Corro pelo campo de futebol americano e me escondo embaixo das arquibancadas. Logo sinto o cheiro forte de cigarro adentrando em minhas narinas. Alguns estudantes escondem-se aqui para fumar ou ficar com alguém. Sentei-me no chão e abracei a minha bolsa, as lágrimas desceram pelo o meu rosto, então tirei os óculos.
— O que foi? — perguntei entre soluço a um casal que me olhava estranho.
— Nada! — respondeu o garoto puxando a garota para longe.
Eu não quero sentir nada, o meu coração aperta por ter sido tão idiota. Encosto a minha cabeça nos meus joelhos, as lágrimas molham a região da minha calça jeans. A sorte é que ela é preta e ninguém vai notar quando eu for para sala. Peguei o meu celular, coloquei os fones e deixei tocar as músicas na pasta da Avril.
"Avril, o amor parece ser mais fácil nas suas músicas."
Eu choro ainda mais ao lembrar-me das palavras de Justin, queria simplesmente esquecer tudo que aconteceu. Eu queria olhar para ele e não ter aquele sentimento. Odeio me sentir idiota e boba na frente dele. Dizer que vai esquecer alguém é mais fácil do que colocar em prática. Nessas horas, eu gostaria de ser como Caissy, ela tem uma grande facilidade para esquecer qualquer paixonite adolescente.
Quer saber?! Eu vou parar de chorar por esse completo idiota.
Eu sinto raiva de Justin, eu quero socar o seu rosto com toda a minha força. Chego até a imaginar a cena em minha mente e isso me faz sentir ainda mais vontade de voltar lá, e socar o seu rosto perfeito até vê-lo ficar roxo.
Sinto alguém me cutucar, olho em direção a pessoa e vejo Ruan e Nick em minha frente. Retiro os fones de ouvido, guardo o celular e limpo o meu rosto que deve estar bem avermelhado.
— Você esta bem? — pergunta Nick, agachando-se.
— Estou sim. — Sorrio levemente. — O que fazem aqui?
Ela me mostra um maço de cigarros e eu apenas concordo.
— Por que estava chorando? — pergunta Ruan.
— Nada demais.
— Eu vi você com o Bieber, o que ele fez? — pergunta Ruan.
— Apenas deixou bem claro que não somos amigos. — Abracei os meus joelhos.
— Ele é um idiota. — disse Nick colocando um cigarro na boca e acendendo-o em seguida. — Eu não te ofereço porque sei que você não fuma.
— Obrigada! — agradeço por ela ter notado isso em mim.
Eles sentam ao meu lado e começam a fumar. Eu cubro o meu nariz com a blusa, não aguento ficar perto da fumaça do cigarro e não quero sair de perto deles porque podem achar que estou evitando-os.
— Vai mesmo à festa? – pergunta Nick.
— Vou sim. Caissy irá comigo. — Sorri.
— Pode levar a patricinha enojada. — disse Nick revirando os olhos.
— Ela não é assim. — a defendo. — Caissy é incrível depois que a conhecem melhor.
— Você é mais legal que ela. — disse Ruan tragando o cigarro.
O silêncio toma conta do lugar. Ruan olha para mim com uma sobrancelha arqueada, apenas sorrio. Os olhos azuis do loiro se fixam no meu sorriso que até chego a ficar incomodada.
— Isso não dói? — perguntou Ruan indicando o meu aparelho.
— Não, já estou acostumada.
— Seu sorriso ficaria mais lindo sem esse aparelho. — Ele diz.
O sinal soou por toda escola. Levanto-me e coloco a minha mochila nas costas. Aceno, despedindo-me de Nick e Ruan e caminho para a sala. Assim que entro no cômodo, vejo o professor de Biologia.
Caissy não faz essa aula comigo. Vamos dizer que Caissy não é muito boa em biologia e química, ela quase colocou fogo na sala uma vez, desde então o diretor decidiu deixar ela o mais longe possível do laboratório.
— Atrasada, senhorita Miller. — diz o professor Levine.
— Desculpa!
— Sente-se com o senhor Beadles.
Sento-me ao lado de Chris, dividindo a bancada. O professor Levine anota algumas coisas sobre a fotossíntese, abro o meu caderno e começo a copiar.
— Você esta bem? — sussurrou Chris.
— Estou sim. — sussurro de volta.
Virei-me vendo o olhar de Justin sobre mim e Chris, ele fechou o cenho e voltou a olhar para o seu caderno.
— Não dê importância para o que Justin e Chaz dizem, eles precisam amadurecer. — Ele sorriu.
— Vamos alunos, abram o livro na página 39. Eu quero essa atividade respondida para ontem. — diz o professor sentando em sua cadeira.
Abro o livro e folheio as páginas até achar o exercício. Minha atenção fica na atividade, eu não quero pensar mais em Justin e no que aconteceu no corredor.
Ajudo Chris com algumas questões e ele faz o mesmo comigo. Depois que terminamos a atividade, levanto-me e junto os meus cadernos no braço. Justin passa esbarrando em mim e meus cadernos caem no chão.
— Oi, Justin. — diz Chris e o amigo o ignora.
Chris ajuda-me a pegar os meus cadernos, caminho até a mesa do professor. Justin conversa sobre sua nota com o senhor Levine. Eu o empurro com o braço, meio que sem querer, para cima da mesa do professor, deixando as coisas bagunçadas em cima do móvel.
Sim, eu estou pagando na mesma moeda.
Justin fez-me chorar e agora ele irá pagar limpando a mesa do professor. Nessa hora, desejei ser mais malvada com Justin, eu ainda me sinto uma boba perto dele, ainda mais depois do que ele me disse.
— Está louca, garota? — perguntou Justin, exaltado.
— Foi sem querer, senhor Levine. — digo ao professor e entrego o meu trabalho. Há inocência no meu tom de voz.
— Você me empurrou de propósito. — diz Justin. Seus olhos demonstram o seu nervosismo.
— Alice jamais faria isso, senhor Levine. — diz Chris logo atrás de mim. — Foi sem querer, eu vi. — sua voz é seria.
— Chega! — exclama o professor. — Senhor Bieber, limpe essa bagunça agora, e vocês dois fora daqui.
O professor Levine tem mania de limpeza e organização, ele detesta ver qualquer coisa fora do lugar, não é a toa que tem o título de professor mais organizado e responsável da escola.
Chris e eu saímos da sala com um sorriso bobo nos lábios. O próprio amigo de Justin ajudou a livrar-me da "culpa" de bagunçar a mesa do professor.
— Obrigada por ter me ajudado. — digo a Chris.
— De nada! Justin estava merecendo. — Ele ri. — Eu já vou. Tchau, Alice.
— Tchau, Chris!
Ele caminha para a direção oposta do corredor. Eu vou para o meu armário, abro-o e guardo o meu livro de biologia. Logo vejo Caissy correndo em minha direção.
— Onde você esteve? — ela pergunta.
— Estava por aí. Precisei ficar longe de todo mundo.
—Quer saber?! Você precisa dar um tempo nessa escola. Eu quero você hoje à noite na minha casa, vamos fazer a noite das garotas. Só nós duas. — diz Caissy animada.
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Stupid Love | ✓
FanfictionSem sombra de dúvidas, adolescência é marcada pela infame fase das descobertas. Onde tudo é novo e ao mesmo tempo não é, onde você procura sua liberdade ao mesmo tempo em que deve se ajustar. Alice é uma jovem de 17 anos que ainda se permite sonhar...