Daniel

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Recadinho rápido!
Estou muito, muito, muito feliz com as visualizações do livro e agradeço a todos que dedicam o tempo para curtir "O sequestro". Essa história nasceu de um sonho que eu tive e esse sonho acabou sem um final, então estou usando a imaginação para dar um enredo maravilhoso.
Então... Partiu para mais um capitulo!

Por favor não chora! - vê-la chorar dessa forma fez meu mundo cair ao mesmo tempo que me surpreendeu. Eu disse aquilo com a intenção de tranquilizá-la e achando que era isso que ela gostaria de ouvir de mim. — O que eu fiz?

— Você está certo. Eu mereço o melhor, mereço mesmo. Obrigada por me lembrar! - ela enxuga as lágrimas e até solta um singelo sorriso, tentando me convencer de que está tudo bem.

Ela deita e eu percebo que esse silencio que pairou sobre nós, acaba de provar que tudo isso é apenas loucuras de um sequestrador carente e uma menininha indefesa, com medo e sozinha, em um lugar que a única pessoa que lhe mostrou compaixão foi eu. Tudo é apenas passageiro e daqui não levaremos nada, talvez nem lembranças da parte dela e se lembrar, será apenas dos péssimos momentos. Todo esse pensamento surge com a ideia de me consolar, mas na verdade só me fez sentir uma dor muito grande e jamais sentida antes. O que está acontecendo comigo?

Após algumas horas eu recebo uma ligação do meu pai, dizendo que já combinaram a entrega do valor do sequestro. Eles vibravam do outro lado da linha e eu olhava pra ela em um sono tranquilo e já começava ali minha despedida.
Ao mesmo tempo que sentia um alivio que já estamos chegando ao fim eu também me sentia perdido por não saber o que fazer depois. Talvez parar e correr grandes riscos, além de meu pai saber onde doeria mais em mim, caso ele quisesse se vingar. Uma coisa eu sei. Tenho muito o que pensar, antes de tomar qualquer minima decisão que fosse.

— Ei, acorda! Fiz um lanche pra você! - toquei em seu ombro com tanto cuidado que parecia um cristal, não quero assustá-lá.

— Eu não estou com fome, obrigada! - ela olha o lanche e vira de novo para a parede.

— Nem vem com essa. Você vai comer sim nem que eu coloque na sua boca a força. - falo com um sorriso na voz para parecer simpático e não tão rude como costumo ser.
Então ela se ajeita, senta e abre um sorriso em retribuição. O sorriso que me fará sentir falta de momentos assim.

— Obrigada pelo lanche! Estou satisfeita, vou voltar a dormir. - diz se esticando toda.

— Acho que é melhor você se preparar, você vai voltar pra casa logo. - tento parecer empolgado em dar a notícia, mas talvez não tenha conseguido.

E de repente ela pula da cama e fica perdida sem saber o que fazer primeiro e eu percebo que para ela é muito importante ela sair daqui. E o que eu iria querer? Que chorasse por mim? Ainda mais sabendo a vida maravilhosa que ela tem lá fora. E nesse exato momento eu percebi que a amo, por me ver feliz, ao vê-lá assim tão radiante.

— Eu te amo!!!

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