Joey

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Olá meus amores, espero que gostem do capítulo, vcs conhecerão um pouquinho mais sobre o Joey.
Bom, comentem o que acharam, votem se gostarem!
Bjoss e até o próximo :)

Obs: Caso alguém nunca tenha assistido “Supernatural”, ou não saiba, a palavra “enoquiano” significa a língua dos anjos.
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POV John

 

   Estamos todos reunidos na sala, Tyler está sentado ao meu lado, com a cabeça apoiada em meu ombro. Ele está incrivelmente silencioso hoje. Parece muito abatido assim como meu primogênito. Sam está sentado no outro sofá ao lado de Joey.
   O garoto quase não fala nada também, e quando fala são apenas frases irônicas ou agressivas que saem de sua boca.
   Dean está de pé ao lado de Castiel.
  –...como eu disse eu acabei tendo uma idéia para que Joey não seja um perigo.
   O nomeado ri.
  –Eu sou um perigo de qualquer jeito... Dean. -Sua voz é idêntica a de Tyler e isso sempre me surpreende. A diferença é o tom de voz, a de Joey é mais rouca e baixa.
  –Se tudo der certo daqui a pouco você não será nenhum perigo Joseph.
  –Joey. Eu já mandei me chamar apenas de Joey.
  –Como eu ia dizendo... Cass você pode atar os poderes dele novamente?
  –Eu posso tentar.
   O garoto bufa, pensei que se importaria mais com seus poderes.
   Castiel se aproxima de Joey, que se levanta do sofá.
  –E quando você pensa devolver meus poderes? -Diz encarando Dean.
  –Não penso devolve -los.
   Joey se afasta rapidamente, agora parece preocupado.
  –Você não pode ficar com eles para sempre! São meus e não seus!
  –Mas ele pode ficar com eles temporariamente? -Provoca Ty.
   Penso que Joey irá responder com algo agressivo, mas me engano. Ele apenas assente positivamente com a cabeça. E pela primeira vez desde que o conheço Joey não parece um delinquente juvenil...nesse instante ele parece apenas uma criança assustada. Com medo de perder a única coisa que realmente lhe pertence de verdade.
  –E o fato de eu tira-los de você “temporariamente” não te incomoda porque? -Pergunta Dean sem entender.
  –Já fizeram isso antes...muitas vezes. Mas sempre me devolveram...
  –Quem fez isso? Porque te devolviam?  -Pergunta Sam, e parece ainda mais confuso que Dean.
  –Keyzel...meu pai... -Diz ele balançando a cabeça.
  –Ele não é seu pai Joey, Dean é. -Explica Castiel.
  –Não, Dean é o homem que ajudou a me colocar no mundo, mas ele não estava lá para mostra-lo para mim...Keyzel estava lá.
  –Eu não sabia de sua existência Joey.
  –Você é um caçador... eles são vampiros... você poderia rastrea-los e depois mata -los.
   Castiel aproveita que Joey está distraído e coloca uma mão em sua cabeça, sussurrando algumas palavras em enoquiano.
  –Seu desgraçado...
  –Olha essa boca garoto.
  –E você se importa?
  –Joseph é claro que eu me importo! Você é meu filho...eu só não estava lá para te mostrar o mundo porque eu não sabia que Robin havia dado a luz a gêmeos. Senão eu teria ido até o inferno só para te encontrar filho! -Dean realmente parece péssimo, ele precisa entender que isso não é sua culpa.
   Joey volta a se sentar no sofá.
  –Keyzel vai me encontrar... -Murmura ele.
  –Pessoal acho melhor comermos alguma coisa. -Digo.
  –Eu acho que não preciso mais disso não é? -Diz Joey levantando os punhos que ainda estão presos com a algema encantada.
  –Eu tenho que ir. -Avisa Castiel -Me chamem se precisarem de algo.
   E assim o anjo desaparece de nossa frente.

POV Joey



   Ele não pode estar falando sério, Dean Winchester é o melhor caçador que eu já ouvi falar. Se ele realmente me quisesse teria me encontrado.
   Encaro o garoto sentado à minha frente, meu irmão gêmeo. O garoto que cresceu com Dean e sua família de caçadores. Ele realmente é muito parecido comigo...pelo menos até onde os olhos podem ver.
   Tyler. Por alguma razão ele parece estar evitando Dean.
   Passo a mão direita sobre meu pulso esquerdo, está marcado assim como minha boca...e não foi precisamente os Winchester que causaram isso.
  É bom estar “livre”...sem amarras e sem correntes... E claro, sem algemas.
   Encaro o prato de comida a minha frente, Dean preparou sanduíches e um líquido gasoso que eu não sei o que é. Não tem cheiro de álcool...o que pode ser?
  –Não é veneno sabia? Pode beber... -Murmura Tyler me encarando. O encaro de volta, e ele me exibe um leve sorriso.
  –O que é isso? -Pergunto levantando o copo com o líquido gasoso.
   Todos na mesa me miram com uma expressão incrédula. O que eu disse que lhes causou tanta surpresa?
  –Humm... é refrigerante... você nunca bebeu?
   Nego com a cabeça. Keyzel não me deixava provar coisas novas.
   Levo o copo até meus lábios e bebo um gole. Faço uma careta. É como se houvesse milhares de bolinhas estourando em minha boca. É forte, mais nem tanto como vodka ou Whisky. E pela textura posso sentir que não possui álcool nenhum.
  –Não é tão ruim assim....mas por acaso vocês têm Whisky?
   Novamente todos me miram. Mas é Dean quem fala:
  –Você bebe?
  –Vocês não? -Contra ataco.
   Por alguma razão Tyler ri baixo, mas não é um riso contente... é algo irônico... cínico.
  –Alguns bebem...os que são maiores de idade. -Diz Tyler dando de ombros.
  –Então você não bebe?
   Tyler nega com a cabeça e morde seu sanduíche.
   Faço o mesmo, ainda sem entender. Eles obedecem mesmo a lei?
  –Joey, o que Ty está querendo dizer é que aqui, só podem beber aqueles que tem mais de 21 anos.
  –E vocês não burlam a lei?
  –Não nisso. -Diz Sam.
  –Isso quer dizer que eu não posso beber? -Isso é ridículo.
  –Exatamente...mas você se acostuma. -Diz Dean.
  –Keyzel pelo menos me deixava beber. -Digo, bebendo mais um gole de refrigerante. Acho que posso me acostumar com isso.
  –Como você não sabia o que era refrigerante? Todo mundo sabe... -Tyler ainda não sacou que com Keyzel as coisas eram diferentes?
  –Talvez...eu não sabia.
  –Como era o lugar onde você vivia?
   Estou vendo que meu irmão gosta de falar e perguntar.
  –Imagine um ninho de vampiros...era em uma fábrica abandonada. Era enorme, mas também muito sujo....sempre odiei toda aquela sujeira.
   Sempre estávamos nos mudando, de cidade para cidade. Mas a situação em que vivíamos não mudava muito. Era sempre um lugar escuro, frio e sujo.
  –E porque sua boca está assim?
   Ele deve estar se referindo às marcas...agora ele já está entrando em terreno particular.
  –Porque você não estava aqui ontem para me dar “as boas vindas”?
   Solto isso de forma irônica, para que ele pare de fazer perguntas que eu não quero responder.
  –Eu tinha um jogo de futebol importante ontem.
  –E o jogo durou o dia todo?
  –Não...depois eu fui a casa de um amigo.
  –Dean não sabia não é? Ele parecia bem preocupado ontem.
   Tyler não diz nada, apenas abaixa a cabeça enquanto termina o lanche...parece que isso o afetou.
  –Você está bem? -Pergunto, eu não queria ofende-lo, só queria que ele calasse a boca.
  –Estou ótimo. -Responde forçando um sorriso.
  –Hey precisamos conversar. -Sam está mirando seu irmão.
  –Claro...pai, você pode olhar os meninos?
   John assente.
  –Você não confia em nós? -Pergunto sorrindo para ele.
  –Nele eu confio. -Diz apontando para Tyler -Em você ainda não.
   Rodo os olhos e miro meu gêmeo.
  –Hey, ta afim de me mostrar esse lugar? -Pergunto dando uma olhada no cômodo.
  –Claro... querendo ou não você é o meu recém descoberto irmão. Não fará mal nenhum conhece-lo melhor.
   Rio, por alguma razão já gosto desse garoto.
  –Vêm Sammy. -Dean se levanta e Sam o acompanha. Aposto que vão falar sobre mim.

POV Sam



   Entramos no escritório, aproveito e tranco a porta.
  –Sobre o que quer falar?
  –Joey....tente não surtar ok?
  –Desembucha Sammy!
  –Ontem quando fui ajudar o garoto com o banho...bom...eu...eu vi algo que chamou minha atenção. Seu corpo está repleto de cicatrizes. E algumas marcas bem recentes.
  –Como assim cicatrizes? Cicatrizes do que? Marcas do que?
  –Eu não sei dizer...há algumas marcas bem recentes, cortes...eu perguntei a respeito, mais ele me ignorou completamente.
  –Quem faria isso Sammy? Joey não passa de uma criança.
   Meu irmão parece bem irritado, eu também fiquei quando vi o estado do garoto.
  –Criança ou não, pegaram pesado com ele. Seu pescoço também está marcado...como se os vampiros tivessem se alimentado do garoto ao longo dos anos. E algo me diz que as marcas em sua boca foram causadas pelo mesmo monstro que fez as cicatrizes.
  –Ele sofreu Sammy... alguém fez meu filho sofrer...eu mato o responsável por isso!
  –Calma Dean, precisamos averiguar primeiro o que houve... não sabemos praticamente nada sobre Joey.
  –Mas vamos descobrir Sammy...afinal ele é da família.


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