Longânimo Tempo

1 0 0
                                    

Do céu azulado, um abajur em mantra
Um sorriso ausentou-se nestas horas
Em nó da gravateira enraizada
n'uma pequena gaveta despercebida:
- Abre os alas de nossas alegrias.

Em luz nos confins do túnel, pela fresta do medo
acabam-se os rodeios de palavras
Toda frase é uma 'coisa alguma'
Toda crase é um acidente de penumbra
que insiste chamar-lhe a atenção...sem perceber.

Dois retratos, pós-modernidade anil
recontam o horizonte ríspido pelas estrelas
E dos cometas, viajantes sem rumo
avistam o previsível, rasgam o céu em outroras oportunidades...

E pelos verdes abacates de suas folhas
vão caindo n'um segundo que retrocede
É a canção minimalista da primavera
que envergam do teu abraço ideologista;
E vão ali sorrir...p'ro que sobram no tempo.

E cantarolam os presentes, de tuas aves
com tuas asas que descortinam as nossas vidas.
Simples vida. Uma simples vida. E única vida.

Longânimo tempo, de tão pouco...
E de muito tempo, aqui por dentro.

As Crônicas de Uma Poesia AusenteOnde histórias criam vida. Descubra agora