Capítulo 46

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O caminho para a casa da minha avó foi um silencio mortal, Justin não dissera uma palavra do que aconteceu e eu tinha a cabeça nas nuvens. Podia esta chovendo do lado de fora do carro, mas na minha mente havia arco-íris e um sol radiante. Minha roupa estava completamente molhada e escorria para o banco do carro de Justin, mantive o meu olhar nas ruas por todo o caminho, tinha um sorriso bobo nos lábios e não conseguia encarar Justin.

Assim que chegamos, eu saio do carro e corro para a varanda da casa vovó, bato na porta e a fico esperando. Justin havia estacionado o carro no meu fio, pegou as suas coisas e se juntou a mim de baixo da varanda, a chuva caia sem parar.

— Qual é o nome da sua avó? — ele perguntou.

— Josephine. — sorri. Percebo que Justin tinha uma caixa de violão nas suas costas e segurava uma pequena mochila nas mãos. — Por que trouxe o violão?

— Nada demais. — desviou o olhar do meu.

Era a nossa primeira conversa depois do beijo, meu coração estava acelerado e praticamente pulando de alegria. A porta foi aberta por vovó, seus cachorros começaram a latir sem parar assim que viram Justin. Nós entramos e eu peguei Esmeralda no colo.

Esmeralda é a minha cachorrinha, sua raça é Pitty numero zero, sua pelagem é amarronzada e ela é muito temperamental com estranhos. Mamãe não gosta de cachorro, nós chegamos a ter um, mas assim que ele morreu e o meu pai chorou horrores, ela disse que nunca mais ia querer ter cachorro na vida. Já a minha avó tem dois cachorros, um poodle branco chamado White e a Esmeralda, eles são a companhia dela.

— Alice, — disse vovó me abraçando. — tudo bem? Como esta a sua mãe?

— Estou bem, a mamãe esta bem também.

— Quem é esse que veio com você?

— Esse é o Justin, o filho da Pattie.

— Justin? — ela disse surpresa. — Garoto como você cresceu, quando nos vimos pela ultima vez eu acho que você tinha uns quatorze anos. Esta um belo homem. — sorriu.

— Obrigado! — respondeu Justin sorrindo sem jeito. — A senhora também mudou muito.

— Eu parei de fumar.

— Que ótimo, vó. — digo pousando Esmeralda no chão.

Minha avó fuma desde sempre, ela já tentou parar de fumar algumas vezes, mas sempre acabava cedendo ao vicio novamente.

— Vamos para cozinha, vocês devem esta com fome. — ela disse andando em direção à mesma.

Justin deixou as suas coisas em cima do sofá, e entramos na cozinha. Ele se acomodou em uma das cadeiras da mesa e eu fui até o armário, vasculhei as portas e encontrei algumas coisas que dava para fazer alguns sanduiches. Minha avó é tipo que não cozinha, se alguém chegar a casa dela e quiser comer vai ter que se virar em fazer a sua própria comida. Vovó sentou em uma das cadeiras e lhe serviu uma xicara de café, ela também é viciada em cafeína.

— Por que resolveu parar de fumar? – perguntei, enquanto montava os sanduiches.

— O medico disse que se eu não fizesse isso ia acabar morrendo. — ela respondeu.

Vovó sempre teve problemas de saúde e o vicio em cigarros só piorou tudo. Ela desenvolveu recentemente pressão alta, problemas nos pulmões e na coluna. Uma hora teria que parar de fumar.

Pousei o prato de Justin a sua frente e um copo de suco de laranja, não era o jantar mais glamoroso do mundo, mas dava para matar a fome.

— Como foi o evento daqui? — ela perguntou.

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