Daniel

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Cheguei em casa e já consigo ouvir a voz da Laurinha brincando nos fundos, meu coração se explode de saudade, assovio como de costume e ela reconhece, como sempre.
Ouço o barulhinho do seu brinquedo e já percebo que é ela pulando dele para me encontrar. E a sua recepção é a melhor que existe, seu abraço me acalma, sinto paz, ela me ama, acho que será a única pessoa que me amará e eu dedicarei somente a ela o meu amor.

- Como você está minha princesa guerreira? - toco em seus cabelos para tirá-los do rosto.

- Eu estava brincando tio! Quer ver o que eu aprendi? - me puxa para o quintal dos fundos pulando. - a dona Lili me ensinou!

- Vamos ver o que você anda aprontando, já estava morrendo de saudade da minha pequena brincando - digo empolgado com o entusiamo de Laurinha.

Ela pula no cavalinho de plástico e aos poucos vai ficando de pé em cima dele e se equilibra na parede, flexionando os braços para que ela consiga se balançar sem a ajuda de ninguém.

- Que legal linda! Agora vai poder brincar sozinha a hora que quiser - a puxo do brinquedo para o meu colo - Mas cuidado para nao se machucar, brinque sempre com cuidado, tudo bem?

- Sim, sim, plim, plim - balança a cabeça afirmando e apertando meu nariz com um largo sorriso.

Pego o celular e ligo para a Camilla, o tempo que fico com a Laurinha quase me faz esquecer que preciso ficar de olho. A chamada demora um pouco a ser atendida, mas quando ela atende consigo ouvir apenas um som, come se ela estivesse arrastando o telefone por alguma coisa, um pano talvez!
Me despeço da Laurinha e já me apresso em voltar, sem deixar de tentar ouvir, nesse momento consigo escutar ele pedindo algo, a voz está longe, mas o pouco que entendo já me faz perceber o que está acontecendo.

- Está aí? Me ajuda por favor! - sua voz sai como um susurro em soluços.

- Estou! Fique calma! Faz o que ele mandar, eu vou chegar a tempo, estou a caminho e ele não vai te tocar - falo calmamente.

- Obrigada! - sussura ainda mais baixo.

- Não desliga o telefone! Estou chegando - tento ser breve para que dê tempo de ela ouvir.

Chego na casa abrindo a porta da frente com tudo, com muita pressa. Logo em seguida, já empurro a porta do quarto e encontro meu tio completamente nú em pé de frente da cama da Camilla a olhando apenas de calcinha e sutiã. Meu sangue ferve, pulo em cima dele e faço ele se arrepender por isso a cada soco que lanço em seu rosto, dou um chute em suas partes baixas e o derrubo, jogo em cima dele todas as suas roupas e o puxo para fora do quarto mesmo ainda ele estando desnorteado.
Foi pego de surpresa, nao conseguiu reagir, falar,  nem ao menos entender como cheguei daquele jeito.

- Você é um louco! Falei para nao tocar na menina! - falo enquanto espero ele se afastar daqui.

- Eu não toquei nela e você me paga! Está se achando o dono do esquema, eu posso fazer o que eu quiser também! Seu pai já está de saco cheio de você. Eu e ele vamos dar um jeito de cortar suas asinhas seu moleque - se levanta enquanto fala e sai segurando o lado esquerdo do rosto onde foi mais afetado com a minha direita poderosa.

Volto para o quarto e ela continua chorando, deitada na cama, do mesmo jeito que deixei quando parti para cima do meu tio. Seu corpo treme e seu olhar é perdido e sem vida.

Eu a abraço e ela retribui, seu corpo liso e gelado se aproxima do meu que ferve e eu só consigo sentir arrepios de estar amando senti-la perto de mim. Embora não consiga entender essa sensação, embora eu não queira me permitir sentir algo assim, eu sinto e gosto disso.

- Você está gelada! - passo meus dedos em seus braços - Vem! Coloca suas roupas, está tudo bem!

Ela apenas levanta devagar, pega cada peça de cabeça baixa, talvez só agora tenha percebido que estava sem roupa em meus braços. Mas de qualquer forma, sua delicadeza, não  faz eu me tocar que deveria nesse momento deixar de olhá-lá, pelo ao contrário, observo criteriosamente cada movimento, como uma hipnose, só quero vê-la.

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