Esplendor

XI

                                                                                         Capítulo Onze

                                                                                              Lavanda

 – Procurem em cada canto; cada quarto e em cada árvore que habitam em nossas terras, se não trouxerem a cabeça deste assassino eu pegarei uma de vocês. Vão agora! – Stefan estava berrando ao ponto de ficar vermelho.

Os guardas saíram pela porta da frente em busca de alguém com um querer estranho, um gosto de ver meu sangue escorrendo pelo chão. A morte seria pela minha herança? Seria isso tudo uma tentativa falha de ficar com a herança patética dos Gilbert? Se o assassino estivesse com intuito de pegar o dinheiro que pertence a mim, não demoraria quatro dias e meio para tentar matar duas pessoas apenas. Ele é silencioso e cuidadoso. Duas qualidades que não devem ser atribuídas a ele de certa forma.

– Stefan, – Peguei em seu ombro com um olhar profundo em seus olhos. – não acha o tiro que seu irmão levou é mais importante do que minha própria segurança?

– Ele não corre perigo de vida, Elena. Você sim...

– Ele levou um tiro, Stefan! Além do mais, ele é seu irmão. Alguém que você deveria ter mais afeto. Não vou culpar você por se preocupar com um membro da sua família, tenho maturidade o suficiente para aceitar que a sua atenção não pode ser completamente minha.

– Mas deveria. – Respondeu Stefan inconformado. – Se precisar de alguma coisa estarei na enfermaria com Harry e Damon, se quiser companhia sabe onde me achar.

– Sei onde achar muitas coisas, sozinha.

– Não esperava outra resposta vinda de você. – Riu Stefan. – Nos vemos mais tarde.

– Até logo.

Retirei minha máscara logo depois de olhar para as penas negras atentamente. As penas simbolizavam o medo que havia dentro de mim, o medo de perder a vida por alguém imundo com sede de soberba. Não sabia o que fazer ou como agir diante aquela situação catastrófica da qual eu estou passando agora. Ainda nem consigo acreditar que me coloquei na frente de alguém esperando uma bala que acabaria comigo de uma vez por todas.

Se Stefan não tivesse agido com precisão no momento exato, eu estaria entre a vida e a morte na enfermaria contando carneirinhos enquanto desmaiada estaria. Arriscar faz parte da vida como qualquer outra coisa, mas riscos trazem consequências, e a pior de todas é saber se estamos fazendo a escolha certa, ou caindo em um abismo de dúvidas e arrependimentos pesados. Nunca estive tão corajosa quanto estive esta noite, meu coração bateu mais forte por perceber a adrenalina que me consumira agora pouco.

Levantei a saia do vestido com delicadeza e fui até meu quarto. A mansão estava escura e fria, semelhante a uma casa de horrores, só que mais assustadora pelo fato dos Salvatore serem mais ameaçadores do que espíritos de pessoas mortas brutalmente. Não tenho medo de Giuseppe e muito menos de Damon, porém, seus modos de ameaças e chantagens me fazem ter outra ideia contrária.

Os quadros dos corredores acompanhavam meus paços a caminho de meu quarto. Tirei as luvas de minhas mãos e as segurei junto á mascara. O sono conseguia me dominar por completa quando estava entediada, acho que agora não é o momento de confirmar este fato, pois a adrenalina ainda habitava meu organismo, meus olhos não conseguiam ficar mais de dez segundos fechados, gostam de explorar o mundo a fora.