Capítulo Vinte
Desespero
A pele dela era tão branca quanto porcelana, seus olhos verdes iluminavam a escuridão do suposto porão de Stefan. A aparência frágil da ruiva a minha frente me fazia pensar sobre seus ossos terem a possível possibilidade de serem como vidro, rachados em apenas um toque. Porém, sua personalidade contada por seus lábios fizeram-me duvidar desse ponto de vista deduzido pelo castanho em meus olhos. A vela iluminava o rosto da ruiva como a cor do fogo em seus cabelos agora mal cuidados, porém, nunca perderam a vivacidade da cor. Seus lábios continuaram vermelhos, como as rosas do jardim, suas unhas estavam um pouco sujas por não terem o devido tratamento enquanto morava aqui em baixo por dois anos. Aurora me impressionou por manter esta aparência até adorável aqui em baixo por dois anos, sendo alimentada de nossos restos nos pratos. Ela passou de rainha a plebeia, mas seu espírito ainda merecia uma coroa brilhante, cheia de pedras de diamante. A meu ver, Aurora continuou sendo uma guerreira, mas espero que toda esta experiência tenha mudado seu jeito de tratar os outros, pelo o que ela me contou é claro. A situação esdrúxula da ruiva estava precisando ser salva. Com certeza o assassino que tanto quero morto tateava em sua cabeça enquanto estava sendo condenada a viver aqui em baixo por dois longos anos de puro sofrimento e inveja daquele que andavam sobre seu teto húmido.
Toda a história contada por Aurora fez meu corpo estremecer, minha camisola estava inapropriada para a ocasião explosiva, mas, era o que tínhamos para hoje. Aurora me encarava como um leão olhando um alce correndo por um campo cheio de esverdeados. Sua aura fazia meu corpo estremecer, seu olhar poderia me amedrontar a quilômetros de distância, ela é realmente o que dizia ser quando contava detalhe por detalhe de sua história. Seus fios avermelhados pareciam pegar fogo, seus lábios vermelhos estavam com sede de poder, de palavras boas o suficiente para acabar com toda a autoestima de alguém, ou algo que passar por aquela porta completamente escondida no quarto de Stefan. Infelizmente não está mais tão escondida assim. Aurora possuía o espírito de um leão, mas sua leveza e atitude era de uma tigresa, sempre sorrateira e precisa aos olhos externos daqueles que não enxergam seu coração gelado. Como eu.
Não pude deixar de sentir uma pontada de desconforto enquanto Aurora descrevia as partes em que Stefan estava envolvido. Ele era dela no passado, completamente dela. Mas agora, ele tem outro alguém para desferir beijos, e talvez Aurora não goste muito da notícia. Mas, passados são feitos de cenas e lembranças, nada pode permanecer igual por muito tempo, senão, perde a magia e a cor obtida pelo querer.
— A última coisa que eu me lembro daquela noite foi o bater das asas de um corvo próximo de mim. — Aurora deixou uma lágrima cair. — Ninguém até aquela noite conseguiu me fazer de boba, e quando eu menos espero e me sinto capaz de resolver todas as ameaças dos malditos bilhetes anônimos, me encurralaram e me mantive presa nesse lugar. Eu posso estar em qualquer lugar. Onde estou? Bulgária? África?
Ajoelhei-me ajustando a camisola fina e branca para não sujar no chão cheio de terra e formigas. Não conseguia olha-la nos olhos, aqueles grandes redemoinhos esverdeados como bromélia, a feição de liderança estampada em seu rosto intimidava Elena até seu último fio de cabelo castanho.
— Você está na mansão Salvatore, de baixo do quarto de Stefan Salvatore. — Olhei novamente para os olhos cheios de ódio de Aurora. Pareciam pegar fogo de tanta raiva posta em um único ponto. — Agora sei como você veio parar aqui.

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Esplendor
FanfictionElena Gilbert é uma integrante da família mais bem sucedida de Mystic Falls, localizada na Inglaterra. Uma garota que se julga uma garota sem sorte, pois tem um romance secreto com um membro da família Salvatore. Seu nome, é Damon. Eles se comunicam...