Cap. 55 - Camila.

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Bati o pé impaciente, mais brincando com a comida em meu prato do que realmente comendo. E só permanecendo na mesa, no jantar, por pura educação que minhas mães me deram. E tentando prestar atenção no que a animada Sofia dizia sobre suas férias, mas sem conseguir muito sucesso em escutar plenamente o que minha irma caçula dizia.

Três dias.

17 mensagens de voz excluídas.

29 ligações recusadas.

36 mensagens de texto, lidas e ignoradas.

3 vindas de Lauren a minha casa, ignoradas.

Essa é a situação do meu relacionamento com Lauren, isto é, se ainda existe um relacionamento. Eu estava mal, e sincermente não queria falar com ela. Eu já havia aguentado tanto vindo de Lauren, que não sei se aguentava mais isso. Ela mentiu. Ela me enganou. E eu não sei lidar com isso.

— Ok, Sofi, por que não sobe e liga pra sua tia, e pergunta se seu primo pode passar o final de semana com você? — ouvi Lucy perguntar, e minha irmã caçula sorrir animada.

— Eu poderia chamar o Chris também, não é? Nós poderíamos brincar juntos! — minha irmã disse aparentemente animada com a ideia — Kaki, você e a Laur poderiam brincar conosco!

— Não sei se é uma boa ideia — murmurei, vendo minha irmã fazer uma careta.

— Mas, por que, se...

— Sofi, meu bem, faz o que a mamãe pediu, se não seu primo pode arranjar planos para o fim de semana — Vero pediu calma, e vi minha irmã sair correndo.

Empurrei meu prato, e estava prestes a me levantar, mas o olhar das minhas mães me dizia para permanecer sentada.

— Vocês deixaram Sofi sair — reclamei e vi as duas suspirarem em sincronia.

— Porque precisamos conversar com você — Vero disse e eu mordi meu lábio — O que aconteceu?

— Como assim? — questionei, mais para ganhar tempo do que qualquer outra coisa.

— Não se faça de desentendida, Camila — Lucy disse e eu evitei seu olhar — Você passa o dia inteiro tentando convencer eu e sua mãe a deixarmos você ficar e começar a universidde no inverno, então você vai na casa da sua namorada, e quando volta, vai direto pro quarto se inscrever na Columbia, em Nova York, e passam três dias e você já deixou seu celular no silencioso, não responde nem sua namorada, nem seus amigos, todas as vezes que Lauren veio aqui, você a deixou plantada lá por horas e você vive no seu quarto.

— Ótima observadora, mãe — sorri forçado — Só decidi que meus estudos são mais importantes que uma garota.

— Por que eu tenho a impressão que não é só isso? — Verônica perguntou retoricamente e eu suspirei — Sabe que eu vou dar meus jeitos e descobri, não sabe? Afinal, aposto que lembra da Katie.

— Ah sim, Katie, ela era adorável, não era? — Lucy concordou e senti meu rosto ruborizar.

Eu tinha 13 anos. Beijei Katie, minha colega de escola, no estacionamento, atrás do carro da mãe dela. Meu primeiro beijo. Não contei para minhas mães, elas descobriram — ao que parece a mãe de Normani viu e foi fofocar para minhas mães — Elas jogaram indiretas sobre beijos, mas eu não contei. Resultado? Minha amada mãe Verônica convidou Katie para jantar, e nos fez sentar frente a frente. No meio da sobremesa, ela simplesmente solta um "Então, Katie, como é beijar a Kaki?". Eu nunca fiquei tão vermelha, e depois daquilo contava até quando beijava alguém na bochecha.

— Vocês não são normais — resmunguei, causando risada nas duas.

— Nós sabemos — Lucy concordou e sorriu — Então, devo chamar Lauren pra jantar?

I Know What I Know (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora