Era uma vez, uma menina simples do interior de Lebanon, Estado de New Hampshire nos EUA. Ela e sua família eram pessoas humildes e Sol era a caçula dentre outros seis irmãos, seu pai sempre se esforçou para cuidar de cada um deles, principalmente qu...
Lá estava ela novamente naquele quarto solitário; Sol deu alguns passos e sentou-se para admirar a luz vinda de fora. Como sentia saudades do calor acolhedor que a luz do sol trazia. Ela fechou os olhos para respirar aliviada. Mas ouviu alguém a chamar novamente. Uma voz tão angelical e doce que fez Sol se levantar e correr ao seu encontro. Ela correu pelas mesmas escadas que já havia visto antes. Desceu as pressas degrau por degrau até chegar em um lindo e gigantesco corredor de mármore. Tudo parecia extremamente limpo e organizado. Vento suave batia em seu rosto vindo das enormes janelas que pareciam feitas de ouro puro. A menina ficou admirada e então ouviu a doce voz como melodia em seus ouvidos. Mas não havia ninguém ali. Ela caminhou devagar pelo corredor até que parou bruscamente ao ver algumas jovens e mais belas donzelas que já havia visto. Todas formosas e delicadas, corriam, cantavam e dançavam como anjos celestiais. Sol ficou encantada, nada disse, apenas as admirou e notou incrédula, a semelhança de seus longos cabelos vermelhos como carmesim. Eram de longe graciosas em seu andar e em suas formas alegres. E de perto mais belas e mais felizes que qualquer outra pessoa. Sol sentiu-se atraída a dançar com elas, cantar com elas, falar com elas, mas não conseguia sair do lugar. Parecia estar paralisada até que uma delas se virou e chamou a menina pelo nome. ㅡ Venha Sol... Nos dê a graça de sua voz entre nós. Somos todas irmandades. Venha... ㅡ Sol ainda confusa caminhou devagar então a mesma moça que a chamou se aproximou e segurou sua mão. Era quente como fogo e macia como nuvens, ela tinha os mesmos olhos de Sol e lábios rosados como uma flor. ㅡ Venham! Vamos cantar para que nossos deuses nos traga muitas prosperidades e bons maridos.... ㅡ Todas riam e cantavam, mas Sol parecia não acreditar. Quando deu por si já estava naquela roda de dança a brincar com todas elas. Aquilo só poderia ser um sonho. Era a alegria completa de que Sol precisava. ㅡ Vamos Suzana cante mais forte, eles nos escutam e nos aplaudem... Ao ouvir este nome e olhar para a jovem moça ao seu lado, dançando e cantando como um pássaro livre Sol não teve dúvidas que era sua mãe. Mas como aquilo seria possível? ㅡ A menina parou assustada, todas continuavam sua dança sem fim formando um círculo em volta de Sol que só conseguia chorar de alegria ao ver a mãe tão feliz. E como ela era linda e radiante. Mas derepente o tempo mudou, o sol se foi, as nuvens formaram um ae sombrio e tudo começou a desmoronar, uma por uma delas se foram tão rápido quanto haviam chegado e a menina mais uma vez se viu sozinha e triste. Ajoelhada no chão gritava por suas amigas e sua mãe. —Sol? —Estou perdida...Este é o meu fim. —Sol mantenha a calma! —Disse pacientemente o anão, e a pobre menina saiu de seu estado agitado. —Eu quero sair daqui Bartolomeu. Não suporto mais este lugar, acabarei ficando louca! —Se a menina manter a calma, ficará tudo bem. —Falas isso como fala qualquer tolo! Como manter a calma sem comida, sem bebida, com frio e deitada junto de ratos num maldito calabouço escuro e fedido? —É por isso que se precisa ter calma, se a lagarta não permanecesse trancafiada em seu casulo como haveria de ganhar asas e voar livre no vento? Sol ficou muda, incerta do que dizer, deixou que o silêncio preenchesse aquele ambiente. —Eu sei quem você é Sol, só me pergunto como conseguiu sobreviver. —Do que está falando Bartolomeu? —Do que você é! —Ainda não compreendo... —Eu nunca pensei ver frente a frente e falar com uma de sua espécie. —De minha espécie? - Por um momento Sol ficou assustada. Será que ele sabia quem ela realmente era? Uma impura, como assim dizem... —Desculpe-me, mas não quero falar sobre isso. Estou presa mesmo, já nem importa o que pense ou não à meu respeito. —Mas não posso negar o que meus cansados olhos vêem! nem posso omitir o que estes mesmos contemplam! És uma bruxa branca, disso não se pode esconder! —Mais um que acha que sou bruxa... Já estou ficando farta de me julgarem e me apontarem o dedo. —Perdoe-me senhorita, mas acaso minto em algum fato? —Eu não sou bruxa, já disse que não sou bruxa. —Não compreendo minha Lady... —Eu é que já não compreendo o rumo desta conversa, Bartolomeu! —Então... Isso só pode significar que... —Que és tu quem já está ficando louquinho. — Sim! Você não sabe, por isso não aceita! Mas... Como? — Bartolomeu por favor, já estais me assustando... —Sol, por acaso você nasceu neste mundo? —Ora... Por que a pergunta? —Apenas responda-me. —Bem, eu... na verdade, eu... Não sou deste mundo, pronto, já estou farta de mentir à meu respeito. —E de que mundo tu és? —Dos... dos impuros. —Então isso explica tudo! o por que ainda existe e também por que não sabe sua verdadeira origem. —Do que está falando? —Sol, acaso sua mãe se chamava Suzana? Depois de ouvir o nome de sua mãe ser pronunciado por aquele homenzinho biruta, Sol começou a realmente se preocupar e se interessar pela conversa. —Sim, este era o nome dela. Mas como sabes disso? —Sua mãe morava em Eprain, na verdade, ela faz parte daquele povo, sua mãe era a última das bruxas brancas. —O que disse? —Isso mesmo! Eu mesmo cheguei a conhecê-la, Suzana era o ser mais doce e amável que já existiu naquele reino, mas isso foi antes dela se apaixonar perdidamente por um impuro enquanto passeava por terras desconhecidas, todos diziam que ela era teimosa e muitas vezes fugia para o mundo dos impuros para aprender mais sobre eles, num desses passeios conheceu seu pai um impuro e se apaixonaram. Depois de algum tempo nunca mais a vimos, ela desapareceu e todos disseram ter sido capturada pelos homens de Laian e sido morta. Mas vejo que ela apenas fugiu para o mundo de seu pai e permaneceu por lá até então... —Isso tudo é uma grande mentira! Minha mãe era comum, não uma bruxa! Ela morreu ao me ter, não é justo que crie histórias caluniosas contra ela! —Não crio ou invento histórias menina, apenas sei o que é verdade. —Mas não sou obrigada a acreditar. Agora me deixe em paz. Sol se irritou com Bartolomeu, depois de fechar a cara e fazer de conta que o pobre homenzinho nem existia, ele acabara desistindo de se achegar a ela outra vez. E assim depois de muitas horas, Sol concluiu que já era noite lá fora, pois o sono insistia e ela exausta deixou apagar mais uma vez; pelo menos em seus sonhos ela poderia ser livre.
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