Alice Styles
- Eu não vou fazer isso papai! - tentava relutar a sua ordem.
- Você têm que ir Alice, têm que fugir, eles vão te matar! - a voz do meu pai soava nervosa.
- Mas.. - antes mesmo de conseguir relutar mais uma vez, ouvimos o barulho da porta da sala sendo arrombada.
- Me desculpa filha! - meu pai disse.
Na real, eu não estava entendendo nada ali. A minha mente estava bagunçada, tudo estava confuso.
- Entra no seu armário, não faça nenhum barulho, e por favor, não saía de lá por nada! - a voz baixa da minha mãe soou em um sussurro.
Assim que entrei no armário, meu peito se apertou, uma angústia forte.
O barulho forte dos pés batendo contra o chão indicava que havia pessoas andando por toda a casa. Meus pais já não estavam mais nesse quarto, o barulho da porta se fechando foi o suficiente para eu entender isso.Não era apegada a religiões, crenças e nem nada do tipo, mas naquele momento rezei, não por mim, mas pelo meu pai que estava fazendo de tudo para que eu continuasse bem, pela minha mãe que lutava todos os dias para que tudo acabasse bem.
O barulho de tiros fizeram automaticamente meu cérebro parar de raciocinar as coisas, as minhas mãos soavam, meu corpo tremia, estava morrendo de medo.
O barulho da porta se abrindo, o barulho de passos pelo quarto, meu corpo parecia ter congelado.
Minha respiração estava rápida, jurava que infartaria naquele momento, sinceramente, eu queria, assim não teria que morrer com tiros.
Apenas fechei meus olhos e abracei minhas pernas, só conseguia pensar nos meus pais. A porta do armário foi aberta me fazendo gritar, a mão de um cara apertou minha boca abafando meu grito.
Não deu para ver muito bem o rosto dele, estava escuro. Ele fez um sinal para eu ficar quieta.
- Não grita! - assenti. - Vêm comigo! - ele agarrou meu braço com força me arrancado dali.
Fui arrastada até o andar de baixo, eu não queria ter que ver aquela cena nunca. Por que diabos aquilo estava acontecendo? O que meus pais fizeram para estarem estirados no tapete da sala com sangue por toda a parte?
Eu quis gritar, berrar, chorar.- O que fez com eles? Por que fez isso? Me solta! - perguntei enquanto tentava fazer aquele cara me soltar.
- Cala a boca! - senti o peso da sua mão contra o meu rosto. Minha bochecha formigava.
- Larga ela! - uma outra voz masculina soou. Olhei para a porta da sala e lá estava outro cara. Quem seria dessa vez?
- Não! - as mãos que seguravam meu braço afrouxou. O homem que segundos atrás havia acertado o meu rosto, agora estava jogado no chão ensanguentado.
Meus olhos se negavam a olhar outra coisa a não ser os três corpos no chão da sala, na casa onde passei os melhores momentos da minha vida.
- Vamos sair daqui, eles vão voltar! - o cara que antes estava parado na porta, agora estava ao meu lado tentando me tirar dali.
- Por que fizeram isso? - perguntei. - Você vai me matar? - minha vista já estava embaçada por conta das lágrimas.
- Eu vim aqui para te salvar! - seu rosto era totalmente angelical, bonito. - Não pense que sou uma boa pessoa, mas sou melhor do que ele!
- Eu quero os meus pais! - disse me negando a sair dali.
- Ok. Seus pais não vão voltar, eles estão mortos, acontece que se você quiser ficar, tudo bem, mas saiba que irá vir outras pessoas aqui, e mesmo que você sobreviva, terá que viver o resto da sua vida sozinha! - sua voz soou totalmente rude e sincera. Isso apenas fez com que eu chorasse mais. - Então, vai ou fica?
Me aproximei do corpo da minha mãe, e por um momento desejei que tudo aquilo fosse um pesadelo, que continuaria aqui, com meus pais, meus amigos, minha escola, minha casa, minha vida.
Eu não tinha outra saída.
Quando saí daquela casa com um cara que nunca havia visto na minha vida antes, foi como se tivesse abandonado tudo.
- Para onde vamos? - perguntei olhando a estrada através da janela do carro.
- Para casa, você é apenas uma garota de onze anos que não deveria ter passado por isso.
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Forbidden Love • JB
Fanfiction"- Promete nunca me deixar? Mesmo que eu tente fugir, mesmo que você já não me aguente por perto, só promete! - perguntei com o rosto escondido na curva de seu pescoço. - Mesmo que eu precise te amarrar no sótão de casa, eu prometo! - seu sorriso f...