Paradoxos

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Nasce um dia, e logo a ausência
De quem o coração jamais importou
Troco uns telefonemas e afins
Tiro um cabide e reviro nas camisetas
Mascando chicletes vencidas
Escolhendo perguntas...
... e esquecendo as saídas.

Rasgo as cédulas
Chorei os dilemas
Pintando impossível
Plagiando os poemas
- Tudo nos é risível...

Enquanto folheio um jornal
de páginas que cheiram nostalgia
de páginas que inventam palavras
de páginas que lembram de mim
- ou de qualquer um de nós:
Somos velhos.

Rolam as pedras, os números e - talvez, a sorte.
Quero entrar p'rá tentar fugir.
Quero comer p'rá sentir vazio.
Quero escutar p'rá ter silêncio.
Quero viver p'rá ter que fingir...
...que não nasci de dia p'rá noite.

Faço amor por vaidade.
Laço um sonho por verdade.
Passo adiante do que não virá - a seguir.
Peço uma ajuda, enquanto não quero insistir.

Adeus, solidão.
Enquanto durmo com seus sonhos,
alimento as insônias,
- de minha própria vontade.

Seja minha multidão.
E não de todos.

As Crônicas de Uma Poesia AusenteOnde histórias criam vida. Descubra agora