Capítulo Nove
Faces
Subi até um quarto que reservaram para mim em cima, pois pela tradição da família Salvatore, as mulheres teriam de descer as escadas e descobrir seus pares mesmo estando com máscaras. Era algo admirável, porém bem desnecessário. Eu estava nervosa e aflita ao mesmo tempo, meus olhos veriam Caroline e Damon dançando enquanto eu e Stefan conversamos sobre meu ódio daqueles dois pares de olhos azuis ambulantes.
As decorações da mansão estavam bonitas para variar. Tudo de acordo com o tema das máscaras. Algumas espalhadas por quadros, outras em estátuas, e os músicos também de máscaras. Duvido que algo de útil saia deste maldito baile hoje à noite, mal sei dançar sozinha, e não quero nem pensar acompanhada. Se sair algo positivo, tudo bem, mas se não sair, temos um problema grande.
Subi as escadas pensando em como eu poderia ser assassinada a qualquer momento por um maníaco psicopata. Eu não me lembro de ter feito absolutamente nada para merecer as ameaças do amante patético de Shakespeare. Meu coração batia forte por estar em um lugar sem guardas, apenas acompanhada por minha criada e por mulheres passando pelo corredor e escadas.
As janelas enormes permitiam minha visão até o jardim que eu tanto adorava, talvez fosse uma das únicas vantagens de passar o tempo na família Salvatore. A vista para o jardim era magnifica, tudo nele me agradava: A luz do sol que refletia em meus olhos; o cheiro das rosas que invadiam meu nariz com um aroma impecável. Talvez estando no jardim seja a única parte do dia em que eu me sinto livre de tudo ao meu redor.
O jardim deve ser ainda mais bonito à noite quando a luz do luar invade o lugar, iluminando até as últimas pétalas dos Cravos que habitam no jardim que chamo de lazer. A lua não parecia ser tão amigável comigo, nunca me deixou ter a oportunidade de ver sua magnitude por completo sem que as nuvens atrapalhassem sua beleza.
Caminhei até o quarto desfazendo os pensamentos que me faziam viajar á todos os possíveis lugares inexplorados de minha mente cheia de expectativas, medo, paixões e segredos que mantive apenas para mim.
Abri a porta do quarto que estava completamente desarrumado, apenas com um espelho e uma cama ajustadas para conforto. Revirei os olhos e entrei imediatamente, pois não aguentaria ficar mais um segundo naquele maldito corredor que me aterrorizava a cada barulho de vozes que eu poderia ouvir.
A criada Mary cuidou de minhas roupas. Trouxe o espartilho e o vestido certo do qual eu deveria usar nesta noite cheia de surpresas que não quero ter e muito menos presenciar. Observei a janela e percebi que o sol já estava se pondo como normalmente, porém, aquele por do sol seria especial. O por do sol do qual eu queria que nunca acontecesse.
– Esses sapatos estão bons o bastante, Senhorita Gilbert? – Mary possuía uma voz doce e amigável.
– Perfeitos. deixe-os em cima de um balcão e venha me ajudar com o espartilho. Não quero me atrasar de modo algum. – Soltei os cabelos cacheados e os amarrei deixando-o para o lado. – Este maldito baile está me assombrando desde o dia anterior em que me disseram que haveria um baile de máscaras desnecessário para arrecadar fundos. Patético. – Virei para Mary enquanto olhava-me no espelho. – Você concorda Mary?
Mary se levantou rapidamente.
– Desculpe-me, senhorita, mas as criadas não são autorizadas a socializar com mulheres e homens de alta classe. É desrespeito.

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Esplendor
FanfictionElena Gilbert é uma integrante da família mais bem sucedida de Mystic Falls, localizada na Inglaterra. Uma garota que se julga uma garota sem sorte, pois tem um romance secreto com um membro da família Salvatore. Seu nome, é Damon. Eles se comunicam...