Capítulo 48

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Acordei com pancadas na porta, ignorei o máximo que conseguia, mas elas continuavam batendo freneticamente contra a porta de madeira. Então a minha consciência me alertou que poderia ser a minha avó. Rapidamente, me levantei da cama enquanto me enrolava de forma desajeitada no lençol branco, olhei em volta e suspirei aliviada por Justin não esta mais ali.

As batidas continuavam insistindo para que a porta fosse aberta, tentei correr para abri-la, dei dois passos e cai com tudo no chão por conta do lençol que se enrolou nas minhas pernas curtas. A porta foi aberta e eu entrei em pânico, pois ainda estava pelada. Os cachorros me vieram para cima de mim e logo vi as pernas compridas e morenas de vovó, subi o meu olhar até o seu rosto e ela me olhou confusa.

— O que estava fazendo? — ela perguntou.

— Ah... eu... eu... estava... — mal conseguia pensar em uma desculpa para aquela situação constrangedora, a minha sorte era que o lençol cobria o meu corpo.

— Levanta do chão e vai tomar café.

— Eu vou tomar um banho, logo.

— Certo! Estamos te esperando na cozinha.

— Chama os cachorros.

Os cachorros me lambiam e tentava puxar o meu lençol.

— Vamos, meninos. — disse vovó antes de fechar a porta levando os cachorros consigo.

Me levantei no chão, peguei a minha bolsa ao lado da cama e entrei no banheiro. Joguei o lençol em cima da cama, entrei no box e tomei um banho longo. Fui passando o sabonete por todo o meu corpo enquanto flashes da noite passada vinham a minha mente, tinha um sorriso bobo nos lábios. Agora pensava em como seria conversar com Justin depois da noite de ontem, não saberia o que dizer a ele, foi tão maravilhoso, mas certa duvida inquieta corria na minha mente: Será que fiz tudo certo? Será que Justin gostou?

Me sequei com a toalha, remexi a minha bolsa e tirei a minha roupa. Vesti uma lingerie preta, uma short jeans claro e uma blusa vermelha. Penteei os meus cabelos e os deixei soltos. Sai do quarto e fui para a cozinha, Justin e vovó estavam sentados a mesa. Também me sentei, despejei o café até a metade da xicara e coloquei algumas torradas no meu prato.

— Bom dia! — disse Justin, bebericando o seu suco de laranja.

— Bom dia! — respondi sem jeito.

— Vocês vão mesmo embora hoje? — perguntou vovó.

— Sim, amanhã temos aula. — respondeu Justin.

— Você cresceu tanto, ainda estou impressionada. — disse vovó.

Justin sorriu sem jeito.

Depois do café da manhã, eu ajudei a minha avó com a louça, passamos horas conversando sobre a sua saúde e os cachorros. Justin estava na sala, tocando violão.

— Alice, eu vou ao supermercado comprar as coisas para o almoço. Você guarda a louça? — perguntou vovó.

— Sim, vó.

— Eu já venho. — disse saindo da cozinha.

Guardei toda a louça no armário e fui para a sala. Minha avó já tinha saído, minhas únicas companhias era Justin e os cachorros. Ele parou de tocar ao violão e guardou o instrumento na caixa. Justin apoiou o seu braço nos meus ombros e eu sorri tímida por conta da sua aproximação.

— Dormiu bem? — ele perguntou passando a língua entre os lábios.

A voz de Justin já é linda e quando ele fala com um sorriso cafajeste nos lábios me deixa toda derretida.

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