XXXII

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                                                                        Capítulo Trinta e dois

                                                                             A verdade omitida

— Olá, Irmão. — Aurora sorria de prazer ao ver o irmão com a mente confusa. — Sinta-se a vontade para descobrir qual é qual. Tenham uma ótima noite.

Aurora passou por mim encostando de leve em meu ombro, deixando um leve aroma de rosas.

Patrick me olhava como se estivesse encarando um espelho refletor de mentiras, um do qual jurava ser um sonho espelhado, uma visão imaginária e invisível. Os olhos do jovem correram para a cama onde adormecia a doce Katherine, a única das irmãs capaz de domar o coração amargurado por um reflexo falso da herdeira fiel, a única incapaz de deixar levar por descuidados do destino. Caroline chegara perto da porta, pedindo desculpas com os olhos repletos de incompetência. Fechei os olhos e respirei fundo, voltando a encarar o loiro de olhos azuis com a mente cheia de furos e lembranças, se achando as mais falsas de todas. Tive receio ao olhar diretamente em seus olhos desacreditados, acordados de um sono profundo onde mentiras se fantasiavam de fatos concretos, deixando seus rastros vergonhosos de baixo de seus vestidos exuberantes feitos à mão pela verdade. Encontrei-me perdida, mesmo estando encontrada por fatos verídicos, as verdades omitidas me levaram a perdição, onde se encontram os mentirosos mais perversos. Neste mundo, Aurora se encontra com uma coroa de ouro, sentada a um belo trono de cristais vermelhos. Mas há alguém mentiroso o bastante para destrona-la. Ele é conhecido como o manipulador de todas as cordas presas em seus dedos cobertos por luvas negras, o dono da máscara de cera.

Patrick não aguentou os olhos de Katherine ainda se encontrarem fechados, ambos precisavam do outro para sobreviver a isso. Vejo como eles puderam ter uma forte ligação enquanto estive fora. Não a culpo se teve a oportunidade de se apaixonar me deixou mal falada pela mansão, tudo terá seu fim certeiro, debilitado e carente de mentiras. Patrick se aproximou da cama vermelha, devagar, observou os cabelos lisos adormecidos e deu um beijo em sua testa, como um anjo abençoa o mundano necessitado. Seus olhos vieram a mim novamente, olhando-me com um olhar diferenciado, nada muito piegas, ou muito acrimonio. Sua postura se elevou, demonstrando uma forte mente para suportar todos estes choques extremamente pesados. Quando a mente é feita de ferro, até o mais puro dos aços não tem a mínima chance contra o intelecto duradouro.

Tentei me aproximar para explicar tudo a ele, entretanto, seu corpo recuou para perto de Katherine, a única cópia que Patrick gostaria de ouvir neste momento. Os dois possuíam algo mais forte do que a paixão ao redor de seus corpos. Como em pouco tempo conseguiram algo tão forte? Coisas inexplicáveis surgem o tempo todo, independente de todas as barreiras do possível, as já feitas pelo homem. Felizmente, eles sempre a quebram, construindo outra além dos olhos do homem. E assim são Katherine e Patrick, imprevisíveis, como os raios casados com as gotas de chuva.

— Eu sou Elena. Já nos conhecemos, Sr. Dilaurentis. — Disse com o coração palpitante. — A herdeira da fortuna Gilbert.

— Sei quem você é. Não precisa me contar. — Patrick olhava-me com frieza. — Apenas me diga quem é esta mulher deitada em meu quarto.

Algo corroeu minha garganta. Nunca tive uma sensação parecida ao pronunciar um nome de alguém antes. Patrick já deve ter ligado os pontos, minhas vestes repletas de sujeira e trapos rasgados.

— Se chama Katherine Pierce. — O olhei de maneira diferente.

Patrick arregalou os olhos, como se soubesse de algo que o deixaria com pistas sem fundamentos em sua mente. Nada neste momento fazia sentido para Patrick, ou para mim. Aurora acabara de me contar um caso curioso sobre R.J. Sei como Patrick se sente. O próprio se sente enganado pela vida, aliás, tudo o que fazemos de errado colocamos culpa nela inúmeras vezes, não é mesmo? É só o que nós, seres humanos, conseguimos fazer: Culpar os outros sem motivos esclarecedores, capazes de se descreverem fundamentais e precisos para tal ação cruel.

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