Descobrimos que o Dr Pedro e o Dr Mauro estavam jantando juntos em um restaurante próximo ao hospital. A senhora Rish avisa ao marido que irá encontrá-lo para uma conversa importante e logo eles se pontificam a aguardar.
Quando chegamos lá, eles se surpreendem ao nos ver juntos, como Leonor Rish acabara de chegar do Brasil, foi bastante estranho para eles verem nós dois chegando juntos ao restaurante.
Ela logo se aproxima da mesa deixando a recepcionista falando sozinha ao nos perguntar se tinhamos reserva. Dr Pedro sem esperar comprimentos ja se adianta nos perguntando como nos conhecemos e ela não para pra pensar, vai dizendo tudo que descobriu sem nenhum pudor.
- Que absurdo é esse? - Dr Rish pergunta confuso.
- Eu não devia me meter, mas lhes garanto que o Daniel não é um bandido, ele é uma vítima tanto quanto sua filha. Olha para ele, é um garoto de boa índole. Se nao fosse, ele ja teria fugido, mas não, ele esta aqui disposto a conversar e explicar mesmo sendo tão dificil a situação. - Dr Mauro surpreendentemente se prontifica a me defender e só com o olhar eu agradeço.
- Dr Rish, com todo o respeito que lhe devo... assim como eu disse para sua esposa, eu preciso te dizer também. Eu amo sua filha e eu garanto que nao queria sequestrá-la, mas fui um covarde em não ter lutado mais por não fazer isso, mas sem intenção nenhuma eu ajudei sua filha enquanto estava lá no cativeiro e por isso; por toda essa empatia, nós acabamos nos apaixonando. O Daniel bandido era uma máscara que eu era forçado a carregar e a vida, ela propria me obrigou a seguir assim, mas a Camilla me deu força para agir diferente e hoje com todo o amor que carrego em mim, eu garanto fazê-la feliz.
Enquanto eu falava percebia uma movimentação estranha no outro salão do restaurante e de repente ouvimos tiros e muitos gritos. Em um ato imediato puxo a senhora Leonor para atrás da cadeira e grito para que se abaixem. E então três homens encapuzados entram gritando e dizendo que era assalto. Olho para o sr e sra Rish e vejo o desespero nos olhos deles, me distraio tentando acalmá-los e de repente sou puxado por um dos bandidos.
- Olha quem eu encontro aqui. - o bandido sussura no meu ouvido enquanto um braço envolve o meu pescoço e o outro me aponta uma arma e ja reconheço a voz.
- Meu Deus pai! Pra quê isso? - respondo no mesmo tom de voz e tento disfarçar.
- Não vem com sermão para o meu lado. - sussura e logo em seguida grita - Vem comigo!
O Mauro se agita, levanta e tenta evitar de eu ser levado e então no mesmo momento, num ato imediato meu pai atira contra ele, eu consigo usar minha força contra o meu pai e retiro a arma de sua mão e aponto em sua direção, logo em seguida os dois bandido que estavam com meu pai, que rondava pelos salões do fundo aparecem e um deles se aproxima de mim.
- Se você atirar eu atiro em você - ouço a voz atras e como eu imaginava é o meu tio.
Olho para o dr Mauro e vejo que a bala acertou seu ombro, consigo olhá-lo de relance e ver que ainda está consciente. Olhando a situação percebo que terei que me render, estou com dois atrás de mim e sem ajuda não conseguirei sair dessa. E numa fração de segundo, Dr Rish rende o terceiro bandido, aproveito e me posiciono para ficar mais próximo do meu pai e só meu tio fica livre para fazer alguma coisa, mas mesmo assim eu temo, pois sei como é esperto.
- Você nao mataria seu pai né? - meu pai fala tremendo com um medo evidente e meu tio já faz cara de reprovação.
Consigo entender o que meu tio pensou. Se não estou mais do lado deles, com todos sabendo quem são, obviamente quando conseguirem fugir eu serei obrigado a dar um retrato falado, ja que ficou provado que os conheço bem.
- Você nunca foi um pai! Eu sou capaz de salvar vidas inocentes de pessoas como vocês. Então, nao duvide. Eu atiro sim! - cuspo essas palavras e me sinto feliz em não estar com eles desta vez.
Ouvimos uma sirene policial e meu tio se antecipa, pega a senhora Leonor como refém e eu ajo. Sem pensar eu dou uma coronhada fortíssima na cabeça do meu pai e ele cai desmaiado no chão e muito rapidamente disparo contra o meu tio pelas costas enquanto ele ia para trás do salão. Ele cai de frente pro chão e a policia entra rendendo o outro bandido e verificando os feridos.
Todos são socorridos. Meu tio, meu pai e o Mauro sao hospitalizados e obviamente serão presos e eu não tenho nenhum remorso. Sei que que eles podem por vingança dizer que fiz parte da quadrilha e que inclusive participei de vários crimes, até mesmo um sequestro, mas mesmo sabendo disso, eu não sinto medo. Sinto que com isso eu estou me limpando, me livrando dos meus erros e se eu tiver que ser preso, eu serei, tendo consciência que eu sou muito melhor que eles.

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Sequestro
RomancePlagio é crime! Os direitos são reservados. Essa obra já foi registrada. Meu nome é Daniel. Eu fui criado para ser bandido, sou filho do pior deles, todo medo que um dia eu senti na vida se transformou em ódio, eu faço parte de todos os crimes, só...