Sequestro

Milla

Pessoal estou escrevendo pelo celular mesmo, talvez fique mais curtinho, mas assim que chegar em casa eu mando dois capítulos grandões.

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Acordei presenciando uma cena que me desesperou.

— O que você fez com a minha filha Michael? - e em seguida meu pai dá um soco no rosto dele.

— Espero que o senhor nos perdoe por isso, mas por mais que o senhor me culpe e não goste... Eu tenho que lhe confessar que estou muito feliz em saber que serei pai.

— Você se aproveitou da fragilidade dela. Estou muito decepcionado com você. Mas agora está feito e vocês terão que casar! Não quero uma filha mãe solteira.

— Terei o maior prazer nisso. Eu não vou me abster dos meus deveres.

Ouço essa conversa e eu não consigo ter forças para agir e impedir isso. Porque ele está dizendo que será pai e porque meu pai quer que eu case. O que está acontecendo?

— Alguem? Por favor? Ei, eu acordei, alguém me ajuda!

— Filha, meu amor! - minha mãe corre para me amparar — porque você não me contou filha, porque não me disse nada que tinha perdido a virgindade. Eu sou sua mae jamais iria te julgar e eu iria te ajudar a evitar essa situação. Você só tem dezessete anos e já vai ser mãe.

— Meu Deus, mãe eu não posso... - ela abaixa minha a cabeça e poe o dedo em meus lábios para que eu não fale mais.

— Não se preocupe querida, nós vamos dar um jeito nisso! Você não vai cuidar dessa criança sozinha.

Eu não consigo acreditar nessa situação, agora tudo faz sentido. O Michael esta se passando como pai do meu filho. Quem ele pensa que é? Eu não posso aceitar isso. Eu não posso estar grávida, como vou contar para o Daniel. Mais do que nunca eu tenho que ir para o México encontrá-lo, ele precisa me ajudar.

Volto para casa e meu pai entra em meu quarto para uma conversa que preferia não ter tido nunca. Eu não quero saber de casar com o Michael e também ainda não tive coragem de falar que ele mentiu. Como dizer ao meu pai que engravidei do meu seqüestrador? Eu prefiro conversar com o Michael primeiro e fazer ele me explicar toda essa história.

— Pai o Michael está aqui em baixo?

— Não filha, ele já foi. Tivemos uma conversa a respeito do que aconteceu e ele já me explicou que tem boas intenções com você. Vocês erraram, mas ele é um bom menino e tenho certeza que honrará com todas as obrigações de marido e pai. Amanha ele estará aqui com a família dele e todos nos decidiremos juntos o destino de vocês.

Enquanto ele falava eu só chorava, por ser fraca e covarde nesse momento. Isso não podia estar acontecendo. Eu não tenho forças.

Meu Deus me ajuda!

Pego a carta do Daniel que deixo na gaveta da cabeceira e releio, tentando encontrar forças no amor que temos um para o outro. E então, vou para frente do espelho ver se já existe algo diferente em mim, fico de lado, estico a blusa do pijama pra ver se já tenho barriga e ali, sinto uma pontinha de entusiamo, porque querendo ou não é um bebê meu e dele, concebido com muito amor. Eu devia ter lembrado do risco que eu teria fazendo amor sem camisinha, mas jamais imaginei, que depois de tanta coisa que me aconteceu eu também fosse “sorteada" com mais essa surpresa.

Ligo para a Ka e peço pra ela vir me ver, ela é a única que posso desabafar e a única que pode me ajudar a enfrentar as feras amanhã.