XVIII-O Interrogatório e Julgamento

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Andaram por minutos até chegarem a grande sala real, onde estava o príncipe Caspian. Lilive estava ao seu lado direito do trono, de pé enquanto fingia estar feliz pela nossa visitante.
Charlotte olhou para Sol que parecia ainda mais apavorada diante do futuro rei e seus duques e duquesas, e de seus suditos e algumas criaturas mágicas da floresta. Todos ali presentes, para testemunharem o julgamento dela. Charlotte transmitiu confiança quando foi a vez de Sol a olhá-la temerosa.
Assim que se aproximaram do trono se curvaram em reverência ao príncipe.
ㅡ Podem ficar de pé. Ordenou o príncipe.
ㅡ Meu senhor está aqui a menina...
ㅡ Obrigado por conduzi-la Charlotte, achei um certo exagero da parte de Lilive mandar soldados conduzi-las. Isso poderia assustá-la. Olhe para mim donzela! preciso que me diga qual teu nome. Disse o príncipe e Sol temorosa o olhou, ainda que tivéssemos lavado seu rosto por três vezes ainda havia vestígios de lágrimas.
ㅡ Você parece triste. Disse Caspian transparecendo preocupação.
ㅡ Falei que era muito exagero mandar soldados conduzi-las Lilive...
ㅡ Me perdoe Príncipe, mas achei que fosse necessário! afinal ainda não sabemos quem ela é.
ㅡ Lilive tem toda razão Alteza... disse um dos duques ali presentes. E se ela for uma espiã de Laian?
ㅡ Não sou nenhuma espiã! gritou furiosa Sol.
ㅡ Acalme-se criança...
disse Charlotte paciente.
ㅡ Eles me apontam o dedo e me julgam como se eu fosse um monstro! todos vocês seus hipócritas! saibam que não sei de quem se trata esse tal Laian, mas certamente não tenho qualquer vínculo com ele, nem tampouco conheço esse tal reino do qual falam.
Todos os ali presente ficaram chocados com a astúcia da menina, a bravura em sua voz, ela estava a flor da pele e Charlotte a compreendia.
ㅡ Então responda a pergunta que o grande príncipe Caspian lhe fez! qual seu nome? disse outro dos duques.
ㅡ Meu nome é Sol. Disse ela friamente.
Todos pareceram confusos,alguns riram e outros cochichavam entre si. Mas o príncipe nada disse, continuava observando Sol como se admirasse um céu estrelado. ㅡ Mas que nome improvável não acham? quem neste mundo teria um nome como esse? disse zombeteiro o duque.
ㅡ Talvez não no seu mundo, mas no meu ele é bastante provável, lá se tem o nome que quiser.
Ao dizer isso todos voltaram a atenção para Sol, inclusive o príncipe que deixou de admirá-la e passou a notar suas palavras.
ㅡ É mesmo? E que lugar é esse? onde fica tal reino? perguntou o duque.
Diante dessa pergunta Charlotte não pôde deixar de fechar os olhos, seria agora que Sol colocaria tudo a perder.
ㅡ O reino de onde venho é muito, muito distante daqui. Na verdade nem sei ao certo como voltar para lá, também não lembro mais seu nome. Só sei que fui raptada de minha família e de meu lar quando ainda era criança e vendida por piratas dos mares de leme como uma mercadoria, vendida como escrava em terras desconhecidas para mim. Terra oriente se me lembro bem...
ㅡ Oh! a terra dos gigantes!
ㅡ Que coisa horrível! eles são diabólicos!
ㅡ Como ela ainda está viva? Todos ali reunidos se faziam perguntas, Charlotte estava orgulhosa de Sol, ela era realmente uma garota inteligente, ninguém nunca diria que era mentira pois conhecem a fama dos malditos piratas, já haviam roubado muitas fadas de nosso reino para vender e também nunca iriam tirar satisfação com o povo Oriente pois os gigantes eram extremamente violentos e odiavam nosso povo. Ela disse tudo exatamente como Charlotte a ensinou.
ㅡ Vendida para os gigantes? como você está viva? eles a matariam e cozinhariam você para o jantar! disse Lilive.
ㅡ Pois é! mas não me mataram, eles não são tão ruins como vocês imaginam, pelo menos não com pessoas agradáveis com eles. Me criaram, me deram comida, me deram uma vida melhor do que eu teria se tivesse nas mãos de piratas até hoje.
ㅡ Isso é impressionante! disse uma duquesa.
ㅡ Não! isso é uma mentira! disse Lilive.
Charlotte voltou a temer e não conseguia controlar a inquietação diante de todos ali.
ㅡ Diga-me Sol... O que veio então fazer aqui? por que não voltou para seu reino? para sua família? perguntou carinhosamente Caspian, já farto de tanta ladainha vinda de seu povo.
ㅡ Já lhe disse alteza que não sei onde encontrar meus pais, que não me recordo do lugar em que nasci, quando saí de lá eu era ainda muito pequena, não me recordo de nada.
Charlotte controlou o medo, apesar das desconfianças dos outros, ao menos o príncipe parecia convencido, o que deixou Lilive muito decepcionada e deixou a raposa com uma ponta de esperança.
ㅡ Vejo que não há nada que possa culpar a vietude de tal donzela. Ela é honesta no que diz e já tenho provas mais que suficientes.
ㅡ Mas vossa alteza! Isto é um ultraje as leis de nosso reino, precisamos investigar melhor este infortúnio acaso não achas? Algo de estranho se esconde nesta história...
ㅡ Gran duque, peço-lhe calorosamente com toda consideração e maestria que meus direitos como príncipe e futuro rei me permitem, acabe de uma vez com este julgamento e não dê mais motivos para falatórios. Isto tudo já foi muito mais que esclarecido e se houver algo mais somente o tempo nos dirá. Prometo-lhes duque, aos poucos tudo será posto a prova e se houver algo de errado todos saberemos.
ㅡ É uma escolha precipitada e que vaga por meio de escuridão vossa alteza.
ㅡ As decisões precisam muitas vezes, vir do coração. Todos vós que aqui estais, ouçam o que digo, somos um povo alegre e gentil. Jamais em meu reino desejo a discórdia e desconfiança como nossos aliados. Nada de bom vem disto. Quero que quem quer que seja, seja bem vindo em nosso reino. ㅡ Depois de tais palavras, todos ali presente concordaram com o príncipe.

Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora