33:Eu não quero que entreguem isso a ela,Alice.

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Capítulo não revisado
Saphira—

— Zenon, amor? — Chamo assim que consigo abrir meus olhos e o vejo dormindo em um sofá próximo. Meu estômago revira sinto meu corpo mole e minha voz quase não sai. Não sei dizer ao certo onde dói, porque parece que até a alma está doendo.

Sinto ele se aproximar e depositar um beijo rápido em meus lábios e logo se afasta para chamar o médico. Ele não diz nada e meu coração se aperta. Será que está com raiva de mim? É claro que está, eu disse olhando em seus olhos que não o amava, eu teria morrido se fosse ele quem me fizesse isso. A culpa me invade, mas o que poderia fazer? Alice já não tem o pai, não poderia deixar ela perder a mãe também.

Tinha que correr o risco, mesmo sabendo do que Pedro poderia fazer comigo, mesmo assim me arrisquei, meu pai me encorajou a aceitar e quando Pedro foi embora, tentei explicar-me para Zenon, mas ele não respondeu nenhuma de minhas mensagens. Comecei a arrumar minhas malas, enquanto meu pai chorava, dizendo que tinha muito orgulho de mim e pediu que entrasse em contato assim que encontrasse a mãe de Alice, sua cirurgia estava chegando e temi não estar com ele no dia, mas sabia que Alice estaria lá, pelo menos pensei que sim. Tudo que eu queria era que esse pesadelo acabasse logo.

Era arriscado, a tia já poderia estar morta, ele poderia estar mentindo, mas mesmo assim teríamos que fazer alguma coisa. Sabia também que não demoraria para polícia entrar em ação, eu tinha que tomar uma decisão e "tentar". Foi minha escolha.

Pedro, me pegou no outro dia bem cedinho, meu coração estava despedaçado, Zenon não me respondia. Alice tentou tranquilizar-me dizendo que iria explicar para ele e chorava muito agradecendo o que estava fazendo por ela. Embarquei de volta para o Brasil, tentando focar na vida da mãe de Alice e na minha. Estava morrendo de medo de Pedro tentar alguma coisa de novo e dessa vez não iria ter ninguém para me salvar, mas ao contrário do que pensei, Pedro não tentou nada, passou todo o vôo conversando, falando sobre o tempo que ficou sozinho é sobre seus sonhos, ele foi simpático, carinhoso.

Ao chegar na casa em que ele nos levou, exigiu que eu fingisse que éramos recém-casados, na hora me apavorei e comecei a chorar, mas ele me puxou para seu braços fazendo com que eu o olhasse e me disse para não me preocupar, que ele não iria força nada, apenas queria se redimir do que tinha feito comigo e passar um tempo comigo até o dia que ele partisse.

Na hora eu não entendi, ficamos esses quatros dias tão sociáveis quanto possível, quando saíamos na rua, estávamos sempre disfarçados com bonés e óculos para não sermos reconhecidos, ele pegava na minha mão como se fosse meu marido, me tratava com carinho se preocupava se estava com fome ou com frio e não forçou nada, dizia que me amava e muitas vezes repetia que se arrependia do que me fez anos atras, tentei conversar dizendo que ele ainda podia se redimir soltando a tia e a mim e ele respondia que faria isso, mas antes queria lembrar de mim assim: ao seu lado, sem mágoas nem rancor. Ele tentou o tempo todo me mostrar que poderia ter sido diferente se ele não tivesse feito o que fez.

Mesmo tendo oportunidades, não me precipitei em fugir por ele não ter trancado-me ou me amarrado, pois sabia que se fizesse isso, eu jamais iria ver a mãe de Alice novamente, e todo meu esforço teria sido em vão.

Todas as vezes que perguntava por ela, ele dizia que no dia que ele soltasse ela, seria o dia da minha liberdade também, mas isso não aconteceu ele a soltou e não fez o mesmo comigo, eu o questionei e ele disse que iria soltar-me, pois a polícia ia achar ele em breve, que faltava pouco. Lembro-me que liguei para meu pai assim que me encontrei com a tia. Ela chorava muito e disse que nunca poderia agradecer o que estava fazendo por ela, meu pai disse que Alice, Geórgios e Zenon estavam no Brasil a minha procura, tentei falar do meu paradeiro, mas ficava difícil com Pedro na minha cola o tempo todo. Finalizei a ligação com a promessa que iria entrar em contato novamente, mas não tive tempo para isso. Depois que fiquei tranquila com a mãe de Alice já no avião para Grécia, comecei pensar na forma de escapar, mas Pedro foi mais rápido. Ao voltar para casa, depois de ligar para meu pai e pegar o número da Alice que fiquei sabendo que veio para o Brasil, Pedro me surpreendeu com um jantar a luz de velas.

UM GREGO EM MINHA VIDA.(Passando Por Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora