Coração de Papel

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Vão-se os choros nos envelopes enviados...
...e na volta deste, a resposta é sim?
- Nem sempre.

E lá se vão os despedaçados [corações], escolhendo uma avenida;
Não se conseguem esconder de si mesmos, e envergonham os teus sinceros.
Falam de momentos afins, e que momentos?

Eu, no monopólio do desconhecido, sei reconhecer
Que , às vezes, tenho um coração de papel;
Abro mão dos meus sonhos p'rá uma ilusão passageira e passo a ti encontrar sempre...porém, eu sempre me escondo.

Envergonhar só porque amo a ti como amo os outros;
De escolher cada semente de plantio;
De alçar um voo pássaro;
E escrever um livro sobre mim...

Se é que amo porque, às vezes, tu choras
Nos meus braços, dou-lhe o berço;
Se é que amo porque, às vezes, tu estás longe
Nas minhas palavras, dou-lhe o conforto;
Se é que amo porque, às vezes, tu pareceis comigo
Nos mais inspirados, dou-lhe a intimidade;

Porém, se é que amo-te demais
É porque reconheço o teu valor;
Não como uma mulher, e sim como um ser humano.

As Crônicas de Uma Poesia AusenteOnde histórias criam vida. Descubra agora