Estava sentada com a minha mãe ao lado, na recepção do consultório do doutor Anderson. Minha mãe folheava impaciente uma revista de fofoca, eu mexia no meu celular enquanto alimentava freneticamente o tique nervoso da minha perna. O consultório era como qualquer outro, paredes brancas, moveis brancos e esculturas de dentes em cima da mesa de centro. Depois de passar quase meia hora esperando, chegou a minha vez.
— Paciente Alice Miller, o doutor Anderson esta a sua espera. — disse a recepcionista.
Minha mãe e eu seguimos para a sala do doutor, entramos na mesma e mamãe fechou a porta. O doutor Anderson e uma ajudante estavam na sala. Ele tinha os cabelos grisalhos e rugas pertos dos olhos, um típico quarentão mantendo a pose de jovem adulto.
— Oi, Alice, veio apertar o aparelho? — perguntou o doutor Anderson.
— Não, eu quero tira-lo.
— Alice? — disse a ajudante, ela tirou a mascara e me olhou surpresa.
— Carly? — mal consegui falar.
Eu estava tão surpresa quanto ela, nunca imaginaria que Carly iria me atender e que ela trabalha no consultório do meu dentista.
— Oi, não sabia que você é paciente do meu pai. — ela disse sorridente.
— Vocês se conhecem? — perguntou mamãe.
— Sim, Carly é... é... namorada de Justin. — tentei ser o mais natural possível, mas o meu coração apertava ao falar essa palavra.
— Prazer em conhecê-la. — disse mamãe.
Carly cumprimentou a minha mãe. À tarde que fui visitar Justin veio a minha mente, Carly me viu chorar quando sai do quarto dele se ela contar algo para minha mãe, eu estarei ferrada. Mamãe me fará um monte de perguntas do tipo: O que foi fazer na casa de Justin? O que falou com ele? Por que chorou?
Talvez eu possa mudar o rumo da conversa quando ela tentar tocar no assunto. Pensei.
— O que você faz aqui? — perguntei de forma doce a Carly, tentando não demonstrar o meu nervosismo.
— Ele é o meu pai, e estou fazendo um estagio para a faculdade. — ela respondeu. — Pode se sentar, vamos tirar o seu aparelho. Eu prometo ser cuidadosa.
Seu tom brincalhão não me contagiou, ela não esta falando com uma criança. Sentei-me e coloquei um babador azul no meu pescoço. Mamãe sentou em uma cadeira e ficou nos observando o doutor Anderson se preparar para tirar cada peça do meu aparelho.
— Então, Alice, você esta bem? — perguntou Carly.
— Estou bem, e você?
— Estou bem. — ela colocou um tubo na minha boca para sugar a minha saliva. — Agora, você não pode mais falar.
O doutor Anderson ia tirando as pequenas peças do meu aparelho enquanto Carly o ajudava.
— Você devia ficar com o aparelho por mais um ano. — disse o doutor.
— Ela sabe disso, mas você acha que ela liga? — disse mamãe.
Minha mãe estava mostrando claramente para o doutor Anderson que eu sou uma típica adolescente rebelde que não obedece aos pais algo que não se encaixa na minha personalidade, eu odeio quando ela faz isso. Mamãe tem uma grande necessidade de se comunicar com qualquer pessoa sobre qualquer coisa, isso significa que ela ficaria falando de mim por horas e eu não teria como me defender, pois estou com um tubo na minha boca.
— Você e Justin estão namorando há quanto tempo? — perguntou mamãe.
— Fez um mês essa semana. — respondeu Carly.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stupid Love | ✓
FanfictionSem sombra de dúvidas, adolescência é marcada pela infame fase das descobertas. Onde tudo é novo e ao mesmo tempo não é, onde você procura sua liberdade ao mesmo tempo em que deve se ajustar. Alice é uma jovem de 17 anos que ainda se permite sonhar...