Construindo uma família

Quem Disse Que Seria Fácil?

Olá amores. Sei que dia de atualização é domingo, mas me deu vontade de postar hj... Então, cá estamos nós!
Espero que gostem!!
Abraços!

_______________________________________

POV Tyler

   Eu entrei em meu quarto muito irritado. Papai não tem o direito de me privar dessa conversa com Robin! Ela é a minha mãe!
   Chuto a cama com raiva.
   Acontece que eu não tive muito tempo para pensar nisso. Para colocar minhas ideias em ordem. A única coisa certa era a tempestade de sentimentos que brigavam dentro de mim. Raiva, ressentimento, medo... Tantas emoções.
  Mas como eu disse, não tive muito tempo para pensar nisso.
   Não faziam nem vinte minutos que papai havia nos mandado subir, quando um furacãozinho vestido de rosa invade meu quarto bruscamente. Levanto de cama assustado e surpreso. Mas suspiro aliviado ao ver que só se trata da garotinha que Robin trouxe com ela. A menina é linda, uma criança realmente encantadora. Possui a pele pálida e delicada, os lábios pequenos e rosados. As bochechas levemente coradas ... Seus olhos são esverdeados, são de um tom mais claro que o do meu irmão. Seu cabelo é loiro e cacheado, assim como o meu e o de Joey. São cachos bem definidos, o que lhe dá um ar angelical.
   A menina está usando uma tiara rosa bebê, e um vestido de babados na mesma cor, com detalhes em renda branca. Seus sapatos são da mesma cor da renda. Vestida assim, a menina realmente está parecendo uma princesinha. Sorrio, ela é muito fofa... Mas o que a pequena faz aqui? Ela não deveria estar com Joey?
  — Hey... O que está fazendo aqui? –Pergunto me aproximando devagar. Não quero assusta-lá.
  — Alex quer bater em eu! –Choraminga ela com os olhinhos marejados.
  — Alex... Seu irmão? –Pergunto confuso, não sou muito bom em decorar nomes.
   A menina concorda com a cabeça, me olhando de forma curiosa.
   De repente meu quarto é invadido novamente por outra criança. Dessa vez é o garotinho.
   Ele é muito parecido com a irmã, possui praticamente as mesmas características que ela. A diferença é o corte de cabelo e que sua irmã possui traços mais delicados.
  — Alex eu mandei você parar! – Joey é o próximo indivíduo a invadir meu quarto, me pergunto onde foi parar a privacidade nessa casa!
  — Hey... O que está acontecendo? –Pergunto, e a garota corre para se esconder atrás de mim, enquanto o irmão faz o mesmo, pegando a menina pelo cabelo.
  — ALEXANDER!! EU MANDEI VOCÊ SOSSEGAR! - Grita Joey visivelmente irritado. Meu irmão nunca teve muita paciência. Agora a pouca que lhe restava esfumou-se.
   Seguro a menina tentando tirar as mãozinhas do pequeno de seu cabelo, sem machuca-lá.
   Ela começa a chorar e a se debater, socando o irmão, que puxa com mais força o cabelo dela.
   Joey não perde tempo e corre para me ajudar a separar os dois. O que não foi tarefa fácil, já que ambos se debatiam e gritavam muito.
   Minha cabeça chegou a doer por causa dos gritos agudos!
   Joey puxa Alex pelo braço, e o afasta o máximo possível da irmã.
   Pego a menina, tentando acalma-la, já que meu irmão parecia ocupado com o outro gêmeo.
  — Meu bracinho papai... –Choraminga o menino com a voz trêmula.
  — Por acaso eu falo grego? Quantas vezes eu mandei você parar?
  — Papai...
   Balanço a cabeça aturdido... Papai? É difícil pensar em Joey como pai... E essas crianças já estão o chamando assim? Claro... Eles são pequenos... Mal entendem o que está acontecendo ao seu redor.
   Vejo meu irmão suspirar e puxar o menino em direção a cama. A próxima cena realmente me surpreende: Joey o coloca de bruços sobre suas pernas, o pequeno começa a chorar de forma aguda, enquanto Joey desfere várias palmadas sobre seu bumbum.
   Faço uma careta, quem imaginária Joseph nessa situação? Respiro fundo e continuo balançando a menina em meus braços. Ela se acalmou um pouco, está chorando menos agora, com o rostinho escondido em meu peito.
   Depois de Joey proporcionar mais de quinze palmadas no garoto, meu irmão se levanta e coloca o filho sentado na cama.
  — Da próxima vez que eu falar com você, você me obedece! E para de brigar com a sua irmã, isso é muito feio Alex!
   Confesso que fiquei com pena do garotinho. Ele está chorando bastante, está soluçando e as lágrimas escorrem rapidamente por suas bochechas rosadas. Alex funga alto e abaixa a cabeça.
   Joey respira fundo e caminha em minha direção, me dedica um olhar de: “Eu não acredito que isso está acontecendo, socorro! ”.
  — Desculpa tudo isso... Eles começaram a discutir pela quinta vez em menos de quinze minutos e dessa última vez a situação acabou fugindo do meu controle. –Murmura Joey pegando a menina dos meus braços. A pequena se agarra ao pescoço dele, manhosa.
  — Mel, prontinho... Seu irmão não vai mais te bater... –Murmura  acariciando os cachinhos dela.
   Ele estava tão irritado com Alexander... E com Mel está calminho assim?
   Caminho até a cama e pego o menino que chora baixo. Eu sei muito bem como a gente se sente quando recebe um castigo... Pelo menos comigo funciona assim: Eu preciso de atenção, preciso de mimos e preciso saber que está tudo bem... Preciso de carinho. Eu preciso me sentir amado e protegido.
   Papai sempre me consola, e isso é essencial para mim. Mas Joey não fez isso com o menino. Ele simplesmente o castigou.
  — Pronto bebê... Já passou... Está tudo bem agora ok? - Indago com a voz suave.
   Alex me olha com os olhos lacrimejantes e um biquinho nos lábios.
  — Papai bravo com eu... –Murmura baixinho. Olho para Joey, que solta um suspiro e se aproxima de nós.
  — Não Alex... Papai não está mais bravo com você. Eu já te castiguei porque você agiu mal... Agora acabou bebê. –Explica Joey limpando as lágrimas do filho com o polegar, de forma suave.
   Isso é tão estranho... Esse é o papel de Dean. Geralmente Joey e eu estamos no lugar de Alex e papai nos consola assim... É estranho estar desse lado da situação. Dói ver ele chorando... Imagino como meu irmão deve estar se sentindo. Com ele essa sensação deve ser bem pior.
  — Dicupa Alex papai? – Pergunta meu sobrinho, com a voz infantil. Enquanto limpa o nariz na minha camisa. Faço uma careta... Preciso troca-lá!
  — Claro bebê... Está tudo bem agora. - Joey sorri levemente para o menino que sorri de volta. Logo cutuca a irmã.
  — Mel... Dicupa eu?
   A menina se move nos braços de Joey:
  — Tudo bem Alex... Mel non gosta de ver Alex lorando!
   Sorrio, eles ainda falam errado. Chorando virou lorando? Pelo menos da para entender.
  — É que papai bateu em eu Mel...e tá doendo meu bumbum... –Conta fungando.
   Esse menino é tão fofo. Joey se levanta e eu faço o mesmo.
  — Papai só bateu porque o bebê se comportou mal. Vamos para o meu quarto... A Sua irmã está quase dormindo aqui. E seu tio precisa descansar.
  — Não... Eu vou com vocês. Você precisa de ajuda com eles... –Sorrio para Joey que me olha de forma agradecida.
   Saímos do meu quarto e entramos no dele. Arregalo os olhos ao ver a bagunça que está aqui... Porque raios a cortina está queimada? E essa bagunça toda? Não faz nem meia hora que subimos!
  — Joey, o que vocês fizeram nesse quarto!?
  — Eu disse que a situação saiu do controlo Ty... Nunca deixe duas crianças com poderes brigarem perto de uma cortina. Vai acabar nisso.  – Joey faz uma careta e olha Alex – Eles confundiram meu quarto com um ringue de box.
   Concordo com a cabeça sem saber o que dizer. Parece que ambos os gêmeos tiveram culpa... Mas meu irmão parece ter castigado somente Alex. Suspiro. Joey me conta resumidamente tudo o que aconteceu. Que os gêmeos começaram a brincar... Depois foram para as brigas.
   Me sento na cama ainda com Alex em meu colo e meu irmão se propõe a fazer a Mel dormir. A garotinha realmente estava com uma carinha de sono... Ela não demorou para cair no sono.
   Isso aconteceu pouco antes de papai entrar no quarto acompanhado de Robin.
   Olho para eles, e tanto Joey como Alexander fazem o mesmo.
  — O que aconteceu aqui? –Questiona papai ao ver o estado do no local. Sim, o quarto está uma bagunça e ninguém pode negar. Além das cortinas queimadas, tem travesseiros no chão, lençol fora da cama. Livros caídos perto da janela. Segundo Joey, as crianças fizeram isso no meio da quinta briga. Me assustei um pouco quando ele me contou.
  — Nada... As crianças só ficaram meio agitadas. –Murmura meu irmão, colocando Melissa na cama, a menina está dormindo placidamente agora.
  — Meio? Seu quarto está uma bagunça Joey!
  — Não foi nada demais... Está tudo bem. –Fala Joey, dando de ombros.
  — E porque Alex está chorando?
   Dessa vez é Robin quem pergunta. Desvio o olhar incomodo.
  — Eu bati nele.
   Joey é tão direto. E não usa eufemismo.
  — Joey! –Papai vem em nossa direção, preocupado.
  — Está tudo bem papai... Eu não machuquei ele. Só lhe dei algumas palmadas e pronto. Alex está bem. –Diz Joey, pegando o filho do meu colo.
   Dean respira fundo e nos encara durante alguns segundos.
  — Meninos... Acho melhor vocês se sentarem. Temos uma longa conversa a caminho.
   Por alguma razão essa frase não me caiu muito bem... Estou com medo do que virá a seguir.