Não consigo conter meu desespero ao vê-la caída no chão, não consigo entender o motivo. E se ela estiver doente? Meu Deus! O que pode ter acontecido? Como tirá-la daqui para levá-la ao médico? Seguro em meus braços e a levo para a cama.
Toco o seu lábios e por mais tenso que esteja,não consigo evitar, vê-la assim tão perto e vulnerável me desperta o desejo de cuidar, de proteger. Como adoraria tê-la conhecido em uma outra situação, como gostaria de fazer parte do mesmo mundo. Tenho inveja dos homens que um dia terão o prazer de conquistá-la e de tê-la.
Ponho minha mão em sua testa, porque me lembro que é sempre muito importante verificar se está em estado febril. Lembro do dia que a Laurinha adoeceu e ao levá-la ao médico, o doutor me disse que essa é a primeira coisa que temos que verificar, pois se estiver com febre, levar ao médico é indispensável. Faço isso com muito cuidado e considero que ainda bem, com febre ela não está. Por via das dúvida, decido conferir mais uma vez, talvez tenha que tocar sua nuca também, dessa vez a ergo, para que fique com o rosto próximo e volto a colocar a mão em seu rosto e ao tocar em sua nuca, ela acorda com um olhar assustado e um semblante confuso e totalmente pálida.
- Você desmaiou! - passo a mão em seus braços e percebo que está gelada, sem pensar tiro a blusa e a esquento - Acho que vou ter que fazer alguma coisa para que você seja medicada.
- Estou com fome! - passa a mão no cabelo, querendo ajeitá-lo. - Eu não comi nada o dia inteiro, talvez seja por isso que tenha desmaiado.
- Nossa! Desculpa? Eu não havia percebido. Como eu pude deixar isso acontecer? Não me perdoaria se por um descuido tolo desse eu a deixasse doente. - me levanto para pegar algo.
Procuro algo saudável na sacola que tinha no quarto e só encontro lanches e biscoitos, não fico satisfeito com essas opções, pego uma barra de cereal que tinha na minha bolsa e entrego para que coma algo a princípio. Saio do quarto vou a cozinha conferir se tinha alguma coisa. Encontro um macarrão, procuro na embalagem o prazo de validade e torço para que ainda dê pra comer, já que provavelmente esteja há muito tempo guardado. E por sorte, ainda faltava dois meses para vencer.
Na geladeira, eu já tinha visto que tinha tomate e alguns temperos que eu mesmo tinha guardado do almoço de alguns dias atrás e resolvo fazer o molho com o que tinha. Sei cozinhar desde os meus nove anos, já que nunca tive a presença paterna e muito menos materna, teve uma hora que tive que aprender a me virar, ou teria que comer lanches, macarrão instantâneo ou fast-foods o resto da vida.
Enquanto preparo o jantar eu não conseguia parar de pensar do quão imprudente eu estava sendo, me ligava em cuidar para que ela esteja sempre bem psicologicamente e não me atentei ao fator super importante também: sua saúde. E já havia planejada os próximos passos.
- Alô! Meu pai está aí? - falo impaciente, odeio quando atendem o telefone dele, esses drogados que ficam em sua colam não conseguem nem falar direito. - Pai, preciso de algumas coisas importante. Estou sem vitamina e não posso sair para comprar. E também quero alguns alimentos para eu fazer aqui. Você sabe que não posso sair, então vocês trazem isso pra mim.
- Que tipo de vitamina? E o que tenho que comprar? - percebo que está bêbado.
- Vamos fazer um seguinte te passo uma lista pelo Whats! Quando você estiver são, você vê! - e desligo.
Para não esquecer já começo a digitar tudo que preciso.
Você: Trás pra mim, amanhã ainda. 1 polivitamínico de qualquer marca, 1 pacote pequeno de arroz, alho, cebola, feijão, macarrão, molho de tomate, algumas frutas, alface e cenoura, ovos, sal, açúcar, azeite, temperos e frango. Por enquanto é isso.
Louse: Vrei donp dp mercsdp agr kkkkkkkkkkmm
Ele sem beber já sai tudo errado, bebendo então, não poderia sair melhor. Consegui decifrar sua irônia. "Virei dono do mercado agora?" . Não, não virou! Respondo mentalmente.
Termino de fazer o macarrão e vou direto levar para ela comer. Entro no quarto e vejo que já estava dormindo, deve ser fraqueza e a culpa já me corrói. Coloco a bandeja na mesinha ao seu lado, sento na cama devagar e tento acordá-la com cuidado. Me aproximo e suavemente a chamo. E então, ela grita assustada como se eu tivesse-a tirado de um pesadelo horrível. E automaticamente e de uma forma totalmente inesperada me abraça deliciosamente forte.
Percebo seu tremor, seu suor, não deve ter sido um sonho fácil. Tento confortá-la da melhor forma possível.
- Calma meu doce! - beijo sua testa, quando eu vejo eu já soltei o "meu doce", como se não existisse uma outra forma para me referir, e realmente não existe, é isso que ela é - Está tudo bem, se acalme por favor!
- Eu sonhei que... Meu Deus! Minha família inteira morria e eles não poderiam pagar meu resgate e seu pai vinha aqui acabar comigo. Deve ser um aviso, deve estar acontecendo algo com eles, eu preciso saber se está tudo bem em casa. Por favor me ajude a descobrir? - seus olhos são de total dor e súplica e ela continua abraçada e eu a sinto cada vez com mais força.
- Eu vou tentar descobrir se está tudo bem! - solto-a dos meus braços para olhar em seus olhos, preciso fazê-la sentir que eu estou falando sério, preciso provar que pode acreditar nisso. - Eu prometo! Confia em mim?
Uhum! - acena com a cabeça e volta a me abraçar. - Confio Killer!
Beijo seu rosto lentamente e não consigo deixar de pensar de como seria perfeito se esse momento parasse e virasse eterno.
- Meu doce! - sussurro eu seu ouvido sem medo, sem pensar em tudo que disse que teria que evitar.
Como nada é perfeito... esse momento não parou e não virou eterno, a realidade bateu na minha porta em forma de.
- Entra tio Jarbas! - ele entra e me entrega a sacola de tudo que eu pedi, impressionantemente rápido.
- Estava com o seu pai quando você mandou a mensagem, achei importante resolver isso hoje, já que amanhã passaremos o dia conversando com a família da princesinha aí. - acena com a cabeça em direção à porta do quarto.
- Vocês tem alguma notícia da família dela? Sabe se será segunda que eles darão o dinheiro? - falo baixo para que ela não ouça e meu tio perceba que deverá responder na mesma altura.
- Falamos com eles ontem. O que falaram é o mesmo de sempre, que já conseguiram o dinheiro, que estão com problema financeiro, que eles não tinham em espécie, precisaram vender alguns bens e que darão o mais rápido possível. - entendeu o recado e diz baixinho também.
- Ótimo! - eu realmente fico feliz por ela ficar livre em breve, mas sinto muito por saber que depois que ela sair daqui, jamais voltarei a vê-la.
Depois que meu tio sai, volto ao quarto e percebo que ela já comeu tudo. Fico satisfeito ao ver que ela gostou, pois a primeira coisa que fala ao perceber que reparei no prato quase limpo é que eu cozinho muito bem. E pela primeira vez em todos esses dias, ela me dá um sorriso enorme, como se nem estivesse em um cativeiro. Me aproximo dela, retiro o prato da cama e sem nem me importar eu digo o quanto aquele sorriso é maravilhoso... Ah e como é linda corada.

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Sequestro
RomansaPlagio é crime! Os direitos são reservados. Essa obra já foi registrada. Meu nome é Daniel. Eu fui criado para ser bandido, sou filho do pior deles, todo medo que um dia eu senti na vida se transformou em ódio, eu faço parte de todos os crimes, só...