Capítulo 14

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Luna sentiu todo seu corpo tremer quando viu que ele vinha em sua direção, as mãos estavam frias, se viu estática, paralisada, naquele momento milhares de dúvidas fervilhavam em sua cabeça, não sabia como reagir. Porém todas as perguntas se calaram no instante em que ele tocou seu rosto.

- Luna...

Senti-me novamente uma adolescente, livre, inteira. Luna tocou sua mão e o olhou nos olhos.

- Lorenzo...

Num arroubo ele beijou seus lábios com desejo com amor? Mordeu os lábios dela lentamente queria espaço queria que ela se desse ao beijo como se deu a primeira vez, ambos tinham os olhos fechados e ele se afastou e sussurrou entre beijos.

- Me deixe sentir seus lábios nos meus, me deixe provar do seu sabor eu não aguento mais eu preciso, não me negue! - Acariciou o rosto dela com uma mão e a outra foi ate seu pescoço e a trouxe pra mais perto e novamente reivindicou espaço.

Ele tinha os lábios tão quentes e tão convidativos que ao sentir, sua mão já estava em seu rosto e suas línguas se encontrando numa dança erótica e sedutora, Luna sentiu-se mergulhar em um abismo sem fim esse beijo significava que já não havia mais volta que sim eles estavam perdidos e que esse sentimento acabaria por destruir tudo ao redor deles.

Lorenzo sentiu o corpo incendiar e desceu a mão trazendo ainda mais o corpo dela pra junto do seu e intensificou o beijo, ela estava rendida e se deixou domar pelo momento, pela falta que sentiu de algo que nem se quer tinha antes. Se soltou por falta de ar e olhou nos olhos dele, os olhos brilhantes dos dois não negava que era paixão, poderia arriscar a dizer que era mais que isso mais ela não iria permitir que esse sentimento fosse adiante e se afastou assim que ele tentou beijá-la novamente.

- Não fuja! - Suplicou e ela tocou os lábios dele que tinha as marcas de seu batom.

- Eu não vou fugir. - Estava embriagada pela presença dele e tudo que ele podia causar nela somente com aquele olhar, encostou sua testa na dele e de olhos fechados inalou seu perfume como se não quisesse esquecer e sim o gravar em sua alma. - Não podemos... - Ela então o olhou. - Estamos cometendo o pior dos pecados. - Se afastou novamente e ele a segurou pela mão.

- Eu tentei, eu te juro que tentei ficar longe mais você parece um imã que me atrai, que me vicia. Você é a minha ruína Luna!

Ela se levantou e se virou ficando de costas, ele se levantou e abraçou o corpo dela com cuidado e ela afastou e voltou a olhar ele, os olhos traziam a culpa refletida junto as lágrimas e ela tocou os lábios.

- Nunca mais ouse chegar perto de mim, essa é a pior coisa que eu poderia fazer: colocar os olhos no marido da minha filha, meu Deus. - Passou as mãos no cabelo nervosa deixando as lagrimas rolarem e um grito sufocado em seu peito a fez sair dali correndo.

Entrou no carro e simplesmente dirigiu sem rumo, ela queria alguém pra conversar, alguém com quem pudesse desabafar e chorar muito mais tendo o apoio de um amigo. Parou o carro e desceu, olhou para os lados e não tinha nada além do mar, se sentou em um banco e se apoiou nas mãos chorando muito, e quanto mais chorava mais doía, mais a sufocava.

Sentiu uma mão em seu ombro e assustada olhou rapidamente, era uma senhorinha de cabelos brancos e as marcas da vida carregada em seu rosto, sorriu pra Luna que tinha o nariz vermelho de tanto que chorou, ela sentou e pegou sua mão.

- Por que chora menina bonita? - Luna soluçou. - Shiil, não precisa chorar, você é tão linda! - Tocou o rosto dela e Luna sentiu tanto amor em seu toque que segurou sua mão ainda em seu rosto.

- A vida as vezes é tão injusta.

A senhorinha sorriu.

- Ás vezes nos mesmo fazemos tudo errado, mas com amor tudo volta ao lugar.

- Eu não tenho mais certeza disso!

Ela segurou suas duas mãos e como uma mãe tentou aconselhar sem mesmo saber quem era ela.

- Deus escreve certo por linhas tortas. - Sorriu lindamente. - Mas no fim da tudo certo você vai ver.

- Qual o seu nome? - Luna perguntou curiosa, era uma sensação tão boa estar ao lado dela.

- Me chamo Cecília e você?

- Tem o nome da minha mãe! - Deu um sorriso triste. - Me chamo Luna.

- Lindo nome, minha filha também se chamava assim! - Sorriu e Luna também achou que era coincidência de mais entre elas.

- posso te perguntar como veio parar aqui? - Secou as lagrimas e segurou ainda mais suas mãos, era reconfortante tê-la ali com ela naquele momento em que ela precisava que alguém estivesse ali só pra segurar a sua mão.

- Eu acordei um dia e não tinha mais nada, num hospital sujo só lembrava de meu nome e com o tempo me vinha as lembranças de uma garotinha e eu sempre dizia "Luna não corre você vai cair" e ela sempre caia e vinha chorando pra mim. - Sorriu com a lembrança.

Luna soltou de suas mãos assustada e levantou a olhando, há exatos dez anos a mãe dela tinha sido dada como morta depois que o carro explodiu em uma viagem que ela fazia ate a casa de uma amiga, o corpo nunca foi encontrado, anos de buscas e nada era como se tivesse sumido juntos as chamas do carro o que a fez desistir das buscas e agora essa mulher estava ali na sua frente falando coisas que só sua mãe sabia.

Cecilia levantou ao ver que ela ficava branca e respirava com dificuldades e se aproximou lentamente não queria assustar ainda mais ela.

- Você... Mamãe... - Foram as duas únicas palavras que saíram de sua boca antes que ela caísse desmaiada na areia sem dar tempo de Cecília a amparar.

Cecília ajoelhou e a segurou em seus braços e esperou ela teria que acordar e explicar porque a chamou de mãe, acariciou seu rosto com ternura suas mãos já calejadas de tanto trabalhar e se esconder. Fugir essa era a palavra certa.

- Se pudesse ver minha filha mais uma vez certamente seria como você, linda e cheia de vida mesmo com esses olhinhos triste!

CONTINUA!

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