A luta havia sido árdua, depois da emboscada, da ajuda imbatível das fadinhas e do canto mortal das flores, os inimigos haviam sido aniquilados. Sol estava feliz, conseguiram vencer os elfos com bravura e coragem; mas não tardou para um novo comboio voltar a segui-los. Corriam por entre as trilhas labirínticas da floresta encantada, em busca de uma estratégia, não surtiu efeito aos golpes afrontosos dos inimigos, Lilbert, Hendrik e Lufo, três dos valentes arqueiros reais flechavam os rivais, uma batalha sangrenta e não posso deixar de dizer... infeliz.
A menina mirou um alvo em uma certa distância. Era um dos homens de Laian, mas antes que ela pudesse o acertar alguém a puxou por trás e sentiu uma afiada lâmina envolta de seu pescoço.
- Quieta princesa, ou cortarei sua cabeça. Disse o homem pavoroso que a prendia. Assim que notaram o que estava a acontecer, os arqueiros miraram o homem, mas logo desistiram ao perceberem que isso também seria o fim de Sol. Diante de um inimigo implacável e um destino incerto, onde a morte prevalecia e todo seu ser se entregou ao completo desespero, ela se viu sem saída.
- Matem-o, não o deixem fugir. Gritou para que seus amigos não se rendessem aos infortúnios inimigos.
- Mas e você Sol?
- Não se importem comigo, salvem suas vidas, defendam Eprain...
- Calada! ou a matarei sem dó nem piedade. Disse relutante o monstro que me sufocava com sua espada cintilante.
- Não se preocupem comigo... lutem!
Diante destas palavras os arqueiros se viam numa emboscada, eles não poderiam pôr a vida de Sol em risco, ela era importante para o rei, todos sabiam disso, mas ao mesmo tempo defender o reino era preciso. Mas como o fazer? se nem a segurança da protegida do rei puderam dar? pensaram todos, e diante do olhar angustiado o líder dos arqueiros, todos desistiram e deixaram seus arcos caírem se entregando nas mãos de seus adversários.
- Não! Por favor... Não façam isso!- Suplicou Sol em lágrimas. - Por... favor...
- Quieta! disse o soldado de Laian já arrastando Sol por entre as trilhas em direção aos campos, os elfos os dava fuga enquanto mantinham imóveis os arqueiros e fadas, com seu poder. Muitos soldados com suas espadas cortavam sem compaixão as lindas flores Mortuns, estas caiam pétala por pétala no fio da espada e enchia o coração da floresta viva de dor e agonia. Sol no auge do desespero olhou para trás e viu um a um de seus companheiros arqueiros serem mortos e todas as fadinhas destruídas ao serem envenenadas. Ela chorou, não poderia estar mais triste ao ver pessoas e criaturas inocentes serem mortas por sua causa, ela sabia o quanto foram fiéis ao cumprir a promessa de protegê-la, mas morrer por ela lhe causou grande remorso.
- Vamos sua fedelha... disse o patife puxando Sol pelos cabelos e a fazendo caminhar apressadamente.
- Largue-me seu mostro! Largue-me agora!
- A alteza não tem vez agora, obedecerá tudo que eu disser ou morrerá no fio de minha espada que está faminta por sangue dos malditos Eprains.
- Não sou nenhuma alteza, estás enganado...
- Quieta maldita!
Depois de se afastarem da floresta por um caminho livre, Sol avistou Charlotte a lutar bravamente junto de outros animais, era triste de ver quantos já tinham perdido a luta. Mas Sol também viu o rei Caspian e Laian a lutarem, assim que ele a viu sendo refém de Laian deixou-se fraquejar, mas mesmo ferido insistiu na luta contra o primo que também estava ferido e ao ver Sol como refém ficou feliz, logo tratou de chantagear o primo.
Depois de alguns golpes e de fazer Caspian já exausto da terrível luta cair ao chão quase sem forças Laian aproveitou para acertá-lo, Sol gritou desesperada, mas por sorte Caspian se defendeu e revidou o ataque com bravura, golpeando Laian no braço e o fazendo se esquivar da eminente morte. Tudo parecia ter se resolvido, tudo parecia ser o fim, mas Laian como sempre tinha seus truques na manga e usando Sol como refém de sua terrível batalha fez com que Caspian não ousasse se aproximar.
- Soube que vossa alteza está apaixonado, é o que todos dizem! Que uma certa estrangeira vinda dos mares de Oceans lhe encantou...
- Solta-a seu patife! ouse machucá-la e eu lhe cortarei em pedaços Laian! Eu juro que lhe mato!
- Vejam só! Então é verdade quando dizem que você já não consegue esconder o amor que sente... Poderia lhe dizer que fico emocionado de ver meu querido primo progredindo na vida. Pena que eu não o suporto e tudo que sinto a seu respeito é ódio e desprezo.
- Como alguém pode dormir em paz com tantas maldades na consciência?
- E quem disse que eu me importo com o que você pensa sobre mim ou não? Eu poderia matá-la Caspian... O que achas? Ela é tão bela e tão somente amada por ti que eu poderia destruir sua vida agora mesmo e ao mesmo tempo a sua. Não seria uma má idéia! Dois coelhos com uma cajadada só.
- Por favor Laian! Eu imploro, não a machuque!
- Então se renda e me dê sua coroa! Morra agora e ela será livre.
- Não... não faça isso alteza... não dê ouvidos a esse mostro sem coração...
- Calada sua imprestável, ou eu a matarei agora mesmo!
- Não faça isso Laian!
- Então me entregue de uma vez esta coroa e todo esse maldito reino e ela não sairá ferida nesta triste história. Sabes que não tens escolha Caspian, teu povo está sendo massacrado mais uma vez, teus descendentes já não estão aqui para te ajudar... a não ser essa fada inútil e essa raposa ridícula que tanto lhe defendem. Se entregue agora e tenha uma morte digna, ao invés de serem humilhados quando meu povo escravizar os seus.
- Nunca!- disse Caspian bravamente, se recordando da amarga história de seus pais, o fim que o separou das pessoas mais importantes para ele.
- Então ela morrerá... Laian ergueu a espada e já estava prestes a acabar com a vida de Sol, quando uma revolta vinda das mulheres de Eprain e das outras criaturas místicas que até então estavam escondidas, avançaram em comboio com tamanha bravura contra o exército de Laian não os dando fuga, mas os pegando de surpresa. Depois de algum tempo e de tantos mortos de seu povo, Laian se viu obrigado a fugir, levando como escudo a pobre Sol que ao ser levada por ele e por outros de seus inimigos se viu no pior dos castigos.
A jogaram para dentro de uma carruagem, os poucos que sobraram de Laian o acompanhava.
Caspian estava muito ferido, cansado e triste pela sua grande perda tanto de seu povo quanto de sua amada, tudo o deixara inconformado e abatido sobre o chão de terra. Lilive que ainda lutava com um dos poucos que ainda restavam, se livrou dele e foi ajudar o jovem rei a se erguer depois da grande perda.
- E agora Lilive? O que farei? Meu povo foi humilhado e Sol corre perigo de vida. Como pude fracassar tanto em uma batalha que já estava praticamente ganha?
- Ele usou a menina Sol para lhe chantagear meu querido. Não se martirize mais, ao menos conseguimos revidar e garantir nossa existência. Enquanto respirarmos, teremos sempre a esperança...
- A custa de quê Lilive? do nosso povo massacrado e nosso reino abalado? quando tudo isso vai ter fim afinal? quando desistimos de existir da face deste mundo?
- Acalme-se Caspian... Ainda contamos com nossas vidas.
- Pois que eu tivesse morrido, mas que todo meu povo estivesse bem. Se Laian não tivesse tanto ódio ao meu povo, se ao menos seu ódio fosse só a mim, eu mesmo me entregaria em suas mãos, entregaria minha coroa, só para ver Eprain livre de tanta guerra. Mas sei que se eu fizer isso, ele acabará com todos vocês e nunca mais Eprain existirá outra vez. Se não os matarem pela espada, será pela escravidão e o sofrimento.
- Coseguimos conter os Ósseas Lilive!- disse Charlotte toda tristonha por sua querida Sol e pelo sofrimento do rei.
- Quantos mortos Charlotte?- Perguntou Caspian.
- Milhares meu rei.
ㅡ Caspian se deixou abater mais uma vez e gritando para os quatro ventos uma súplica vinda dos céus para que poupasse a vida daquelas pessoas. No fundo, todos haviam perdido a vida naquele longo e fatigante dia, fossem por seus mortos, ou por si mesmos.
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Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}
FantasyEra uma vez, uma menina simples do interior de Lebanon, Estado de New Hampshire nos EUA. Ela e sua família eram pessoas humildes e Sol era a caçula dentre outros seis irmãos, seu pai sempre se esforçou para cuidar de cada um deles, principalmente qu...