Sol despertou com o barulho de ferro estalando. Seus olhos cansados não conseguiam ver o que acontecia até que aos poucos foi notando um vulto a sua frente mexendo nas barras de ferro. Ela se ergueu um pouco, alguém entrou na sela enquanto outro segurava uma tocha na mão esquerda e uma lança na direita.
O mesmo que entrou na sela de Sol a puxou fortemente pelo braço, ela gritou para que a soltasse, mas não foi atendida. Caminharam novamente pelo imenso corredor e a luz do dia que penetrava aquelas fendas pouco a pouco quase a deixaram cega. Sol se perguntou quantos dias e quantas noites já havia que estava presa naquele lugar, mas não tinha certeza, por isso ficou feliz de poder sair um pouco dali, mesmo que não soubesse ainda para onde.
ㅡ Para onde estão me levando? ㅡ O silêncio foi tudo que se pôde ouvir, vindo dos dois homens carrancudos. Na verdade a medida que a luz ia dando forma a escuridão de breu, Sol notou que o homem que a conduzia na verdade era um elfo; alto, de cabelos brancos, longos e lisos e olhos de cor cinza, e pensar que Charlotte havia dito que um dia eles foram bons e eram como irmãos para as fadas, o que fez Sol lembrar-se de Lilive.
ㅡ Para onde iremos? o que está acontecendo? por favor me digam o que irão fazer comigo!
Sem respostas Sol se aquietou, mesmo que seu coração e sua mente estivessem desesperados.
Depois de caminharem bastante, chegaram em frente a uma porta grande e larga, muito bonita por sinal, era dourada como ouro, na verdade era de ouro, toda ornamentada com algumas pedras azuis que eram muitos bonitas.
ㅡ Observou Sol.
Outros dois soldados que vigiavam o local abriu a porta e Sol viu uma imensa sala, adiante seu opressor repousava em seu trono.
ㅡ Ora vejam só! se não é minha prisioneira! ㅡ Disse Laian cheio de orgulho.
ㅡ O que pretende me mantendo aqui como um cão numa jaula?
ㅡ Ja lhe disse, conquistar Eprain! falando nisso... seu querido não deu notícias, talvez tenha desistido da luta quando viu que já está ganha, ou talvez ele ainda esteja se recuperando. De todo modo, já estou pensando em um novo plano para acabar com ele e aquele maldito povo.
ㅡ Não! Você é um monstro! como pode ser tão egoísta e tão falso?
ㅡ Eu realmente não sei como meu primo foi se encantar por você, sua coisinha insignificante... mas até entendo, ele é tão insignificante quanto você.
ㅡ Eu realmente não me importo nenhum pouco com o que pensas de mim.
ㅡ Além de tudo é atrevida, talvez seu pior defeito, só não entendo como pode estar ainda de pé e tagarelando bobagens depois de passar três dias e três noites sem comida, nem bebida.
ㅡ Posso não parecer, mas sou bastante forte.
ㅡ Disso não duvido. Mas me diga Sol... Você quer ser liberta hoje mesmo e desaparecer deste reino para sempre?
ㅡ É o que mais desejo.
ㅡ Então tenho uma condição...
ㅡ E qual seria?
ㅡ Que você se aproxime de Caspian e o destrua, o convença de seu amor e o mate.
ㅡ Está me pedindo para trair Caspian e matá-lo?
ㅡ Exatamente. Se assim fizer terás tua doce liberdade de volta e nunca mais a incomodarei.
ㅡ Eu nunca faria tal coisa!
ㅡ Não me diga que você realmente ama aquele paspalho? ele não vale a pena, não vale sua preciosa vida Sol, aceite minha proposta e seja feliz.
ㅡ Nunca.
ㅡ Até onde sei, você não tem vínculos com aquele povo, é uma escreva vendida, sem família e sem amigos, posso lhe oferecer além de sua liberdade, tesouros inestimáveis, ouro, prata e até algumas jóias preciosas, você será uma moça livre, muito rica e terá uma vida de conforto...
ㅡ Prefiro passar os últimos dias de minha vida trancada naquele calabouço infernal, do que trair Caspian e aquele povo que me acolheu quando necessitei.
- Blá, blá, blá... pelo que vejo você sente coisas profundas por ele, mas... Talvez meu primo não goste tanto assim de você...
ㅡ Eu não me importo com isso.
ㅡ Ah, não? ele não deu notícias, não decidiu fazer nada para libertá-la, se é que irá fazer isso. Ele pensou bem Sol, decidiu que o amor de uma mera estrangeira não vale a vida dele nem de se seu povo.
ㅡ Se ele pensa assim, digo que ele faz o certo, não valho a vida de pessoas e criaturas inocentes, não seria justo que por mim ele desistisse de Eprain.
ㅡ Oh, mas que belo pensamento, tão humilde...
ㅡ Se pensa em me usar como isca estais fracassando com sucesso ou se passou por tua cabeça que algum dia trairia Eprain, estais completamente errado. Digo-te que prefiro minha morte a conceber contigo, tal plano maléfico contra seres inocentes.
ㅡ Tudo bem, eu já sabia que tu não farias isso mesmo, lhe fiz a proposta com a inútil esperança em sua ambição, mas vejo que não tens nenhuma, a não ser que...
ㅡ A não ser que? ㅡ Laian deixou um sorriso mesquinho brotar de seus lábios, seus olhos azuis pareciam cheios de maldades, o que ele estaria pensando? se perguntou Sol.
ㅡ Guardas... tragam os impuros até mim. ㅡ Ao dizer isso Sol viu quando os soldados de Laian caminharam até a porta, depois de alguns minutos surgem de lá com as pessoas que Sol jamais pensou ver novamente, ela sentiu um misto de felicidade por vê-los, misturado com raiva, pois ainda estava muito magoada com a atitude deles, e também sentia medo do que pudesse os acontecer.
ㅡ Sei bem quem você é Sol... Não pense que sou tolo, meu primo pode ter acreditado nessa história falsa de capturada por piratas do mar de Leme, vendida para os gigantes e outras mentiras mais. Veja só o que encontrei ao mandar um de meus fiéis soldados investigar o mundo dos impuros... isso mesmo! os irmãos da nossa pequena aventureira.
ㅡ Solte-os Laian! eu imploro que não faça nenhum mal a eles!Continua...
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Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}
FantasíaEra uma vez, uma menina simples do interior de Lebanon, Estado de New Hampshire nos EUA. Ela e sua família eram pessoas humildes e Sol era a caçula dentre outros seis irmãos, seu pai sempre se esforçou para cuidar de cada um deles, principalmente qu...