Capítulo 45

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Justin chegou bem atrás de mim, eu pedi duas bicicletas ao senhor de idade, e Justin pagou por elas. Ele subiu na bicicleta e ficou me olhando, olhei para a bicicleta que segurava e quase me arrependi dessa ideia, pois eu vestia uma saia qualquer vento poderia mostrar algo que não devia.

— Você não vem? — ele perguntou, colocando os seus óculos escuros.

Mesmo sabendo o risco de não esta vestindo uma roupa apropriada para andar de bicicleta acredito que para ter uma tarde agradável com Justin, isso valeria a pena. Passei a minha perna curta por cima da bicicleta, sentei com cuidado no acento e arrumei a minha saia. Fomos pedalando com calma, passando pela pista, desviando dos carros e das pessoas até chegar à praça.

Fui passando pela calçada de concreto entre os canteiros de flores e algumas árvores, Justin vinha igual a uma tartaruga atrás de mim. Acelerei mais um pouco as pedalas, enquanto vejo as pessoas passarem com os filhos ou senhores de idade fazendo piquenique nas áreas abertas.

— Vamos, senhor Bieber, já esta cansado? — olhei rapidamente para trás.

— Nenhum pouco, estou deixando você ir à frente de proposito, vai que tem algum buraco e você cai, vai ser um ótimo aviso para mim. — riu.

— Achei que tínhamos dado uma trégua. — sorrio de lado.

— Desculpa! — ele murmurou e eu parei a bicicleta apoiando o meu pé no chão. — O que foi?

— O que você disse? — pergunto surpresa.

— Desculpa, tá legal?! — bufou.

Sorri largo e Justin desviou o olhar para um casal de velhinhos que fazia piquenique. O senhor entregava morangos cobertos por chocolate na boca da esposa, fiquei observando a cena e suspirei. Ter um amor para vida inteira é algo tão difícil e belo de se achar, a ideia de ficar velha me apavora, porque eu nunca vou querer envelhecer, mas ideia de ficar sozinha no mundo é ainda pior.

— Quando eu chegar a essa idade espero ter alguém ao meu lado, — digo pensativa. — mas tem um problema, na verdade é um medo que tenho.

— Qual? — perguntou Justin, me olhando.

— Não quero que ele morra antes de mim. — suspiro.

— Por quê?

— Eu não aguentaria a dor de vê-lo morrer.

Então a imagem senhor de idade veio a minha mente, ele estava deitado em uma cama de hospital, dando os seus últimos e frágeis suspiro de vida e eu o vi fechar os olhos e nunca mais abri. Afastei esse pensamento triste que começasse a chorar, sou muito emotiva.

— Entendo. — disse Justin, esticando a mão para mim. — Você é muito rápida, vamos tentar ir ao mesmo ritmo agora. — um pequeno sorriso se formou em seus lábios sem mostrar os dentes.

Olhei para ele sem acreditar nessa historia, minha razão avisava que poderia ser uma má ideia, afinal estou namorando Chaz, sair com o amigo dele para um parque já algo estranho e segurar a sua mão seria o limite que nunca deveria ultrapassar. Mesmo assim o meu coração dizia que eu devia tentar fazer as pazes com Justin para pelo menos ter uma relação agradável de amigos. Segurei a sua mão e voltamos a pedalar lado a lado, algumas vezes cheguei a quase cair no chão por falta de equilíbrio e Justin ria disto.

Depois que devolvemos as bicicletas ao senhor, Justin comprou pequenos potes de sorvete de chocolate, fomos andando pelo parque de diversões localizado perto do calçadão da praia enquanto eu tirava algumas fotos no celular. Virei à câmera em direção a Justin e tirei uma foto dele tomando sorvete.

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