Sol estava caída no chão enquanto tentava dizer a si mesma que não havia motivo para tanto lamento, afinal... ela amava os irmãos, eram parte dela, de sua história tão difícil, mas ainda eram seus irmãos, mesmo que não gostassem muito dela, na verdade, Sol só queria poder dizer o quanto os amava. Ela cortou seus pensamentos ao notar que algo suave caia sobre si, ao erguer o rosto viu que eram folhas que caiam uma a uma lentamente quase como uma dança. Sol ficou fascinada, ela nunca tinha notado aquele canto da floresta antes, nem tampouco saberia como conseguiu chegar ali. Mas era belo, haviam árvores frutíferas por todos os lados, galhos e galhos repletos de maçãs verdes e vermelhinhas, haviam pêssegos, figos, e uma variedade grandiosa de outras frutas que Sol jamais havia visto ou provado antes. Ela se levantou e provou de cada uma, todas doces e muito saborosas, os pêssegos eram seus preferidos. Mas as que ela nunca vira eram saborosas e a deixaram encantada.
Depois de certo tempo, Sol estava farta, nunca havia comido tantas frutas de uma só vez, e aquilo tudo era de encher os olhos dela.
- Posso levar para meus irmãos também! assim eles me desculpam pela confusão e voltam a fazer as pazes comigo.
Sol ficou toda feliz com sua genial idéia, ela só esqueceu que não estava com bolsa ou algo que a ajudasse a carregar algumas frutas. Mas aí teve outra idéia. Tirou o lenço de pano de sua cabeça, e fez uma mochila improvisada, o que coube algumas poucas frutas. Encheu os bolsos de seu vestido gasto, de figos e pêssegos e assim conseguiu transportar tudo facilmente. Um gesto verdadeiro de amor vindo de alguém tão doce como ela, que no fundo, só queria que seus irmãos gostassem dela da mesma maneira que ela a eles.***
Depois de andar muito tentando encontrar a trilha que a levaria de volta para casa, enfim ela encontrou.
- Antes tarde do que nunca! pensou Sol morrendo de medo de ter se perdido sozinha nas profundezas do bosque. Assim que avistou sua simples casinha de madeira onde era seu lar desde que nasceu, não poderia estar mais feliz. Ao longe viu seus irmãos discutindo no estábulo dos cavalos quem seria o responsável pela comida dos animais. Assim que viram Sol se aproximar, fizeram pouco caso.
- Onde você estava? procuramos você por toda parte, mas você sumiu? perguntou Edmundo.
- Desculpem meus irmãos...
- Papai não vai gostar de saber que você anda solta por aí feito cabrito fugindo. Interrompeu Simão.
- Realmente não foi minha intenção deixá-los preocupados...
- Ninguém aqui está preocupado, muito menos consigo, já és bem crescida e sabes o que quer da vida, se gostas de se comportar como uma gata borralheira o problema é teu. Disse friamente Daniel enquanto penteava pacientemente o pelo do seu adorado cavalo de estima.
- Desculpe mesmo Daniel...
- Ahh, largue de ser sempre assim, tão boazinha, pedir desculpas não resolve seu problema. Agora me diga... que diabos é isto que carregas tão sacrificadamente nos braços?
Só aí Sol voltou a lembrar-se das frutas.
- Trouxe-lhes um presente.
- Que tipo de presente? perguntou Rômulo o que era mais velho que Sol apenas por três anos de diferença; ele tinha dezoito, Sol tinha seus dezesseis.
- Vejam vocês mesmos! Ela pôs a trouxa no chão e seus irmãos desamarraram a trouxa, cheios de entusiasmo para descobrir qual o presente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}
FantasyEra uma vez, uma menina simples do interior de Lebanon, Estado de New Hampshire nos EUA. Ela e sua família eram pessoas humildes e Sol era a caçula dentre outros seis irmãos, seu pai sempre se esforçou para cuidar de cada um deles, principalmente qu...