XXIV

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                                                                     Capítulo Vinte e Quatro

                                                                                    Dourado

Mary trouxe um vestido branco com detalhes dourados em sua parte da qual tocara o chão. O decote justo no espartilho possuía leves detalhes com a cor dourada. As mangas tufadas eram elegantes por possuírem detalhes beges em seus feixes. Olhei-me no espelho e vi uma verdadeira princesa dos contos de fadas, mas quando na verdade eu era apenas uma humilde camponesa moradora de florestas. Não sei reagir a todas essas mordomias de Elena. Os vestidos deslumbrantes e volumosos guardados em seu guarda-roupa, suas joias e produtos para pele em sua penteadeira. Tantas coisas materiais assim, Katherine Pierce só teria em um sonho de menina, nada que iria invadir minha realidade em dias como este. As rosas no jardim olhavam-me com suas pétalas desdenhando de minha personalidade, pelo fato do espelho de Elena Gilbert não refletir mais do mesmo jeito de antes. Os cabelos lisos quebravam minha máscara em pedaços quando Patrick os olhava de modo diferenciado, como um pássaro observa que seu modo de bater as asas não é semelhante à de uma borboleta.

Os olhares de Patrick para meu rosto eram nítidos, minha visão periférica absorvia todos os detalhes de sua face angelical. Os olhos azuis observavam-me a cada pose feita no espelho para observar o vestido de Elena. Patrick tinha o espírito de alguém misterioso, um alguém que guardara vários segredos em seu baú cheio de curiosidades sobre sua personalidade. Embora eu adorasse ter uma conversa com Patrick sendo Katherine, eu tinha de ser Elena por um bom tempo até Elena conseguir obter um jeito de sair de Rose Fall com êxito, caso o contrário, eu mesma terei de tira-la de lá. Infelizmente, pensar em ter Elena presa em Rose Fall para sempre me fez ter Aurora na mente, quando seus lábios mentirosos tentaram me manipular em querer Elena fora da mansão, e eu, obtendo todos os luxos possíveis de sua adorada riqueza e poder sobre as pessoas ao seu redor. Felizmente não me encontro querendo obter este mundo assustador para mim, estou satisfeita com minhas coisas humildes e com a minha família humilde, da qual não trocaria nem por todos os vestidos vermelhos do mundo.

Mary amarrou um laço dourado em volta de minha cintura, dando mais graça ao vestido vermelho marcador de lembranças a partir de agora. Virei meus cabelos lisos em direção a Patrick olhando fixamente para o meu rosto tão branco quanto o branco das paredes falantes. Lancei um sorriso adorável e doce, típico de Elena. Patrick o devolveu com um sorriso envergonhado e corado. Senti-me poderosa por manipular as emoções de um desconhecido e tê-las sobre controle da situação. Patrick não desconfiará de nada, eu suponho, pois nada será nítido aos seus olhos refletores de mentiras. Confiei minhas mãos aos anéis dourados de Elena, um com uma pedra brilhante no meio; dispensei o uso de brincos por não ter a orelha furada, porém, muito bem escondida.

Levei meus olhos castanhos até os olhos azuis de Patrick. Sua afeição me chamava atenção por ser delicada e misteriosa. Suas escolhas e modo de falar não eram semelhantes aos de Aurora, podem ter o mesmo sangue e o mesmo gene, mas nunca terão a mesma personalidade impactante. Patrick simplesmente seria o príncipe dos contos de fada de toda a mulher, um homem alto, bonito, olhos azuis e aparentemente encantadores. Mary nos olhava com receio, querendo desdenhar algo de nossas simples trocas de olhares com duplos sentidos implícitos em nossas íris, íris cheias de palavras mergulhadas no castanho e no azul celestial.

As mãos dóceis da criada foram até meus cabelos lisos e fizeram um penteado peculiar. Duas mechas da frente encontraram o meio do cabelo, pretendendo-os com algo para segurar o liso extremamente exagerado. A criada havia terminado sua apresentação do meu visual ao meu espelho refletor de uma falsa Elena. Embora falsa, eu estava linda. Este vestido estava completamente perfeito. O rodar de seu tecido era gracioso, tão quanto às mãos de fada capaz de criar uma obra de arte tão simples, sucinta e ao mesmo tempo conseguir ser tão esplendida.

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