As Crônicas de Uma Poesia Ausente

A Vida (Seu Jardim)

É a vida, tentando nos achar
por adentro de nossas coragens
Estas ruas de pedras selvagens
e estes céus cinzentos
ameaçando-nos a chorar...suas lágrimas.

Pai, temo os dias tenebrosos
quando, um dia, ver-lo partir
Não vá!, sem que seus sonhos
os fazerem sorrir
Farei artesanatos eternos
com seus breves escombros...

Mãe, tenho a ti a gratidão
por quem ainda me fará acreditar
Sei que o tempo é breve, e nela estar
consciente dos tempos que virão...
- Tenho teu sorriso, e a ti - meu coração.

Eu sei que ainda é cedo - ainda
afirmar com todas as letras
de meu pensamento...
Eu sei que está tarde - ainda
pensar com todas as respostas
do meu questionamento...

Pois, o que dizer?
- Eu espero um futuro.
E vou inventando as canções...

Não há mais o que dizer, eu sei.
- Eu me espreito no escuro.
E vou ali acender os rojões...

Pro meu canto não desafinar...
...e não querer admitir a realidade!
Pois o tempo é o nosso descenso
- cabe a nós, se acostumar.

Um jardim não se faz de noite
o que uma vida pode florescer.
O amor virá de todas as formas
- só não sei no que vai ser.

Mas quando chegar
serás no silêncio.

E deixar a vida declarar...