Capítulo 27 [Liam's Book]

1.9K 221 11
                                    

(Leiam a nota de autora por favor, é importante)

-:-:-:-:-:-:-:-:-

 [Liam’s Book]

Um mês. Quatro semanas. Trintas dias. Setecentas e vinte horas. Sabes quanto me custacontar todo este tempo depois de teres ido embora? Depois de me abandonares? Depois de deixares todo o teu monte de mentiras para trás? Não, tu não sabes. Tu não sabes como é difícil manter todo este sorriso falso no meu rosto quando na verdade só quero gritar e chorar porque a mulher que mais amei na minha vida não passa de uma mentira, de um holograma no qual toquei e se sumiu no ar, por entre os meus dedos. Tu sabes o que custa ainda mais? Saber que mesmo depois de todo o sofrimento que me estás a causar neste momento, eu nunca te vou conseguir odiar. Mais: eu nunca irei conseguir deixar de te amar. Alguma vez te disse que te amo? Talvez seja melhor não, pois seria mais uma forma de enxovalhares o coração que já partiste. Eu dei-te tudo, fiz-te prometer que me deixavas proteger-te, dei-te o meu coração, deixei-te entrar na minha vida, dei-te o meu mundo. E agora tenho de contar os minutos, os segundos, para que finalmente voltes e desfaças os pesadelos que me criaste. Será justo fazer-te regressar? Não, não é. Mas ainda assim eu quero que regresses porque parte de mim, aquela pequena parte que sempre me puxa para o teu amor, que sempre tem aquela esperança de que há uma razão para tudo isto e que na verdade não és o monstro que toda a gente diz que és, estará sempre aqui, de braços abertos para ti.

É injusto sabes? Não para comigo, não para contigo, mas para aqueles que se deixaram influenciar pelo nosso suposto amor. Eles são os maiores inocentes no meio disto tudo, sim, porque eu não sou nenhum inocente. Eu deveria ter procurado levar-te de volta para casa no momento em que surgiste na minha casa quase sem forças para criar uma linha direita de pensamento. Lembras-te desse dia? Dessa noite em que quase devoraste aquele bolo de chocolate, mas depressa te envergonhaste e as maçãs do teu rosto ficaram tão rosa e brilhantes que o meu corpo aqueceu só de ver imagem tão bela, lembras-te? Eu lembro, todos os dias lembro aquele momento em que caíste nos meus braços e eu senti os choques eléctricos no corpo com o contacto da tua pele com a minha. Foi tão bonita a forma orgulhosa como quiseste ir embora. Deveria ter-te deixado ir nesse dia ao invés de te obrigar a ficar? Talvez sim. Pior ainda foi procurar-te pelas ruas de Wolverthampton durante dias e, quando finalmente te encontro, salvo-te de novo da fome (tanto a tua como da dos marginais que queriam roubar a tua beleza). Lembro-me da noite em que me fizeste aquela promessa (que agora não estás a cumprir), que entre gargalhadas exaustivas prometeste que me deixarias proteger-te. Lembro da primeira noite em que finalmente pude provar o prazer dos teus lábios e o saber do teu corpo. A noite onde as nossas almas foram uma só num grito exasperado de mais e mais amor. O amor que eu sentia por ti. Que eu sinto por ti. Chama-me estúpido, mas eu sei que sou um estúpido apaixonado pelo holograma que me criaste. Um estúpido apaixonado pelo teu sorriso milagroso, os teus olhos caramelizados, o teu cheiro de mirtilos doces e frescos no calor do verão ou até mesmo da tua voz suave e responsável sempre a ajudar-me da minha cabeça na lua.

Mas agora não estás mais aqui e tudo o que me resta são estas malditas memórias que a cada passo que dou me torturam o coração como os espinhos da rosa que me deixaste. Cada vez que piso o palco tenho a oportunidade de, por uns meros segundos, esquecer aquilo que me deste, mas quando os meus olhos encontram uns caramelizados parecidos aos teus tudo regressa. Quando me recordo das vezes que cantei bem junto do teu ouvido para te ver adormecer nos meus braços, só para ter a oportunidade de me sentir o teu protector, o teu herói que te carrega para o paraíso. Mas agora protejo-te de quê quando na verdade precisas de ser protegida de ti própria?

Bem, talvez deva proteger-te da polícia, dos tribunais, da segurança social que te quer prender. Será que mereces a prisão? Eu não sei, na verdade ainda nem tive tempo de falar com o meu advogado sobre ti, já que agora tenho de me proteger a mim. Sim, porque os documentos que arranjei para ti são o meu passaporte para a ilegalidade, o facto de te manter sob a minha alçada é o meu visto para me associarem ao terror que criaram no teu país. No teu país. Nem isso me falaste a verdade, não és britânica pois não? Eu sei que não. Agora eu sei que não.

Nem sabes como me custou chegar naquele quarto e ver a cama vazia. Ver que tinhas ido embora. O mais engraçado é que quando eu saí, para tu teres o teu momento sozinha, eu realmente pensei que pedirias para eu regressar para ti, para te abraçar e deixar ficar bem pertinho de mim e proteger-te de quem quer que quisesse levar-te de mim. Sou um tolo, não é?

“Porquê?” Foi tudo o que escapou dos meus lábios quando os meus joelhos perderam as forças e eu caí, diante do sítio onde dormiras por três dias, o sítio onde três dias fiquei, segurando a tua mão e rezando para que voltasses para mim.

“Ela não deve ter ido longe.” O médico disse-me enquanto saía da sala a correr. Mas eu sabia que era inútil, eu sabia que já ias mais longe do que aquilo que poderíamos imaginar. Porque é isso que tu fazes, não é? Fugir. Talvez sejas obrigada a isso, quem sou eu para te julgar?

Onde estarás tu agora? Talvez noutra casa? Debaixo de um telheiro? Inexplicável é como eu ainda me preocupo contigo. Mesmo depois de teres jogado o meu nome na lama e de agora ter meio mundo a questionar-se sobre o que eu faço por detrás da minha carreira de cantor. Sabes que parte da tour foi cancelada? Talvez não te interesse para nada mas o meu julgamento e as investigações que estão a fazer a todo o management, não permitiram continuar a mudar de país sem problemas. Não que isso te importe, importa? Eu não sei. Aquela parte pequena que te disse, a esperançosa, diz-me que sim, a outra grande, realista, diz que não. Mas eu não sei em qual delas acreditar de verdade. Será importante importares-te com isso? Talvez não. Acho que não é isso que irá revelar a humanidade que mostraste não ter. Mas quem sou eu para julgar isso?

“Estamos com grandes problemas Liam,” O advogado disse enquanto se sentava à minha frente. Papéis entre as suas mãos ásperas de trabalhador de escritório, os óculos de ver ao perto empoleirados no nariz e o ar jovial a desaparecer nos cabelos brancos. “para além de falsificação de documentos podes ser acusado de colaboração de crimes contra a humanidade. Acolhes-te uma pessoa como ela, como pudeste fazer isso?” As suas sobrancelhas carregaram-se uma contra a outra e as linhas curvilíneas surgiram na sua testa. Estava sério mas ao mesmo tempo incrédulo.

Sabes o que respondi? Nada. Eu não respondi nada além de um encolher de ombros e o resvalar das minhas mãos pela cara tentando abstrair-me da tua figura presa na minha mente. Sim, porque esse é o grande problema no meio de todos os que enfrento agora: tirar-te da minha cabeça. Mas como podemos tirar alguém da cabeça quando ela está cravada no coração?

“Um tolo apaixonado.” Disse Zayn uma vez em conversa com Simon. Apressou-se a baixar o tom de voz na esperança que eu não ouvisse. Mas eu ouvi. E sabes que mais? Não foi o pior que ouvi nestes últimos tempos. Mas que te interessa o que eu ouvi? Nada, absolutamente nada.

Harry senta-se do meu lado e dá-me leves pancadas nas costas. Diz que tudo se vai resolver e que em breve não tenho de ouvir falar mais de ti. Mas sabes que mais? E não quero parar de ouvir falar de ti. É esse o veneno vicioso que carrego comigo todos os dias. O simples facto de ouvir o teu nome faz o meu coração palpitar e as borboletas adolescentes surgirem mesmo no centro do meu estômago. O Andy é o único que se sente capaz de passar as noites em minha casa, afagando o meu choro idiota, ou ouvindo os meus problemas vezes e vezes sem conta. Ele diz-me que tu um dia terás uma explicação para mim. Que explicação? Eu quero essa explicação Melanie. Será mesmo esse o teu nome, Melanie?

Quem és tu afinal? E porque é que, mesmo sabendo quem tu és, eu continuo a amar-te mais do que à minha própria vida?

(heyy, bem eu não estou nada satizfeita com os números aqui, mas como é óbvio eu amo cada comentário vosso e acho linda a forma como as vossas palavras me deixam feliz o resto do dia! 

Estou a amar escrever esta parte do Liam porque realmente tem muita emoção, pelo menos para mim e espero conseguir passar isso pra vocês 

No entanto, gostava que os comentários voltassem a atingir números maior'zitos (nao estou a pedir milhares, só que voltem aos 7/8 que tiveram à dois capitulos atrás. É que eu estou mesmo a esforçar-me com isto e toda a gente gosta de ser recompensado né?

anyway agradeço às princesas que comentam sempre porque vocês são realmente uns amores e as melhores leitoras que alguém pode ter, é porque são mesmo fantásticas Obrigada :3

ah! O próximo update, como postei hoje, já não é sexta-feira. Talvez sábado ou domingo consoante a felicidade que tiver em relação ao assunto acima referido.

acho que é tudo,

comentem e votem <3

xx)

The Runaway  |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora