Tudo parecia ter perdido o sentindo ou a cor, não era provável que Sol fosse embora, pelo menos não enquanto o príncipe não tomasse a decisão de mandá-la embora. Para todos os efeitos, Lilive não suportava mais a garota que aos poucos ganhava a confiança de todos.
- O que estou fazendo? ela é só uma menina, não devo agir dessa maneira com as pessoas, justo eu! que sempre amei a todos igualmente. Sol não tinha culpa se o príncipe se encantou por ela e também Lilive só representava para Caspian como uma protetora, uma fada guardiã, alguém que ele amava, mas não da forma que Lilive queria. Ela se sentia triste, mas não tinha o direito de intervir nos sentimentos alheios.
Secou as lágrimas e tratou de sair o quanto antes. Fazer uma visita às suas irmãs, as fadinhas, seria uma boa idéia. Elas deviam estar muito entusiasmadas para o baile de coroação.
Já estava a um passo de sair do quarto quando viu a raposa Charlotte lhe tomar a frente, lhe impedindo de sair.
- Vai a algum lugar Lilive?
- Sim, irei visitar minhas irmãs.
- Mas antes poderíamos conversar?
- Se for sobre o anúncio de guerra, não se preocupe, já fiquei sabendo e não estou nem um pouco animada com isso...
- Não é sobre o grande dia. É somente que, você sabe... sobre a menina Sol.
- Tudo bem. Vamos adentrar. Disse Lilive conduzindo a raposa para seu quarto.
- Já começo lhe dizendo que não tenho nada contra ela, Charlotte, e não queira me interrogar sobre isso...
- Preciso saber se o que você sente pelo nosso príncipe é apenas um enorme carinho ou algo além disso?
- Ora essa... de onde tu tiraste pergunta mais descabida Charlotte?
- Não queira me enganar com suas mentiras Lilive, não é de hoje que percebo seus encantos para com o príncipe.
- E se for isso? O que há de errado Charlotte? acaso sou proibida de amar só porque sou fada?
- Não! mas creio que Caspian não lhe vá corresponder a esse amor. Não quero lhe ver triste nem chorosa pelos cantos quando você perceber isso.
- Tudo bem, mas onde entra Sol em tudo isso?
- Você também já sabe, ela... ela foi a escolhida do futuro rei.
- Agora resta saber se ela vai aceitar!
- Por que diz isso?
- Você acha mesmo que não sei que essa menina veio do mundo dos impuros? não seja ingênua Charlotte, com toda sua experiência, pensei que fosse mais esperta em querer me enganar.
- Não entendo...
- Eu sei que Sol é do mundo dos impuros, vamos pôr as cartas na mesa de uma vez e deixar de segredinhos.
- Como você soube disso?
- Você não foi a única que já visitou aquele mundo degradante e mesquinho.
- Mas...
- Vi aquela criança nascer, vi a mãe dela morrer e o quanto ela foi renegada pelos irmãos.
- Como você sabe de tudo isso?
- A mãe dela era uma velha amiga...
- Você conheceu a mãe de Sol? eu pensei que ela tivesse os pais vivos, ela não me falou nada sobre sua mãe...
- Talvez por que isso a machuca demais?
- Como pôde esconder isso de mim Lilive?
- Você fez o mesmo esse tempo todo. Enfim... a mãe de Sol se chamava Susana, ela era uma bruxa branca...
- O quê? mas isso é impossível...
- Pois é! eu também não acreditei quando vi que Susana fugiu do nosso mundo porque se apaixonou por um impuro e jamais o aceitariam entre nós. Ela decidiu abandonar seu próprio mundo para viver com ele. Essa menina não é só uma impura, ela também é uma bruxa branca, filha de uma das maiores feiticeiras do reino de Eprain antes de serem instintas. Isso explica os cabelos de fogo...
- Como você pôde esconder isso de todos? como ela conseguiu fugir e nunca ser descoberta?
- Suazana era a última de sua linhagem Charlotte, não havia mais outras bruxas brancas, com uma das batalhas que houve antes da morte do rei e da rainha, as bruxas do Sul conseguiram grande vitória sobre as bruxas brancas, elas não estavam preparadas para uma batalha tão devastadora, ninguém estava. Temos de admitir que as criaturas de Ósseas são bem mais fortes que a de nosso reino.
Por um lado Lilive estava certa, Sol tinha algo diferente, Charlotte notara isso desde que a viu pela primeira vez, ela era diferente dos outros impuros, era extremamente bondosa e não tinha o coração corrompido pela ganância. Agora mais do que nunca Charlotte precisaria descobrir mais sobre ela, sobre seu passado e sobre sua família.
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Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}
FantasíaEra uma vez, uma menina simples do interior de Lebanon, Estado de New Hampshire nos EUA. Ela e sua família eram pessoas humildes e Sol era a caçula dentre outros seis irmãos, seu pai sempre se esforçou para cuidar de cada um deles, principalmente qu...