VII

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                                                                                            Capítulo Sete

                                                         De que adianta o azul se eu posso ter o vermelho?

Havia avisado Damon e Stefan sobre o papel onde eu achara de baixo de minha coxa de cama. Aquilo com certeza fez com que meu corpo inteiro sentisse medo somente com algumas palavras escritas em um papel, palavras ameaçadoras que queriam meu sangue em meio ao chão. Um chão do qual as pessoas possam ver e possam se perguntar: De quem é este sangue? Que importância à pessoa dele teve para mim? A resposta é simples: Nenhuma.

Meus olhos corriam pelo jardim ao ver as flores me julgarem pelo meu comportamento diante Damon. Pensei que ao vir aqui, meu conto de fadas seria algo épico, algo secreto para que ninguém pudesse saber de nosso romance extremamente secreto. E claramente eu não me canso de estar enganada. Percebi que nem tudo aqui seria como eu pensava: Stefan se revelou adorável; o senhor Salvatore fez de si uma imagem misteriosa cheia de desgosto; Damon fez questão de se afastar de mim por ter que dar uma aliança à outra; e para completar é claro, minha mãe tem mudado de personalidade.

Pelas cartas, minha visão sobre Damon seria outra. Uma imagem de um príncipe encantado surgiu em meus pensamentos e se agarrou em meu coração como algo que chamo de: Paixão. Meus olhos perceberam algo onde meu coração queria que permanecesse cego, que dos quais seriam os defeitos escondidos em meio à imensidão azul.

As rosas me julgavam com olhares maléficos. Tinha certeza que seu eu pusera meus dedos em seu caule, eu iria sangrar até  meu sangue pintar suas pétalas de vermelho ao invés do branco do qual cercava sua natureza. Todas as flores tinham um segredo, uma natureza. Basta você saber qual é, e seus segredos serão facilmente revelados com um simples cheirar.

Meu vestido vermelho sangue estava sobre a luz do sol. Meu rosto estava protegido do sol com uma sombrinha. Ao meu lado não estava ninguém mais que minha sombra solitária que me acompanhava a todos os momentos passados por mim desde meu nascimento até o meu andar sobre este jardim. Meus ouvidos ouviram o cavalgar de um cavalo familiar.

Olhei para trás e me deparei com Damon e Safrina cavalgando em minha direção. Apertei meu vestido com as mãos que estavam protegidas com as luvas pretas como a noite anterior. Cheia de tragédia e decepções alarmantes. Sem falar no bilhete que achei hoje de manhã; malditas palavras que não saíam de minha mente por nada.

Damon se aproximava com um sorriso nos lábios, como se nada estivesse acontecendo comigo. Deve estar admirado de minha coragem de andar sozinha em meio a um jardim que ninguém poderia ouvir meus gritos enquanto minha cabeça fica entre as flores.

— Quer subir? — Perguntou Damon parando Safrina ao meu lado.

— Tenho escolha? — Respondi com outra resposta.

— Depende. Se quiser ter momentos a sós comigo, o que que raramente temos, é melhor subir.

— Para você dizer todas as coisas incríveis sobre sua nova noiva concubina? Não, obrigada. — Levantei meu vestido e continuei a caminhar.

Ouvi novamente os passos lentos de Safrina e revirei os olhos ao me deparar com Damon ainda me seguindo com sua égua. A vontade de atirar uma mesa em sua cabeça e pedir para sair daqui era grande. Irei fazer o possível para não ter de chegar a tal ponto.

Ele me olhou com seus olhos que dos quais tenho paixão e me envolveu com seu sorriso brilhante como as estrelas do céu. Sem dizer nada, estendi a mão para que me ajudasse a subir em Safrina para não me sentir tão ridícula, semelhante a uma menina de dois anos tentando subir em um balanço.

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