Daniel

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Olá pessoal! Desculpem a ausência! Com essas festas de fim de ano ficou tudo muito corrido para mim. Mas pelo menos agora estou de férias, não tem festas (só meu aniversário dia 5, mas será bem tranquilo rss). E então prometo usar esse tempo livre para me dedicar nesse livro e terminá-lo com maestria. Chega de enrolação e partiu!

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Bateu um aperto. Sensação de quase morte. Uma vontade imensa de gritar. Vê-la indo embora, sendo levada daquela maneira, foi como uma sentença para mim, estou pagando dessa forma por todos os meus pecados e essa forma dói muito, dói demais. Estou aqui dentro desse quarto vazio, que ainda seu cheiro é tão presente me dá o sentimento de que tudo foi só um sonho e um sonho muito maluco e que nunca mais voltarei a sonhar. 

Lembro que tenho que encontrá-la no lugar onde será largada e me apresso. Guardo tudo que tenho que guardar em movimentos tão rápidos que parece impensáveis. Me culpo por ter me esquecido. Pego minha moto que fica do lado de fora da  casa e enquanto estou a caminho da estrada velha, lembranças voltam à tona. Lembro-me do dia que adoeci no sofá e ela cuidou de mim e teve a oportunidade de escapar, estava tudo propício para isso e mesmo assim ela não fez, não me deixou sozinho. Ela me escolheu naquele momento. E então, um sorriso finalmente escapa.

Chego na estrada velha e ligo para o meu tio para ter informação da sua localidade. Me tranquilizo ao perceber que cheguei primeiro, invento alguma coisa, digo que estou em casa me preparando para a viagem e desligo para dar tempo de me esconder.  Encontro o lugar perfeito. Subo em cima de um trem velho com dois furos que parecem estrategicamente colocados para algo desse tipo, porque com eles consigo olhar a estrada, o que fazem lá fora e ainda assim não ser enxergado. 

Meu coração acelera ao ver o  Siena preto se aproximando. O medo de ver o que não quero é grande e já fico pronto para qualquer coisa, até para uma guerra com eles caso eu veja que eles estão a machucando. Não me importo mais com nada nesse momento, a capacidade de pensar não existe aqui. Somente o impulso de salvá-la de qualquer situação, qualquer uma.

Ela é jogada para fora do carro e em minutos ele arranca e sai a milhão, fazendo subir uma forte cortina de poeira. Corro em direção dele e percebo que devido a queda ela tem alguns machucados leves. Carrego a Milla no colo em direção ao trem velho que eu estava.

- Eles fizeram alguma coisa com você? - seguro seu rosto com as minhas duas mãos e ela geme por ter relado na ferida do lado esquerdo da sua bochecha. - Desculpa meu amor! 

- Não fizeram nada comigo, estou machucada por causa da forma que me jogaram - Sinto seu corpo tremer e ela deixa nítido que está assustada.

- Se acalma! Vem cá! Me abraça um pouco! - puxo-a de costa para  os meu braços, nos sentamos nos chão com ela entre minhas pernas e fico assim por alguns minutos, com a intenção de acalma-la, mas no fundo isso tudo é uma grande despedida.

- Você vai para o México e não volta mais? - ela pergunta alisando o polegar nos meus braços que se entrelaçam sobre ela. 

- Eu disse que eu lutaria por você e não menti, por mais medo que tenha de não ser a pessoa certa. Eu também não consigo imaginar a possibilidade de nunca mais te ver. Eu preciso desse tempo para pensar no que fazer. E quero que você saiba que eu não estou indo com eles, eu vou por mim mesmo, sem crime, sem meu pai, sem suas ameças. Vou com a minha pequena e só. Eu não vou aceitar o dinheiro do seu sequestro, não conseguiria voltar para você depois de passar uma temporada fora, usufruindo de um dinheiro que veio dessa forma. Eu sei que de qualquer jeito estarei com um dinheiro que não é meu, mas é o que tenho. Quero que seja meus últimos dinheiro desonestos - beijo o alto da sua cabeça.

- Eu tenho uma ideia melhor. - Ela se vira, afim de me olhar nos olhos e percebo que virá algo sério - Quero que você fique com o dinheiro do sequestro.

- Nãooooo! Isso não! Eu não quero ficar com o seu dinheiro, foi através de você que senti vontade de ser melhor, usar ele, me faria sentir que não te mereço. Entende?

- Entendo! Mas deixa eu te explicar o que pensei? - aceno que sim completamente calado - Você fica com a sua parte do dinheiro do sequestro, você vai viajar com ele. Eu quero que você sinta que esse dinheiro foi dado por mim, para você mudar de vida. Prefiro que você devolva para o seu pai tudo que você tem que foi proporcionado pelo crime. É certo que ele não merece nada disso. Mas tenho certeza que ele ficará mais convencido da sua saída do "esquema" se ele sentir que vai lucrar com isso. Você reconstrói sua vida com um dinheiro que realmente valerá a pena, vou não roubou, ele é nosso. Você vai usar para voltar para mim! O que você acha?

- É um empréstimo! Eu vou fazer alguma coisa, vou fazer render e eu vou voltar para você sendo alguém muito melhor, alguém que te mereça. Você vai me esperar? - nos levantamos e ela me beija docemente.

-  Te espero o tempo que for!!!

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