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“Por isso é que o colar dizia Wolverthampton!” Gritei com a minha conclusão e o meu irmão olhou para mim com um sorriso, aquele sorriso que nunca mais vira na minha vida e tantas saudades haveria tido dele. “Estás mesmo vivo, eu pensava que era mentira.” Proferi quando os nossos corpos se juntaram num abraço terno e repleto de saudade.
“Lamento pequena, mas eu tinha de permanecer escondido.” Explicou-me com a emoção alterar-lhe a voz alguns tons drasticamente.
“Alguém me pode explicar o que se passa aqui?” Liam praguejou de braços cruzados e eu olhei-o espantada. Mas era natural a sua atitude, eu sabia que ele detestava ser mantido fora das coisas.
“Liam, este é o meu irmão mais velho, André. Foi ele que fugiu quando eu era ainda muito pequena e eu pensava que ele tinha morrido.” Expliquei vendo os dois homens cumprimentarem-se educadamente. Ainda assim mais novo olhava o outro com desconfiança.
“E como tens a certeza de que é ele?”
“Isto.” O mais velho retirou o colar que trazia no pescoço e colocou-o na minha mão. «Wolverthampton» escrito na parte de trás. E eu tive todas as certezas de que era ele. Sabia que era demasiado pequena mas os seus olhos verdes com uma mistura de um castanho mel latino e intenso traziam-me à memória vários episódios da minha infância. Eu tinha a certeza de que era ele. “Mas podemos fazer um teste de ADN se quiseres.” O rapaz deu de ombros.
“Isso seria ótimo.” A mão de Liam pousou na minha cintura e senti-o ficar tenso do meu lado.
“Tudo bem então quando quiserem podemos fazê-lo, mas agora preciso de falar contigo Maria.” O rapaz olhou-me estendendo a mão na minha direção para que o seguisse.
“O nome dela é Melanie agora e seja o que for, ela pode falar à minha frente.” O moreno continuou a protestar e eu estava sem palavras para as suas ações. Ele estava a ser tão protetor.
“Liam,” Coloquei as mãos no seu peito obrigando-nos a ficar frente a frente. “Quando contratei o detetive para investigar a Marina, pedi-lhe também que procurasse pelo André. Tenho quase 100% certeza de que é ele, mas ainda assim vamos fazer o teste. Seja o que for eu vou contar-te, mas dá-me só uns minutos por favor.” Discursei com o meu melhor sorriso para o persuadir.
Ele acabou por suspirar e depois de um olhar ameaçador para o mais velho, acabou por se afastar e dirigir-se para junto dos amigos.
“Obrigada,” Ele falou com um sorriso aliviado quando começámos a caminha pelo jardim, para uma zona mais sossegada.
“Diz-me, o que se passa. Esta conversa não é só para saberes a minha cor favorita não é?” Interroguei parando debaixo de uns candeeiros para podermos ter alguma iluminação.
O rapaz respirou fundo e olhou para os dois lados.
“Preciso de ti Maria, Portugal precisa de ti.” Revelou-me diretamente e a minha primeira reação foi rir da frase. Não tinha cabimento nem fazia sentido, uma vez que eu não era nenhuma heroína e aquilo suava como um comercial.
“De que é que estás a falar?” Interroguei vendo-o permanecer sério. André acabou por tirar o telemóvel do bolso e abriu a galeria onde fotos e vídeos mostravam a situação do país. Abri os olhos, espantada com o cenário de guerra patente nas imagens.
“O país está a revoltar-se Maria, os tempos estão a mudar de novo. Depois de saberem tudo o que te aconteceu eles finalmente estão a conseguir lutar. Temos espiões dentro de Lisboa, dentro do palácio.” Informou-me excitado com a situação. Eu… eu não sabia o que sentir. A minha vida não dizia mais respeito da Portugal, eu estava ali a estabelecer-me e recomeçar do zero, como poderia eu envolver-me de novo naquele inferno e arriscar perder o que de melhor me aconteceu na vida?
“O Pedro…”
“Sim, ele também era um dos nossos. Ao início não mas depois acabou por alinhar, ele vinha-te buscar para seres uma de nós Maria, por isso é que não apareci mais cedo. Se tu voltares o Cesar nunca te dirá que não, és a nossa melhor jogada, ele ainda te vê como a pequena irmã que criou.” Respondeu guardando de novo o aparelho.
As suas palavras soaram na minha cabeça e eu senti-me um completo objeto nas suas mãos. Como é que ele podia chegar aqui, no dia do meu casamento, e dizer-me todas estas coisas com a maior das felicidades.
Será que estou a ser egoísta? Será que estaria a virar as costas ao meu país se rejeitasse todo este desafio?
Os meus olhos procuraram instintivamente pelo rapaz que amava e que se tornara na minha vida nos últimos tempos. Só ele me podia ajudar naquele momento. Aquele momento em que eu não fazia ideia do que fazer.
“Eu…” Tentei falar mas as palavras fugiram-me quando finalmente encontrei a figura alegre rir-se com os amigos. Os seus olhos encontraram os meus e a felicidade desapareceu do seu rosto, transformando-se num ar preocupado. Mas ele não saiu do sítio.
“Eu não posso, André. Por muito que quisesse ajudar o Cesar nunca confiaria em mim e eu não sou o vosso objeto, vocês não podem brincar com a minha vida assim.” Acabei por responder e tentei afastar-me dele para ir de encontro ao rapaz que ainda me olhava com cautela, junto dos amigos.
A mão de André agarrou o meu braço impedindo-me de prosseguir e eu olhei-o de relance.
“Por favor, ao menos pensa nisso.” Pediu calmamente e eu limitei-me a assentir-lhe antes de voltar para os braços dele, da minha vida.
[E é isto. O fim. É a primeira fic que termino aqui no Wattpad e devo dizer que até estou orgulhosa e vou sentir saudades de Lianie (:
Em relação à 2ª Temporada, decidi que, se a fizer, não vai ser para já. Se a começar só será nas férias da Páscoa porque tenho outras ideias prioritárias e, além disso, se surgir uma sequela a história vai ser um pouco mais ao redor da Melanie do que do Liam e não sei se vocês iam gostar.
Anyway, AS PESSOAS QUE NUNCA COMENTARAM, gostava que deixassem só uma coisinha a dizer se gostaram da fic ou não, acho que não vos custa muito (:
OBRIGADA POR TUDO.
xx]
QUEM QUISER continuar a ler os meus trabalhos passe no meu perfil. Tenho duas fic's do Harry Save You e Rain (que ainda está a começar) em português. E uma em inglês Before You (que ainda está em projeto).
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The Runaway |l.p|
Fanfiction"O meu país não é longe, não é do Oriente, nem pobre. É bonito e as pessoas sorriam. Fazia sol e as pessoas dançavam alegres. No entanto isso acabou. As muralhas de ferro e arame ergueram-se em redor das nossas fronteiras. Fechou-se ao Mundo. Erguer...