Cap. 56 - Lauren.

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Me joguei na cama, irritada. Já havia perdido as contas de quantas ligações minhas, Camila havia recusado. Suspirei, me agarrando mais forte ao leãozinho de pelúcia que ela havia me dado em nosso aniversário e me estiquei, pegando meu celular , e discando o número conhecido mais uma vez.

"Esta ligação está sendo encaminhada para a caixa de mensagens, para deixar sua mensagem...

Nem para gravar uma mensagem personalizada, para eu ouvir a voz dela. Odiava essas mensagens eletrônicas. Mas meu desespero era tanto, que eu já havia lotado sua caixa de mensagens. As mensagens que eu havia enviado ontem a noite, haviam sido lidas e ignoradas.

Ok, eu mereço.

Mentir foi uma péssima ideia, mas convenhamos, não sou conhecida por ter ideias excelentes na vida. O pior, é saber que eu realmente magoei Camila, e isso me machuca. Eu nunca fui uma boa pessoa para ela, fiz tanta merda que é díficil contar. E até depois que começamos a namorar, eu fui uma idota tantas vezes, e Camila perdoou tudo, esteve do meu lado mesmo que fosse díficil, mesmo quando eu fui díficil. Então, o fato dela não me atender, não responder minhas mensagens, só deixa bem claro que a merda que eu fiz dessa vez, foi grande. E eu não tinha ideia de como compensar isso.

— Laur? — ouvi a voz do meu irmão caçula e levantei a cabeça, o vendo entrar no quarto — Mila não respondeu ainda?

— Não — respondi em um múrmurio, vendo ele se sentar na cama.

— Ela ficou chateada — Chris disse e eu assenti, tendo plena consciência disso — Por que não estuda em uma dessas escolas que passou?

— Você sabe o motivo, Chris — respondi baixo — Não posso deixar você, a mamãe e o pai aqui.

— Eles são adultos e eu tenho a eles — Chris falou — E eu faço 14 anos em algumas semanas, não sou um bebê, Lauren.

— Taylor disse quase isso uma vez — comentei com um leve sorriso.

— Sente falta dela, né? — ele perguntou baixo, e eu assenti — Eu também, apesar que ela daria um daqueles discursos se achando a adulta do ano, se visse o que você está fazendo.

— E o que eu estou fazendo? — questionei confusa.

— Deixando de viver — meu irmão respondeu tranquilo — Eu gosto de Miami, gosto de sair com meus amigos, de surfar, de jogar video game e andar de skate, só que quando for mais velho, quero conhecer outros lugares.

— Conhecer outros lugares, é diferente de se mudar por cinco anos — retruquei — E, é complicado, Christopher.

— Ok, ok, tô saindo — revirou os olhos, antes de sair do meu quarto negando com a cabeça.

Suspirei, me escorando na cabeceira da cama, puxando meu notebook para meu colo, e com a conversa com meu irmão martelando na cabeça. Eu não era idiota, eu fiz a inscrição online em todas as universidades que passei, o que Camila chamava de "pré-matrícula" e era só para dados da universidade, eu ainda não estava matriculada. Acho que no fim das contas, eu ainda tinha um desejo lá no fundo de ir estudar em outro estado, de preferência com Camila. Mas, no momento, nem sabia se Camila ainda queria alguma coisa comigo.

— Lauren!!! Visita pra você!!

Ouvi o grito da minha mãe e me levantei em um pulo, derrubando Dimitre, o leãozinho, no processo, toda minha mente torcendo para que fosse Camila. Desci as escadas correndo - quase tropeçando e rolando escada a baixo -, mas travei assim que cheguei na sala e vi Verônica Iglesias em pé, no centro da sala. Respirei fundo, umas 37 vezes, antes de obrigar meus pés a andarem

I Know What I Know (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora