Maheno (MCMV)

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- E despertou.
É a dor, eu sei. E quis fingir.
Foi-se a naufragar - apenas sonhos.
Deixe-me aqui, por não saber sentir.

Ah, e chorou.
Um rio de oportunidades trágicas.
Nada lhe moveu um certo pavor, de afogar as mágoas.
É a dor, eu sei...como agonia das águas.

Vai, e não se apresse.
Amanhã, terás surgido - eis um dia.
Vai, e não se apegue.
Verás as manhãs de nossas alegrias.

Demorou mais que o tempo.
Tão fugaz, n'um minucioso e precioso ponteiro.
E se moveu, sem ninguém por aceitar.

Hoje, é um dia qualquer.
E amanhã?
- Não sei.
E o futuro apressa-se no que vier.
Se vier...

Vai, e não se apresse.
Amanhã, terás surgido - eis um dia.
Vai, e não se apegue.
Verás as manhãs de nossas alegrias.

- E naufragou.

As Crônicas de Uma Poesia AusenteOnde histórias criam vida. Descubra agora