O despertador tocava sem parar me avisando que já hora de acordar do meu país das maravilhosas - no caso a terra dos sonhos - e voltar à realidade. Acho que levei a sério quando a minha mãe colocou o meu nome de Alice.
Levantei-me, arrastando pelo quarto. Coloquei uma música animada para tocar e entrei no banheiro. Tirei o meu pijama de flores e fui para de baixo do chuveiro, a água gelada me ajudava a despertar enquanto eu cantava "Cool for the summer" da Demi Lovato.
Hoje é o primeiro dia de aula, estou no segundo ano do ensino médio. Só mais dois anos e estarei livre da escola e das pessoas que gozam da minha cara.
Vesti uma calça jeans escura, uma blusa preta e cinza de manga comprida, um All star azul pastel. Olho-me no espelho pela ultima vez, arrumando os meus óculos a cima do nariz e sorrio, mostrando o aparelho metálico nos meus dentes. Pego a minha mochila e o meu celular, e desço as escadas correndo.
- Você ainda vai acabar caindo dessa escada. - disse mamãe, assim, que entrei na cozinha.
Minha mãe, Mary, comia panquecas doces. Uma jarra de suco de laranja estava em cima do balcão me esperando. Coloquei um pouco no copo e beberiquei o suco acido.
- Bom dia, mãe!
- Bom dia! - ela respondeu.
- Onde esta o papai?
- Ele já foi trabalhar. - ela olhou o relógio em seu pulso. - Ih! Já está na minha hora, vou chegar atrasada. - ela se levantou e colocou o prato na pia.
- Nos vemos mais tarde? - perguntei.
- Não sei, querida. Qualquer coisa, te mando mensagem.
- Ok! - pego uma maçã e começo a comer.
Sigo a minha mãe para a fora de casa. Ela tranca a porta, me entrega a chave, entra no seu carro e sai apressada para o trabalho. Fico esperando Caissy vim me buscar, alguns minutos depois ela para de frente a minha casa em seu novo carro Fiat Stilo Tunado amarelo. Olho a hora no meu celular, ela estava atrasada.
- Esta atrasada. - digo, entrando no seu carro e passo o cinto de segurança.
- Calma, Alice, hoje é o primeiro dia de aula. Isso significa que será o primeiro atrasado do ano. - ela liga o carro e sai. - Estou apaixonada por esse carro. - sorri. - Quando você vai ter o seu?
- Eu não sei, ainda não tive coragem de falar com os meus pais sobre ter um carro.
- Devia falar logo. - a loira me aconselha.
Assim, que chegamos à escola, Caissy estaciona o carro. Descemos e fomos em direção à porta de entrada, passando pelo portão de High School Street. Os alunos vagavam de um lado para o outro sem se importar com quem estava a sua frente, empolgados em rever os amigos e falar sobre as férias que passaram na casa da avó ou curtindo festas universitárias. As minhas férias se resumiam em ser arrastada por Caissy para festas de pessoas que não conheço e entrar em boates com identidade falsa.
Caminhamos até o armário de Caissy, ela abriu o mesmo e começou a se maquiar em frente a um pequeno espelho que tem na porta. Gritos ecoaram pelos corredores da escola, meus olhos foram para a entrada, era Nick e Ruan que corriam batendo em todo mundo.
- Como eles são ridículos. - disse Caissy, passando um gloss labial rosa nos lábios.
- Eu não acho.
Fiquei olhando Nick e Ruan brincarem sem se preocuparem com as opiniões alheias, Nick pulava nas costas de Ruan enquanto gritava coisas sem sentido. Eu não falo com eles, porque nunca tive motivo para isso, mas já ouvi varias historias sobre essa dupla de brincalhões, por exemplo: que Ruan é gay. Todo mundo cochichava sobre isso até que no fim do ano passado, ele se assumiu para a escola inteira, dizendo: "Eu sou gay, e daí?". Atualmente, os dois estão no terceiro ano, estão prontos para sair desse lugar.
- E aí, Caissy?! - disse Chaz, surgindo como um fantasma atrás de nós.
Fiquei muda, assim, que vi Justin ao lado de Chaz, ele me olhou e fechou a cara sem dizer uma palavra. A cada ano ele fica cada vez mais lindo, o que me chamou atenção foi o seu cabelo platinado, ano passado era castanho escuro. Justin usava uma calça jeans, camiseta preta, tênis surrados e o casaco azul e amarelo do time de basquete do colégio.
- Que susto, garoto. - ela fechou os olhos azuis e colocou a mão no peito, relaxando em seguida. - O que você quer?
- Novo ano, novas oportunidades de te chamar para sair.
- Sonha, Chaz. - Caissy respondeu.
- Qual é, Cassidy?! Não custa nada você ter um encontro comigo. - argumentava Chaz.
Caissy fez a sua típica cara de frustração e fechou a porta do armário com força. Meus olhos se fixavam em Justin e em como ele havia mudado tanto. Eu sou o tipo: idiotamente apaixonada pelo Justin, mas nunca tive coragem de falar com ninguém sobre o assunto. E, também, ele sempre me tratou friamente, nunca falou comigo ou sorriu.
Apesar de que nos conhecemos desde que nascemos, nossas mães são amigas desde a época da faculdade e trabalham juntas como contadoras no banco de Jacksonville. Ele nunca foi muito de falar comigo e sim de aprontar horrores pelos corredores da escola.
- Alice, vamos para a sala, eu não quero mais ouvir a voz irritante de Chaz. - disse Caissy olhando para o garoto de cabelos e olhos castanhos.
- Tchau, Justin! - falei tão baixo que até pareceu um sussurro.
- Vamos nessa, Chaz. Não se humilha por pouca coisa. - disse Justin, se referindo a Caissy. - Tchau, Alice no país do terror. - ele bateu na minha mão, fazendo meu bloco de anotações cair no chão.
- Gostei da roupa, Alice. Achou no lixo ou algum mendigo te doou? - disse Chaz rindo e saiu andando com amigo.
- Como eles conseguem ser tão idiotas? - perguntou Caissy, revirando os olhos.
Eu nunca entendi por que eles me tratam assim, eu nunca fiz nada para nenhum deles. Sempre fui na minha e nunca falei mais que o necessário, como: "Oi" e "Tchau". Acredito que Chaz desconta a frustração de não conseguir um encontro com Caissy em mim. Talvez, ele seja como eu. Quer ser notado pela a pessoa que ama, quer ser amado pela a pessoa que ama.
Trailer da fic na mídia <3
Capa feita pela maravilhosa @Hofnerr ❤
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Stupid Love | ✓
FanfictionSem sombra de dúvidas, adolescência é marcada pela infame fase das descobertas. Onde tudo é novo e ao mesmo tempo não é, onde você procura sua liberdade ao mesmo tempo em que deve se ajustar. Alice é uma jovem de 17 anos que ainda se permite sonhar...