Capítulo Treze
Entre dedos
Minhas expectativas para um passeio com Stefan eram realmente esperançosas, mas pelo visto ele não estava tão à vontade como eu. Quando nos beijamos no quarto ele não pareceu tão tímido. Acho que o fato de ter que conversar comigo ao invés de expressar as palavras em beijos seria mais difícil, provavelmente Stefan tem medo de falar algo errado em minha frente. Falar algo errado em minha frente não deveria ser uma preocupação, e sim um cuidado que não precise de tanta atenção.Não sei se meu amor por Damon ainda poderia ser ou ainda era real. Os sentimentos colocados em um beijo com Damon era algo como contos de fadas, o impossível seria alcançado, tudo indicava o amor entre nós. Já Stefan, é algo mais intimidador, seu beijo desperta algo feroz dentro de mim. Os Salvatore conseguiam me deixar confusa o bastante sobre meus sentimentos, pois, um acha ter poder sobre meus lábios a hora que bem entender, - O talvez possa ser verdade. - e o outro maldito irmão que se recusa a falar comigo por medo do próprio pai, mas, não posso culpa-lo totalmente, ele é realmente assustador.
Falar sobre assuntos constrangedores como beijos é bem incomum para mim. Pois pessoas costumam a julgar muito meus comportamentos diante qualquer situação, seja ela formal ou não. Pelo fato de eu ser uma dama herdeira de uma fortuna, eles tem certeza de que meu dever é viver do jeito certo na maneira certa. Não posso viver com ordens de outros a vida toda. Eu definitivamente precisava agir, só não sabia como ou por onde começar.
A água reluzia a luz da qual eu nunca poderia sentir por completo, os animais do lago estavam bem passivos. Tudo aqui estava de acordo com que eu queria, porém, Stefan não estava aqui, somente eu e uma dúzia de guardas escondidos que sei basicamente onde estão todos, pois passei um bom tempo contando cada um.
Abanei-me com o leque fingindo prestar atenção apenas no sol consumindo a luz do lugar inteiro. Seu reflexo reluzia na água de forma magnifica. Tive a estranha sensação de estar livre quando na verdade ainda estou presa em uma gaiola, feito um tordo azul.
Senti duas mãos familiares cobrindo meus olhos, um sorriso se formou em meus lábios ao sentir o calor.
- Deixe-me ver... Mamãe?
- Errou feio.
- Giuseppe?
- Pode ser mais inteligente do que isso. - Stefan sorriu um pouco, senti sua risada perto de meu ouvido. Um tom rouco e suave ao mesmo tempo.
- Eu realmente pensava que não quisesse vir por falta de diálogo comigo. - Virei-me para ver seu rosto brilhante sob a luz do sol. - Mudou de ideia?- Não é meio óbvio?
Stefan se sentou ao meu lado colocando suas mãos ao colo observando o sol se por junto a mim. Seu olhar emitia insegurança, felizmente não deixava transparecer por gestos.
- Não sei. Seu mundo é tão cheio de surpresas que mal o sei o que posso esperar vindo de você.
- Coisas ruins não saem desse mundo, eu garanto. - Stefan ficou tímido e corado por um tempo, ignorei sua atitude apenas olhando para o sol dando adeus. - Elena?
- Sim?
- Posso fazer uma única pergunta? Quero dizer, duas, na verdade.
- É claro que pode.
Stefan ficara um pouco nervoso, teve que folgar a gravata borboleta de tão nervoso Stefan estava. Seus atos de insegurança acabam dando certo ar adorável para sua personalidade um pouco infantil, porém, seus lábios não agem como uma criança, sabem muito bem o que fazer quando querem.
- Você realmente gostou de passar um tempo comigo? Sabe que sou meio inseguro sobre isso, então tive que perguntar.
- Stefan. Nunca se pergunte algo assim quando você mesmo já sabe a resposta. Você foi e, é a única pessoa que me fez dar um sorriso sincero dentro daquela maldita mansão e, eu admiro isso em você. Consegue ser sincero e educado ao mesmo tempo, uma bela combinação.
Stefan sorriu colocando a mão sobre a minha. Não pude evitar queimar meu rosto de tão quente e vermelho, meu nervosismo ficou a tona dentro de mim.
- Então quer dizer que dúvidas não serão mais toleradas? - riu Stefan.
- Não. E se quiser fazer alguma pergunta relacionada a isso, pense duas vezes antes de pergunta-las. - acabei rindo junto a Stefan, seu sorriso era algo cativante. - O que mais quer perguntar?
- Algo bastante delicado. Acabei vindo aqui por este motivo, mas acabei me distraindo, como sempre.
- Se não quiser perguntar agora eu entendo, já deixou transparecer que tem mais vergonha do que uma menininha de sete anos.
- Menininhas de sete anos não têm vergonha, Elena. - Stefan levantou uma sobrancelha.
- Não, mas são muito mais corajosas que você pode ser um dia. - meus lábios sorriram, porém, Stefan pareceu desconfortável. - Soou muito ofensivo? Juro que não foi com nenhuma intenção.
- Tudo bem, mas o que disse não passa da pura verdade. Posso dar um ar de homem dominador quando beijo-a, infelizmente não sou assim quando estou sozinho ou acompanhado de pessoas importantes. Estou começando a achar que sou alguém inútil.
Virei-me para Stefan encarando seus olhos verdes reluzidos pela luz.
- Você não é inútil por ter uma personalidade única, muito pelo contrário, ser uma pessoa como você é um dom que nunca tive, e invejo isso em você.
- Inveja?
- Invejo.
Stefan ficou um tanto feliz ao ouvir certas palavras voarem de minha boca. O tempo estava passando de uma forma rápida, de fato, o tempo pode ser meu maior inimigo, pois não podemos manipula-lo de nenhum jeito, o que de certa forma acaba se tornando bastante deprimente. Deprimente é uma palavra forte, onde se encaixa minha vida se colocada dentre as demais felizes.
- Qual seria a outra pergunta que gostaria de fazer? Seja breve. - Insisti.
- Não se estou pronto para perguntar isso a você, Elena.
- Seja o que for, pode perguntar, garanto que serei verdadeiramente sincera com você e comigo mesma.
Dependendo da pergunta - Pensei.
- Quando nascemos em uma família como as nossas, já temos um destino selado há muito tempo. Viver a experiência de ter alguém ao seu lado apoiando e aconselhando seus primeiros passos é quase incerto. Por isso a vida de herdeiros de famílias ricas é sempre, ou quase infeliz. Por isso ter pessoas como você é algo crucial em guiar meus passos cegos.
Respirei fundo.
- Aonde quer chegar, Stefan?
Stefan respirou fundo e saiu do banco pegando algo em seu bolso. Seus joelhos foram ao encontro do chão, a caixa que estava segurando continha um anel brilhante com uma esmeralda lapidada com cuidado. Neste momento eu juro ter sentido meu coração parar por um segundo, meu corpo inteiro ficou gélido.
- Elena Gilbert.
Ele não poderia.
- Por favor, não pergunte agora. - Implorei colocando a mão em seu rosto.
Sei que Stefan não queria fazer tal ato, mas era preciso.
- Aceita ser minha esposa?
Se eu não estava morta, provavelmente eu ficaria depois do sol finalmente se por. Minha temperatura aparentava estar baixa, provavelmente meu rosto estaria mais do que branco, ou azul. Os tambores que deram lugar ao meu coração estavam praticando o ritmo cardíaco quando meu coração parasse de bater.
As lágrimas delicadas e rápidas de Stefan caiam sobre seu rosto. O sol deixou-me, deixando uma noite da qual a única luz seria do anel de frente para mim. A pedra lapidada com delicadeza encarava meus olhos como intensidade esperando uma resposta digna de um casamento.
- Aceito.

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Esplendor
Fiksi PenggemarElena Gilbert é uma integrante da família mais bem sucedida de Mystic Falls, localizada na Inglaterra. Uma garota que se julga uma garota sem sorte, pois tem um romance secreto com um membro da família Salvatore. Seu nome, é Damon. Eles se comunicam...