Vento no Litoral

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Um sábado desconhecedor de tragédias;
De seus cinqüenta quilômetros por hora, por hora não resiste.
Enfileira as cortinas de folhas no chão e mais além;
Dos fios encabelados, só restam fios desconectados.
Do tronco da árvore, só se deixam os galhos.

O moinho de vento atravessa o ar cinzento; porém, não há chuva...
Vento...rebate e volta sem parar. Agoniza o tempo, o tempo é severo!
Arrancam os pedaços da alma cinzenta e entorta o poste que ilumina a esquina.
A esquina vive o seu breu, anti-inflamável diante de tudo.
Pois não há fogo.
Há uma escuridão.
E há uma rua...

Fronte ao campo minado, fios de alta voltagem no chão.
E só enxerguei o fio que celebra a pipa nos céus.
Toca no meu corpo e diante dela, me desviei.
E, por sorte ou ironia, não esteve a morte aos meus pés.
A morte de ser só um corpo.
E era noite.

E da casa, o silêncio.
Dentro dela, velas e castiçais,
Que iluminam a pobre escuridão.
Que aonde só se enxerga as sombras.
E as sombras vão nos guiando até que os sonhos nos separem...

E acordar a realidade numa manhã.
Sem televisão.
Sem rádio.
Sem luz.
Sem...

As Crônicas de Uma Poesia AusenteOnde histórias criam vida. Descubra agora