Prólogo

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- Dr. Alak, temos um pequeno tumulto no Setor 6. O capitão Erik exige a sua presença imediata na Sala de Estado.
- Fabi, minha cara, alguém já disse que a sua voz é mais linda ainda às... - ainda deitado em sua cama, tateou, as cegas, a mesa de metal frio, chegando a derrubar alguns papéis, até encontrar o seu relógio. - ...3:17 da manhã? Nossa... Diga que já vou... - Desligou o telefone sem sequer ouvir a tentativa de resposta da enfermeira-chefe de cabelos dourados e corpo escultural. - É muito deliciosa. - murmurou, rindo levemente, ainda de olhos fechados, enquanto esfregava lentamente o seu membro, endurecido só de pensar naquela mulher que frequentava as suas fantasias desde que assumiu o posto de médico em Aralsk-7. Voltou a dormir e a sonhar com uma noite de sexo que jamais aconteceria. Se for mesmo importante eles ligam de novo.

- Alak.... Alak! - Um grito acordou o jovem de 26 anos em meio a fortes batidas seguidas na porta de ferro, que ecoavam como trovões na pequena suíte.

O rapaz se levantou rápido enquanto murmurava algo hostil em reclamação àquela interrupção de um ótimo sonho:

- Vocês só podem estar brincan.... - Seus olhos se arregalaram com a visão do capitão Erik ali na sua porta. Era um homem muito alto e forte, com cerca de 40 anos, cabelos curtos, escuros, com mexas grisalhas nas laterais e olhos azuis penetrantes. Carregava uma expressão séria, quase raivosa, que Alak preferia achar que era de sono. Só conseguiu prestar continência, enquanto ainda tremia de medo, e ouvir o que o primeiro superior no comando do complexo teria para lhe falar às quase 4 da manhã.

- Espero que isso não seja pra por minha causa, doutor. - Apontou para a tenda molhada formada nas calças do rapaz, devido, obviamente, à sua recente e ainda pungente ereção.

- Desculpe, senhor. - Pegou um travesseiro com a mão esquerda e cobriu suas partes, ainda com a direita na testa. - É um problema de família. - fechou os olhos e soltou o ar, com vergonha - Posso explicar. Muitas pessoas....

- Deixe isso pra outra hora e venha comigo imediatamente. - meneou a cabeça em negativa.

- Sim, senhor. - Respondeu. - Só vou colocar umas roupas.

- Imediatamente! - Ordenou, rispidamente, o gigante que já se afastava, com uma fúria que Alak jamais havia visto naquele olhar. Era, definitivamente, algo sério. Nada na amada mãe Rússia era tão emergencial. Os burocratas do exército chegavam a demorar mais de dois meses para aprovar uma simples troca de lâmpadas.

O médico, assustado, pegou o travesseiro e acompanhou o capitão pelo corredor vazio e pouco iluminado, de paredes cinzas descascadas, do Alojamento 3.

- Mas o que aconteceu, senhor? Alguém passou mal?

- Recebemos uma transmissão de SOS do Setor 6 às 1:15 desta madrugada. - O militar falava muito rapidamente, mas, ainda assim, escolhia cuidadosamente as palavras de modo a se fazer entender - Fizemos o protocolo padrão de resposta, contudo não responderam a chamada de rádio. Então, enviamos uma equipe para averiguar o que havia acontecido.

QUARENTENA - Breve Ensaio de uma Noite InterminávelOnde histórias criam vida. Descubra agora