Esplendor

XXXV

                                                                         Capítulo Trinta e cinco

                                                             O sangue posto à prova na mesa de pedra

( em revisão)

A garota ruiva a olhou com fúria, com os cabelos flamejantes pondo sua raiva para fora de seus olhos. As mãos pálidas de Aurora amaciaram a espada fina como agulha, sem desviar o olhar da assassina de gerações: Amara Dilaurentis. Patrick a olhava paralisado vendo os demônios interiores de Aurora surgir-se quando viu o irmão humilhado no chão seco como sua compaixão, o rancor da ruiva escarlate por ver um membro da família que amava. — Mesmo que muitos não acreditem nas possibilidades de seu coração ainda ser humano. Aurora não tinha medo por enfrentar uma espada envenenada, pois o próprio veneno foi colocado na espada, o veneno de uma mulher amargurada disposta a fazer tudo para matar seu único inimigo: Aquele que um dia enfiará um punhal em seu coração negro. Amara por um momento temeu ao olhar frenético da ruiva, finalmente percebendo que criara um monstro na tentativa de criar um ser perfeito. Ou melhor. Criou os dois. O silêncio colossal transmitia medo para Amara e Patrick, pois os sentimentos de Aurora radiavam poder, uma intimidação forte o bastante para dominar um exército inteiro apenas com o olhar voraz.

Um passo foi dado por Aurora, observando os olhos atentos de Amara nos calçados da bela dama, a senhora escarlate. O contato visual era obtido pelas duas, cujo lado vencedor era aquele mantedor de ódio, intimidação. À noite, os monstros surgidos da sombra atacavam mulheres indefesas, entregues á escuridão por não terem a simples capacidade de se defender. O monstro de Patrick era Amara. Mas a defesa de Patrick era Aurora, sua única salvação capaz de derrotar algo tão egoísta.

Aurora correu até Amara. Os passos rápidos com a leveza de uma bailarina eram postos á prova na mesa de pedra, o lugar onde todos os mentirosos deveriam perecer à verdade. Os floretes se encontraram, mas apenas um sairia vencedor de uma batalha extraordinária. Aurora tentou acertar vários cortes no abdômen de Amara, infelizmente errando cada um deles pela bela agilidade da assassina de memórias. A vez de atacar fora de Amara, concretizando a tentativa de fazer um corte na cintura de Aurora. Mais uma vez, a mãe coruja estava errada. Aurora pulou com graça, permanecendo sobre o ar enquanto a lâmina passara em baixo de seus pés. Os cabelos da dama voavam no vento, com graça, beleza, e por fim, elegância. Aurora chutou o maxilar de Amara com graça, sentindo seu queixo absorver o impacto da força estupefata de seu chute. Com beleza, seu florete fora jogado para longe, respingando o veneno pelo chão castigado pelos Dilaurentis. E, finalmente, Aurora foi até Patrick com elegância, ajudando-o a levantar e superar o choque de realidade quando viu a luta da própria mãe com a filha perfeita.

— Isto é seu. — Aurora deu um revolver para Patrick. — Atire sem piedade. Isto aqui não é um jogo. É viver, ou morrer pelo veneno. A vida de Katherine está em risco, assim como a minha e a sua encontram-se no mesmo patamar. Pode fazer isso?

Patrick estava trêmulo, inseguro.

— Posso, com certeza. — respondeu Patrick com incertezas.

— Ótimo. — Aurora carregou o revolver ainda com o florete em mãos. — Temos muito trabalho a fazer.

Amara levantou-se do chão sujo pelo sangue de sua boca. A raiva seria a principal sensação sentida ao sentir o chute de Aurora. Aurora possuía poder, dignidade a ser zelada com severidade. Não perderia para mãe em nenhum momento se quer, seja na luta com espadas fatais, ou com palavras que podem decidir a continuidade de uma vida. As mãos pálidas de Amara foram até o Florete, agarrando-o com a força a qual usaria para decepar a cabeça da querida filha criada para ser a melhor, e hoje, Amara não pode admitir seu fracasso, pois não tivera nenhum além de correr o risco da derrota. E ali se encontravam os três Dilaurentis, os leões soltos por Amara, aperfeiçoados pelo tempo, enriquecidos pelo conhecimento de uma espada.