POV Dean
Uma das piores coisas que podem acontecer com um pai,é ver seu filho doente. Você acaba descobrindo um lado seu que até então você não conhecia, um lado superprotetor e preocupado. Não importa a idade que seu filho tenha,você vai se preocupar a mesma coisa.
Ty tem dezesseis anos,mais continua sendo o meu menininho... O garotinho que botou fogo acidentalmente no quarto do motel onde estávamos hospedados anos atrás, ele tinha sete anos na época e foi uma sorte imensa eu ter acordado com o cheiro da fumaça e conseguir apagar o fogo antes de que espalhasse. Também me preocupei demais naquela ocasião, me lembro de abraça -lo e de pensar que não queria solta -lo nunca mais em minha vida. Ele é o mesmo garotinho que escreveu uma música para mim no dia dos pais, é o mesmo que fugiu de casa para ir a um show do Acdc... E agora ele está com mais de 38°C de temperatura,está com uma febre preocupante. Lhe trouxe chá mais cedo,mais não resolveu muita coisa,portanto decidi pedir para Sam chamar um médico. Ele disse que o doutor chegará logo e estou esperando. Entro novamente no quarto de Ty,onde Sam está lhe acariciando o cabelo. Meu filho está dormindo, e está suando muito.
-A febre abaixou? -Pergunto preocupado.
-Eu queria poder dizer que sim...mais não é o caso. -Murmura Sam se levantando da cama cuidadosamente para não desperta -lo -Dean não precisa se preocupar tanto...Daqui a pouco o médico chega.
Como meu irmão pode ficar tão calmo num momento como esse? Lhe lanço um olhar feio.
-O médico está demorando muito Sammy. -Reclamo, não sabendo mais o que fazer. A sensação de impotência tomou conta de mim,e quando isso acontece eu acabo perdendo os nervos. Porque eu não posso fazer nada para ajudar o meu filho,para fazê -lo melhorar.
-Calma Dean, eu liguei a quase meia hora,ele já deve estar chegando. -Sam coloca uma mão em meu ombro -Não se preocupe tanto,deve ser apenas uma gripe, e com os medicamentos certos ele estará novo em folha logo logo.
Sam parecia ter o dom de me tranquilizar, porque funcionou como todas as vezes que fazia isso. Respiro fundo quando ouvimos a campainha tocar.
-Eu atendo...deve ser o médico. -Diz Sam saindo do quarto. Vejo como Ty se move na cama,me aproximo enquanto ele abre seus olhos verdes.
-Hey campeão, como está se sentindo?
-Com gripe. -Diz ele forçando um sorriso. Sei que meu pequeno não quer me preocupar, mais preciso saber o que está acontecendo realmente, é de sua saúde que estamos falando.
-Eu chamei um médico para vê -lo e...
-Um médico? -Me corta ele surpreso -Dean eu não preciso de um médico... Eu estou bem.
Nesse momento ele começa a tossir novamente, o que desmente seu argumento.
-Ele vai examina -lo e você responderá as perguntas que ele fizer ok?
-Não penso fazer isso.. -Diz se sentando na cama e colocando uma das mãos na cabeça.
-Mais você vai fazer...é para o seu bem filho...
Nesse momento Sam entra no quarto acompanhando pelo médico. É um homem, que parece ter menos de cinqüenta anos,tem o cabelo grisalho e usa óculos. É alto e magro. Sorri para mim.
-Hola, sou o doutor Matthew Greene. -Diz me cumprimentando. Lhe comprimento também.
-Sou Dean... E esse é o meu filho Tyler.
Ele caminha em direção a Ty e sorri para ele. O homem me parece simpático.
-Hola Tyler, posso me sentar aqui? -Pergunta em um tom gentil, se referindo a cama. Reparei que ele falava com Ty como se o mesmo tivesse dez anos a menos do que realmente tem.
-Não.. Não pode. Eu não preciso da sua ajuda obrigado. Já pode voltar por onde entrou. -Diz meu filho me surpreendendo pela grosseria em sua voz. Ty não é assim com as pessoas... Embora ele não goste nem um pouco de médicos ou dentistas...ou coisas do gênero.
Ao agir assim percebo que ele está se comportando como uma criança, prestes a fazer uma birra porque não quer ver o doutor. Suspiro, não posso deixá -lo agir assim com o homem que só está aqui para ajuda -lo. Mais Sam se adianta e fala:
-Ty,que modos são esses? O doutor Greene está aqui para ajuda -lo.
-Eu já disse que não preciso de ajuda! -Diz ele, aumentando seu tom de voz. Em seguida solta um espirro.
-Tyler,peça desculpas ao doutor e trate de se comportar. -Indago me aproximando deles. Odeio ter que ser duro com ele em momentos como esse,mais não posso deixá -lo falar assim com Matt.
-Mais papai...-Ele começa a se queixar.
-Hey não pense que vou deixa -lo falar de qualquer forma com as pessoas,eu nunca deixei e isso não vai mudar agora.
Meu filho abaixa a vista.
-Pode se sentar doutor Greene..sinto muito pelos meus modos. -Diz ele de má vontade. Suas desculpas não me pareceram demasiadas sinceras. Penso em chamar sua atenção,mais Greene fala primeiro:
-Estou vendo que você não gosta muito de médicos não é? -Pergunta ele sorrindo e se sentando na cama.
-Deu pra notar é? -Ironiza Tyler. Ele já está passando dos limites.
-Tyler... -Chamo em um tom de advertência. Ele conhece bem esse tom,é o mesmo que uso quando estou prestes a perder a paciência.
Ele me encara mais não diz nada. Mais pelo seu olhar posso ver que vai tentar controlar seu gênio e sua adorável boquinha.
-Não é nada pessoal... Eu apenas não gosto. -Diz ele com um suspiro.
-E porque você não gosta? O que os médicos te fizeram em? -Pergunta Greene, colocando seu aparelho para ouvir o coração do meu filho.
-O mesmo que os palhaços fizeram ao tio Sam... Nada. A não ser o fato de que toda a vez que eu vou ao hospital, eles me dão vacinas. E eu odeio agulhas.
-Mais você sabe que eles fazem isso para o seu bem não é?
-Não importa o argumento... Eu nunca irei gostar disso. -Diz Ty, e vejo que a tentativa do médico para distraí -lo está funcionando bem.
-E você costuma ir muito ao hospital? -Pergunta Matt, nesse momento vejo um sorriso orgulhoso escapar dos lábios no meu pequeno.
-Quase nunca. É muito raro quando tenho que ir.
O homem lhe sorri e guarda o aparelho em sua maleta. Logo pega o termômetro e o coloca na boca de Ty.
-Espere alguns segundos e eu já tiro ok?
Tyler assentiu,e segundos depois o aparelho apitou. O médico o observou e fez uma careta.
-A febre está um pouco alta...o que vocês fizeram para tentar abaixa -lá?
-Meu irmão fez um chá caseiro.
-Receita de família sabe. -Digo,sorrindo um pouco ao me lembrar de que papai sempre dava esse chá para o Sammy e para mim quando éramos pequenos.
-Eu passarei algumas instruções para tentar abaixa -la...Quantos anos você tem?
-Dezesseis.
-Bom Tyler, você já está bem grandinho, acho que pode me falar o que está sentindo não é?
-Eu estou bem...
-Ty... -Aviso -Conte a ele vamos.
Hoje meu filho estava difícil em.
-Dor de cabeça...Náuseas...dores pelo corpo...
-Tosse,e também gargante inflamada. -Acrescento me lembrando que ele havia reclamado disso mais cedo.
Ty me mira feio. Ele odeia quando eu respondo as perguntas que são dirigidas a ele. Mais geralmente é isso que acontece quando estamos com um Médico ou algo do tipo.
Derrepente ele faz uma careta e leva uma das mãos a cabeça.
-Ahh está doendo! -Se queixa voltando a se deitar na cama,fecha os olhos fortemente e isso me preocupa ainda mais.
-O que está havendo?
Me assusto ao ver que Ty começa a suar ainda mais colapsando na cama,seu corpo todo está tremendo.
-Não....não aranhas! Aranhas,aranhas! Tire elas daqui....tira! -Ele começa a murmurar incoerências, começo a olhar para os lados procurando essas aranhas,embora uma parte de mim já imagine que se trata de uma alucinação.
-Ele está delirando... A febre está causando isso. -Murmura o médico se apressando em pegar algo em sua maleta.
-...tirem..tirem elas daqui! Elas estão subindo.. Estão subindo em mim... -Caminho até ele sentindo um aperto no peito. Odeio vê -lo nesse estado. Tyler tem aracnofobia, tem horror de aranhas...e imagino o terror que ele deve estar passando vendo as mesmas,mesmo sendo imaginárias, porque para ele,elas são bem reais.
Me sinto culpado por ele possuir essa fobia,porque de certa forma a culpa foi minha. Ele tinha oito anos e eu o levei comigo para uma caçada, o deixei em casa enquanto ia caçar um demônio,mais o infeliz invadiu o quarto e levou meu filho com ele. Quando cheguei em casa com Sam e papai me horrorizei ao ver que meu filho não estava ali.
Passei dois dias procurando como um louco,desesperado para encontrar meu menino,dei com o paradeiro do demônio e descobri onde meu Ty estava. Ele estava em uma cabana no meio de uma floresta. As portas e as janelas estavam fechadas,deixando o ambiente em total penumbra. Haviam ratos e aranhas ali,muitos deles. Ty estava sentado em uma cama velha, com a cabeça escondida entre as mãos. Quando ele me viu me lembro que saltou em meus braços chorando, disse que aqueles bichos ficavam subindo nele... Se eu não o tivesse levado comigo aquilo não teria acontecido.
Me sento ao seu lado na cama,acariciando seu cabelo com carinho.
-Não há aranhas campeão...não se preocupe.
O doutor Greene se aproxima de nós com uma seringa em mãos, uma agulha enorme está na ponta da mesma.
-Segure ele. -Diz o homem com movimentos rápidos. Faço o que ele manda enquanto o mesmo levanta a manga de sua blusa,procura pela veia e insere o líquido da seringa em seu braço.
Logo volta a abaixar a manga de sua blusa, e suspira.
-O medicamento que acabei de lhe dar vai controlar a febre...não se preocupe.
Não saio do lado de Tyler em nenhum momento, e minutos depois ele para de tremer e de dizer incoerências,acho que o medicamento realmente fez efeito.
Sua respiração se acalma e ele parece estar dormindo agora.
-Ele dormiu?
-Sim...isso deixou seu corpo exausto...mais não se preocupe seu filho vai ficar bem Sr. Winchester.
-O que ele tem? -Pergunta Sam preocupado.
-Um resfriado...e um dos grandes. Por acaso ele pegou chuva ou friagem recentemente?
Ele não saiu na chuva... Ontem estávamos em um caso e chovia bastante por isso pedi que ele ficasse em casa enquanto eu dava conta do lobisomem. Eu saí na chuva,mais ele não. E no final das contas o monstro já estava morto quando eu cheguei... Acho que algum caçador havia chegado antes. Espere um pouco... E se esse caçador foi o meu filho? Ty saiu ontem quando eu disse claramente para não sair?
-Eu não tenho certeza...-Murmuro sem saber o que responder.
-Tudo bem...evite que ele pegue friagem,ou chuvas...ou qualquer coisa do tipo. Não deixe ele tomar nada gelado e tente lhe dar comidas quentes,como sopa,canjas... E supervisione para que Tyler fique em total repouso durante os próximos dias.
-Tudo bem..eu cuido disso.
-Se a febre aumentar novamente em pouco tempo,lhe de um banho na água fria, caso a febre permaneça você pode aplicar o medicamento nele...é o mesmo que eu apliquei... Você sabe aplicar?
Assinto positivamente, sei fazer muitas coisas relacionada a medicina,sei dar pontos e limpar ferimentos, sei injetar vacinas...tudo por conta da carreira de caçador, temos que aprender a nos virar sem chamar a atenção de médicos e figuras de autoridade.
-Isso também vai ajudar com a garganta e as dores de cabeça e musculares, então eu sugiro que você aplique antes de dormir todos os dias,até ver que ele está melhor. Caso ele piore você volta a me ligar e eu estarei aqui em seguida. Qualquer dúvida, pode me ligar também ok?
-Sim...humm...obrigado doutor Greene. -Aperto sua mão, ele sorri.
-Não foi nada.
-E desculpe qualquer inconveniente... Os maus modos do meu filho.
-Não se preocupe, estou acostumado com isso. Geralmente as pessoas não gostam mesmo dos médicos. -Ri ele -Bom,não se preocupe com ele tudo bem? Daqui alguns dias se seguirem as prescrições médicas ele já vai estar correndo por aí. Agora eu tenho que ir.
-Tudo bem...e mais uma vez obrigado. Sam você pode pagar ele? Eu vou ficar aqui com Ty.
-Claro. -Meu irmão e o doutor Greene saem do quarto nos deixando sozinhos.POV Tyler
Abro os olhos,humm...minha cabeça não está mais doendo. Vejo um par de olhos esverdeados me mirando com atenção.
-Papai...-Sorrio para ele,fazendo algo de força para me sentar na cama.
-Está melhor?
-Minha cabeça não está mais doendo... Onde está o doutor Greene?
-Ele já se foi a um tempo...
-Mais...mais eu não me lembro disso.
-Você acabou dormindo. -Diz ele,e em nenhum momento sorri para mim. O que é estranho.
-Aconteceu alguma coisa? Está bravo por eu ter sido grosso com o doutor? Olha...não foi por mal e...
Ele me interrompe com um gesto de mãos.
-Você saiu na chuva ontem Tyler? Quando eu disse claramente para ficar em casa?
Então é isso... Odeio quando ele me chama de Tyler, geralmente isso significa que estou em problemas,que ele está bravo. Na maioria das vezes sou apenas Ty.
-Mais eu matei o lobisomem! -Indago tentando encontrar algum argumento que explicasse o que eu fiz.
-Então foi você mesmo...droga Ty por causa da chuva que você pegou ontem que está resfriado assim!
Eu já imaginava isso, mais não estava disposto a confessar esse fato.
-É que...é que eu queria caçar, e você não quis deixar eu ir. -Respondo e nesse momento começo a tossir. Odeio ficar doente.
-Fique sabendo que suas ações te colocaram em problemas pequeno. -Ele suavizou o tom de voz,acariciando meu cabelo. Isso sempre me acalma.
-Problemas? -Indago já sabendo ao que ele se referia com aquilo.
-Exatamente...você não pode fazer algo que te coloque em perigo filho,e já conversamos sobre isso. Mais não se preocupe com isso agora, nossa conversa pode esperar até você melhorar.
Lhe encaro com meu melhor olhar de "Cão abandonado ".
-Não me olhe assim, que dessa vez não vai funcionar pequeno.
Assinto levemente e apoio a cabeça no travesseiro.
-Esta com fome?
-Não, agora não.
-Você sabe que precisa comer não é?
-Depois papai...eu prometo que como depois.
Ele sorri para mim,e isso me alivia um pouco. Saber que ele não está bravo comigo...
-Você se saiu muito bem matando aquele monstro sozinho...quer me contar como conseguiu? -Pergunta ele sorrindo. Assinto animado e começo a contar tudo detalhadamente, sei que ele não está bravo então posso contar tudo.
Expliquei que o distrai e quando ele menos imaginava acertei um tiro em seu coração.
Papai passou o resto do dia todo comigo, me contando histórias e me fazendo rir.
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Construindo uma família
FanficOnde Dean Winchester tem um filho de dezesseis anos, um adolescente que ama se meter em encrenca. Veremos Dean assumir seu papel como pai, seja para amar e proteger, como também para disciplinar seu pequeno encrenqueiro. Uma história recheada de sur...