dó de mina nova? E aquelas novinhas que você traumatiza toda noite? - meu pai ironiza, rindo e piscando pro meu tio.

- Uma historia não tem nada a ver com a outra. Tô fora! Desse sequestro não participo - cuspo.

Meu pai sem pensar duas vezes, vem pra cisma de mim, já com a faca no meu pescoço, me ameaça e me deixa sem ação.
Me chantageou, disse que se eu nao ajudar, ele mata a Laurinha.

Laurinha é o amor da minha vida, tem sete anos e é uma menina doce que foi abandonada aqui nas quebradas e eu a ajudo, ela é a única que faz meu coração amolecer.

Talvez tenha pensado nela, quando não concordo com esse maldito sequestro, não suportaria se minha pequena passasse por uma situação dessa. Sei bem o que essa familia sentirá ao perder a princesa deles.

Acabo aceitando tudo, mesmo sem querer, mesmo pensando em tudo que acho errado com essa ideia. Só não tenho alternativa.

Decidimos tudo. A hora,  local, o momento e onde a deixaremos. Está tudo completamente calculado. Por mais que Jarbas tenha dito só agora, ele já havia planejado isso desde muito antes. Ele sabe ter boas estratégias.

Eis o plano...

No dia 27 de setembro as 13 horas da tarde, na saída da escola, meu pai será um idoso cego,precisando de alguém para ajudar a chegar no carro do outro lado da rua. Eu rendo o motorista que busca a menina e meu tio estará aguardando no carro, pronto para arrancar.

Isso será um pesadelo!!!

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