Capítulo 25

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( eu não era pra postar maaaaaas adorei os vossos comentáros ahah CONTINUEM A COMENTAR E A VOTAAAR é muito importante c: xx)

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A violência sobre mim continuou por alguns minutos. Os socos eram depositados na minha cara obrigando-a a virar várias vezes, sentia as bochechas e os olhos começarem a inchar. Os pontapés eram fortemente lançados nas minhas costelas e pernas, o vestido foi rasgado e senti as cicatrizes que tanto tempo me estavam a levar a sarar, abrirem-se de novo manchando o tecido de cor azul escura. A consciência começava a escapar-se do meu alcance e por muito que tentasse ripostar duas ou três raparigas acabavam por conseguir agarrar-me e bloquear os meus movimentos. Estou demasiado fraca, estou parar à demasiado tempo para me conseguir defender.

As ofensas eram cuspidas das suas bocas quando me agarravam os cabelos castanhos, emaranhando-os nos seus dedos e obrigando-me a bater com a cabeça no chão duas e três vezes. Levei as mãos às zonas lombares do meu corpo sentindo o sangue resvalar-se nas minhas mãos. Todas as ferias que deveriam sarar estavam a ser abertas novamente e o ardor que as atingia era incomparável, juntamente com a dor que os músculos do meu corpo sofria.

“Hey, o que pensam que estão a fazer?” Uma voz já minha conhecida proferiu e eu dei graças por alguém aparecer.

Fui totalmente solta no chão enquanto as raparigas olharam na direcção de onde a voz viera. Ouvi-as sussurrarem umas para as outras e todas se colocaram à minha frente impedindo que Paul visse o meu corpo quase inconsciente jazido no chão. Ainda consegui ver entre os tornozelos delas os passos do segurança na nossa direcção.

“Vocês não podem estar aqui.” Ele informou-as com um tom rígido, algo que não estava habituada a ouvir. Mas tive de abstrair-me dos meus pensamentos recordando-me que tinha de o avisar que estava ali e mostrar-lhe o que aquelas raparigas estavam a fazer. Sentei sibilar o seu nome mas pareceu não ouvir-me. Mais alto, mais alto.

Só então, quando quase gritei, Paul reparou em mim e afastou as jovens para me vir ajudar. As suas mãos doeram em choque com a minha pele magoada e eu senti as lágrimas misturarem-se com o sangue no meu rosto.

“O que é que vocês fizeram?” Ele questionou de novo mas berrando para as raparigas que pareciam um misto de choque com medo e triunfo. Paul falou para o seu intercomunicador chamando o resto dos seguranças que impediram o grupo de fugir dali.

A minha visão estava demasiado turva e eu estava com imensa dificuldade em concentrar-me no que acontecia à minha volta. As dores eram insuportáveis e faziam-me recordar tudo aquilo por que passei durante o último ano. As memórias assaltavam a minha mente que deveria estar mais adormecida do que acordada no momento, deixando um rasto de culpa, de mágoa mas também saudade e desespero. Devo ter desmaiado pois o pouco que me lembro foi dos rapazes apareceram e Liam segurar-me nos seus braços em total pânico gritando para chamarem o 911* e insultando as pobres raparigas que choravam compulsivamente. Não consigo odiá-las, para falar a verdade até tinha alguma pena delas. Mesmo que pena seja um sentimento horrível e que ninguém deveria sentir por ninguém. Elas estavam apenas desesperadas por proteger aquilo que amam, mesmo sem o conhecer, não as posso culpar por fazerem algo que acham correcto certo? Por muito que eu achasse mal odiarem a namorada do seu ídolo só porque não são elas próprias, não as posso censurar.

A seguir a esse episódio seguiram-se vários flashes e gritos pouco nítidos, lembro-me da ambulância e de uma sensação horrível de falta de ar. Era como se me estivessem a sugar a vida, a alma. Como se estivesse a ser puxada para um mar negro e me estivessem a destruir de dentro para fora. Não sentia o meu corpo, mas eu ouvi-a os ruídos distorcidos ao meu lado. Reconhecia a voz de Liam entre tantas outras anónimas, queria dizer-lhe que estava tudo bem que não passavam de uns arranhões sem importância, já que um choro compulsivo acompanhava as suas falas. Mas eu não tinha voz, por muito que a procurasse ela parecia não estar mais lá.

The Runaway  |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora