Capítulo 12

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(quero agradecer a todas porque vocês são UM MÁXIMO! são super queridas e eu adoro todos os vossos comentários :D
como disse vim postar hoje e estou em problemas PORQUE EU NÃO SEI DO CADERNO e tive que seguir aquilo que me lembrava deste capítulo. Não está grande coisa, desculpem :(
continuem a comentar comentar comentar comentar e votar votar votar :D
xoxo)

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“Não importa o que eu faça ou quantas vezes o faça, não importa o que eu te diga que te quero ajudar tu arranjas sempre algum problema e mandas-me sempre para trás!” O seu tom de voz era bastante alto e cada vez andava mais na minha direcção.

Eu não sabia o que dizer nem como reagir a toda aquela situação, era estranho vê-lo daquela forma e eu não gostava disso. Além de detestar que gritem comigo, e noutra situação qualquer eu estaria a gritar também, o pior de tudo é que eu senti-me mal por ser a causadora da sua raiva, por estar a causar-lhe tantos incómodos e desesperos. Eu não quero que ele fique assim, quero que ele fique feliz. Gosto quando sorri daquela forma doce e infantil deixando a língua entre os dentes, a forma como os seus olhos chocolate brilham. Não deste mar intenso de raiva mas sobretudo preocupação, porque eu sei que mesmo conhecendo-me à tão pouco tempo ele preocupa-se comigo mas eu não quero que isso aconteça, eu não quero que ele se preocupe.

“Tudo o que eu tenho feito é para que estejas bem…” ele acrescentou com a voz a falhar. O seu olhar suavizou por uns instantes e eu aproveitei a deixa para me afastar dele.

Voltei-lhe as coisas e dirigi-me à sala passando as mãos pela cara. Porque é que eu me estou a sentir tão mal, tão nervosa? Eu sei que ele foi o rapaz que me salvou, bem ou mal, e eu devo-lhe toda a gratidão do mundo mas ainda assim eu não devia importar-me tanto com o facto de ele estar chateado nem com o facto de ele querer cuidar de mim. Isto é tudo tão estranho, não faz sentido pura e simplesmente.

“Eu sei tomar conta de mim” Gritei ao ouvir os seus passos atrás de mim. Ainda assim não o encarei fixando-me em parte incerta da sala, não queria encará-lo e muito menos ver a decepção nos seus olhos que aparece sempre que falo friamente com ele. “Tu tens um sério problema, tu não me conheces porque é que queres tanto ver-me bem?”

“Eu não sei” A sua voz era mais calma e ouvi-o suspirar como se ponderasse numa resposta melhor para me dar, mas percebi que nem ele próprio sabia a resposta. “Eu apenas quero” Sorri com a repetição das suas palavras e agradeci por ele ser incapaz de ver o meu rosto nesse momento.

Eram muitas questões na minha cabeça ainda, eu ainda não conseguia achar normal tudo aquilo que estava a acontecer. Aprendi a ser desconfiada, aprendi a achar tudo duvidoso e a não me deixar cair em qualquer tipo de armadilha por isso era difícil de acreditar nas suas palavras, era difícil de acreditar que ele “apenas queria” ver-me bem sem saber de onde venho, quem sou ou qualquer outra coisa sobre mim. E por muito que me custasse admiti-lo eu admirava-o por isso pois eu tinha esperança de que as suas palavras fossem verdade e sentia-me bem por ter alguém que me queira bem mesmo que eu nunca o vá dizer em voz alta pois eu não quero que ninguém sinta que tem de o fazer. Gostava desta sensação de protecção e gostava especialmente de sentir que ele está feliz por fazê-lo.

“Obrigada mas eu não preciso que se preocupem comigo” finalmente voltei-me para olhá-lo arrependendo-me logo de seguida. “Eu sei cuidar de mim sozinha” Atirei o mais fria que consegui depois de engolir em seco à procura de coragem para o fazer. Era difícil falar com ele desta forma, ver o seu mar acastanhado desfazer-se num olhar desiludido e um pouco magoado por estar a ser tratado daquela forma. As suas expressões endureceram e ele mordeu o lábio inferior respirando fundo e aproximando-se de mim.

“Deixa de ser tão orgulhosa, Melanie” Pediu colocando as mãos na minha cintura e olhando no fundo dos meus olhos. “Tu no fundo sabes que isso não é verdade” e de repente um sorriso travesso surgiu nos seus lábios enquanto as suas mãos se moveram sobre a minha barriga.

“O que-“ Tentei falar mas ele interrompeu-me. Começou com movimentos rápidos e uma vontade de rir atacou-me enquanto ele continuava as cócegas.

Tentei fugir mas acabei por cair em cima do sofá como ele por cima de mim sem parar o que estava a fazer. Queria respirar mas não conseguia pois era inevitável rir com as sensações que eram criadas a partir das suas mãos na minha barriga. Remexi-me tentando afastá-lo mas ele não saiu do sítio.

“Pá-pára Liaaaam” Tentei pedir entre as gargalhadas mas ele abanou a cabeça rindo-se de mim.

“Não, só quando admitires que precisas de mim para cuidar de ti”  Ameaçou sem parar. O meu rosto já devia parecer um morango de tão vermelho que deveria estar. As minhas bochechas doíam e eu estava cansada de me tentar mexer entre as suas pernas que agora estava uma de cada lado do meu corpo.

Se alguém entrasse pela porta de casa agora pensaria outras coisas mas a verdade é que eu nem me importei muito com isso pois no fundo eu até estava a gostar de estar assim com ele. Gostava de ele já não estivesse tão sério ou furioso comigo. Além de que me agradava o facto de ele estar quase a obrigar-me a aceitar a sua ajudar livremente.

“N-não” Teimei vendo-o revirar os olhos. As lágrimas acumulavam-se nos meus olhos e a minha visão começou a ficar turva devido a isso mesmo.

“Diz que precisas de mim” Insistiu acompanhando-me na risada. “Diz” quase gritou. Eu tentei afastá-lo uma última vez mas ele era realmente forte e não de moveu quase nada.

As dores na minha barriga estavam a tornar-se demasiado intensas e eu não aguentava mais a situação, ele não ia parar enquanto eu não admitisse e por muito que me custasse teria de o fazer. Eu não sei que figuras estava a fazer com a minha dança maluca por baixo do seu corpo mas ele parecia divertido com isso dando-me mais motivos para perceber que ele não ia desistir. Tinha de ceder.

“Pronto, pronto, está bem” Gritei mas ele não parou.

“Tens de dizer, o que é que está bem!”

“Eu quero que cuides de mim Liam, agora pára” Pedi quase sem forças para falar. Ele finalmente parou e ficou a olhar-me com um sorriso aberto. Nunca o tinha visto sorrir daquela maneira mas agradou-me além de me fazer admirá-lo ainda mais.

Aquele momento tinha sido bastante intenso mas divertido, as sensações ainda palpitava no meu corpo ao ritmo da minha respiração descompassada. Ele permanecia sobre mim mas eu não me importei em pedir-lhe que saísse, estava demasiado focada nos seus olhos brilhantes que fixavam os meus enquanto ele próprio também tentava recuperar a sua respiração. Este momento poderia ser interpretado de uma outra maneira, mas a verdade é que não passou de um momento inocente em que fomos duas pequenas crianças a rir e a fazer cócegas um ao outro. Há muito tempo que não me sentia desta maneira, ele estava a fazer-me recordar sensações que eu não sinto há tantos anos e isso era tão bom.

“A sério?” Ele questionou procurando ter a certeza das minhas palavras. Estava feliz e eu não consegui negar-lhe ao ver tamanha satisfação no seu rosto. Assenti vendo-o dar m risinho alegre e quando dei conta todo o meu pequeno corpo foi envolvido nos seus braços, num abraço apertado e forte.

Fiquei sem reacção alguma, não sabia o que fazer perante a situação. Estávamos no sofá, com ele por cima de mim a abraçar-me com tamanha força. Pior que isso é que eu me senti realmente bem daquela forma. Era acolhedor, gentil… e mais uma vez, senti-me de uma forma que não sentia há muitos anos.

The Runaway  |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora